Director: Marcelo Mosse

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segunda-feira, 10 janeiro 2022 06:01

Ministério dos Filhos do Senhor Presidente…

Era bom que tivéssemos um pequeno ministério dos filhos do senhor presidente. Um ministério sério que dirigisse, planificasse, assegurasse e executasse a legislação e políticas da vida dos filhos do senhor presidente. Os filhos do senhor presidente merecem respeito e carinho. As suas viagens, as suas aventuras e passeios merecem estar em arquivos como os ministérios fazem.

 

Um ministério que se ocupasse pela construção e manutenção de avenidas exclusivas para os filhos do presidente, que importasse os últimos carros, que programasse expedições dos filhos do senhor presidente e contratasse empresas que fornecessem oxigénio importado e sapatos capazes de derrubar dez aldeias pelo preço. Um ministério com alcatifas francesas que se lavam na África do Sul e secam ao sol de Egipto.

Era bom que tivessem um ministério que determinasse os seus subsídios, salários, seguros de risco por serem filhos de presidentes e regalias quando chegassem ao estatuto de ex-filho do presidente. Coitados! Seus pais passam a vida inteira trabalhando para levantar o País e eles, na sua total inocência, vivendo pelo pouco que têm como mesada. Sofrem muito os filhos do senhor presidente. Não têm tempo para os estudos porque se dedicam aos negócios para sobreviver.

 

Um ministério que publicasse vagas no jornal, que tivesse um orçamento bem definido e aprovado pela assembleia para sustentar a vida dolorosa dos filhos do presidente. Claro que o ministério teria um porta-voz para sempre nos falar, pela televisão, das viagens dos filhos do presidente, dos convidados para seus aniversários e dos seus carros que vão entulhando-se nas garagens.

 

Meus senhores, um ministério como tantos outros; com fotografias dos filhos do senhor presidente presas nas paredes, com um relógio de parede com ponteiros de ouro e com uma secretaria à entrada caçando o auscultador do telefone e espetando as suas enormes unhas nas chamadas.

Falo dos filhos dos presidentes e não do lixo de filhos que acumulamos no Chamanculo, não falo dos órfãos da Munhava que esperam a campanha para ter uma camisa nova, não falo daquela carruagem de desempregados que inunda uma casa de madeira e zinco na Mafalala e chamam pai a uma criatura que a única coisa que tem é barba, meus senhores eu falo dos filhos do presidente.

 

Talvez esse ministério incluísse nos manuais escolares a vida triste dos filhos do senhor presidente. As suas noites mal passadas nos hotéis de Qatar, os seus relógios de ouro que nunca ditam a sua hora, os meses que passam longe do seu amado país e a dor de serem filhos abandonados por um pai que cuida de todos nós, do país inteiro.

sexta-feira, 07 janeiro 2022 06:57

Que por ti o Povo lutará…

Antes de começarmos com o hino, o guarda arrumava-nos em filas com a ponta fina do seu chamboco. Um colega nosso, albino, piscava os olhinhos sem parar, como luzes de natal, e batia-se contra árvores e degraus do pátio fugindo do guarda e atrapalhado em pendurar os óculos ao nariz. O nosso chefe de turma, um parvo que hoje é contabilista ali na 25 de Setembro, registava os presentes nas costas do seu caderno, bem ao lado da tabuada.

 

O director da escola, suspenso em suas muletas como um boneco pendurado no estendal, começava com o primeiro verso e no segundo verso todos apedrejávamos o hino com as nossas vozes. Um funcionário da secretaria resgatava a bandeira do topo de uma haste enferrujada por meio de uma corda como um velho puxando uma lata de um poço.


Recordo-me que nos refrões, o director da escola com os seus pezinhos empenados por uma paralisia infantil, suspensos ao ar por duas molas de muletas, levantava um bico nos lábios e soprava um som que parecia de um instrumento de sopro.

 

(Viva Moçambique!

 

Viva a Bandeira, símbolo Nacional!

 

Viva Moçambique!

 

Que por ti o Povo lutará)

 

O guarda com o chamboco baloiçando na cintura, alinhava de quando em quando a mão direita na cabeça para consertar a continência que lhe escorregava pelo suor. Os colegas atrasados, fora do quintal da escola, acompanhavam o hino, as vendedeiras de pirulitos levantavam-se e os peões paravam assistindo a descida da bandeira.

 

E a professora de história, uma senhora gorda com falta de pescoço, pincelava, a todo instante, os lábios para nos falar, com a ajuda de uma vara, sobre as zonas libertadas, a produção nas aldeias comunais e as cooperativas. E ela sabia tudo de história, mas não se dava tempo para tirar um pescoço de qualquer morto da guerra e colocar-se a si mesma. Era incrível vê-la a respirar mesmo sem pescoço.

 

Todos em bichas, todos bem organizados parecíamos os nossos pais gastos de cansaço esperando por uma barra de sabão numa cantina do povo. Sobre a cantina do povo aprendi com a professora sem pescoço; coitada, soube que morreu ano passado vítima de malária; imagino o enterro dela, os filhos procurando a sua cabeça longe do corpo, nas gavetas, nas malas, pois nunca teve pescoço...

 

A bandeira ia descendo, as vozes vestidas de mau hálito da escola arrumavam-se debaixo das nossas línguas e o hino terminava. O director era o primeiro a remar os corredores com as suas muletas e de uma forma organizada íamos sendo engolidos pelas salas.

quinta-feira, 06 janeiro 2022 14:46

Recordando e homenageando Severino Sumbe

Para quem não acredita no provérbio segundo o qual a vida dá tantas voltas, eis aqui mais um exemplo, de tantos inacabáveis, das muitas voltas que, de facto, a vida dá. O que é de uma forma hoje, amanhã é outra totalmente diferente, senão, por ventura, o contrário. Verdade de hoje, não verdade ou mentira amanhã!

 

Vamos então. Em 1987, pelas mãos do então director administrativo da Escola de Jornalismo, o poeta Fernando Couto (pai de Mia Couto), e de Leite de Vasconcelos e Orlanda Mendes, na altura director-geral e directora de Informação da Rádio Moçambique, respectivamente, fui parar ao Sector dos Noticiários da nossa estação emissora mãe. A redacção central da Rádio Moçambique - o então coração de informação da estação emissora… hoje, já está desconcentrado, a partir de qualquer província, qualquer programa informativo é produzido e difundido. Na altura, tudo tinha que ir ao crivo da direcção central!

 

Entre as figuras de proa de informação da Rádio Moçambique que encontro na Secção dos Noticiários, dirigida por Tiago Viegas, estão noticiaristas colossos como Armindo Chunguane, Antonio Bernardo Cuna (ABC), Narciso Zandamela, Ramos Miguel, o Dava, a Amélia Muchanga, o Moisés Aide (já falecido, Deus o tenha) e… o Severino Sumbe! O Sumbe era o esteio do noticiário internacional da Rádio, era redactor e editor ao mesmo tempo daquele material informativo.

 

Nessas alturas, ao contrário de como é hoje em dia, as fontes das notícias internacionais eram… complicadas. Recebiam-se telexes a partir de certas agências noticiosas, Lusa, Reuter, Novost e Angop… e outras poucas mais que não me vêm à memória. Depois, havia uma secçãozinha de escutas de certas emissoras mundiais. Aqueles materiais todos, um grande maço de telexes e umas cassetes áudio iam parar às mãos e ouvidos do Severino Sumbe e ele procedia à selecção das notícias que achasse apropriadas e oportunas, depois editava e submetia ao chefe Tiago Viegas para ver e só depois disso é que iam para o ar.

 

Eu, jovem foca, recebia trabalho de todos ali na secção. Mas também do Tiago Viegas, Marcelino Alves e até da própria directora Orlanda Mendes; recebida directamente trabalho e nem tinha como reclamar; mas como um principiante reclamar? Havia ali turnos: o primeiro, das 6 horas até às 13; o segundo, das 13 às 19; e o último, das 19 horas até meia noite. Fazia-se escala rotativa, assim como dos respectivos chefes!

 

Depois de três meses, fui posto também já a fazer turnos. E um dos chefes de turno era Severino Sumbe!... para além do seu trabalho sobre o noticiário internacional, ela coordenava aquele turno em que estivesse, corrigia e editava os textos do turno. E assim tive no Sumbe meu chefe de turno com todas as prerrogativas.

 

Trabalhamos sem stress durante aqueles seis meses! Sumbe era um grande redactor! Homem muito disciplinado, muito rigoroso em tudo, mas não arrogante, nem ditador. Zeloso na pontuação, na linha, no parágrafo, no ponto. Texto conciso, curto, directo, exigências próprias do jornalismo radiofónico. Ele próprio, como pessoa, era uma pessoa rigorosa consigo próprio. Sempre a tempo e horas, aprumado e homem de poucas falas e quase não ria. Muito dedicado ao trabalho.

 

Por razões pessoais, não fiz carreira na Rádio Moçambique. Após fazer o curso médio de jornalismo, em 1988, não voltei à RM, rumei para a Sociedade Notícias, SARL. Entrei pelo jornal Notícias, mas logo fui chegar ao semanário Domingo, onde estive até Fevereiro de 2001.

 

E eis que o Severino Sumbe, passado algum tempo após o meu estabelecimento, se muda da Rádio Moçambique para o semanário Domingo! Pouco depois de ele chegar, há alterações e eu… fico subchefe da Redacção! Chefe de Severino Sumbe, portanto!... o mesmo que tinha sido meu chefe na RM!

 

Confesso que o Sumbe não se importou nada com isso. Trabalhou normalmente, com a sua seriedade, disciplina, rigor e entrega total. Era o primeiro a chegar à Redacção e muitas vezes a entregar o seu texto. E depois, quando passo a chefe de redacção, ele fica adjunto! Nunca em nenhum momento tive problemas com o Chefe Sumbe, como passámos a chamá-lo na saudosa Redacção do jornal Domingo! O rigor e disciplina dele facilitaram bastante o nosso trabalho. Muito colaborativo, nunca deixou nada, mas absolutamente nada por fazer. Muitas vezes até deixava o que estava a fazer para fazer o mais urgente, ou fazia as duas coisas! Mas sempre disponível.

 

Homem de poucas falas, como se disse, nunca se metia em fofocas. Pouco falava nem sobre a sua vida, nem sobre a vida de outros.

 

Foi um grande prazer trabalhar com o Severino Sumbe, aliás, com o Chefe Sumbe! Até sempre, mais velho.

quinta-feira, 06 janeiro 2022 13:49

Espólio de antigas e novas comunidades forasteiras

Parte do espólio histórico do património da Cidade de Maputo são alguns locais/edifícios (emblemáticos) que foram pertença de antigas (coloniais) comunidades forasteiras em Moçambique cuja funcionalidade era a interação social e cultural da respectiva comunidade e não só.

 

O “Palácio dos Casamentos” (Comunidade Grega), o Museu Nacional de Arte (Comunidade Goesa), o Sindicato Nacional dos Jornalistas (Comunidade Inglesa) e a antiga Escola Nacional de Artes Visuais (Comunidade Chinesa), constituem alguns desses edifícios. A par destes estão também outros edifícios de comunidades religiosas. 

 

Com a independência de Moçambique em 1975, estes locais/edifícios foram nacionalizados e transformados em utilidades ditadas pela revolução moçambicana.

 

Depois dos anos 90, novas comunidades forasteiras se instalaram no país, casos de comunidades provenientes da África subsaariana como a ruandesa, nigeriana e burundesa.

 

Da presença destas novas comunidades, e em caso de reedição de um novo processo revolucionário em Moçambique (tudo é possível), que espólio ficará como marcas ou sinais da sua passagem ou presença no país?

 

Fiz a mesma pergunta a uns vizinhos que das várias respostas dadas, anotei, concordando, a seguinte: “Certamente os Bottle-Store”.

quinta-feira, 06 janeiro 2022 09:15

A Covid-19 e os "testes negativos do PR"

Há dias um teste rápido da Covid-19 colocou o Presidente da República de Moçambique Filipe Nyusi e sua esposa Isaura Nyusi no radar da Covid-19, a doença que está a arrasar o mundo. O resultado positivo do teste rápido do Mais alto Magistrado da nação, o Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS) gelou alguns circuitos de opinião nacional, levando muita gente, que ainda não acredita que a Covid-19 é coisa séria, a começar a acreditar, que afinal não é mentira! O facto é que muita gente na província de Maputo que acompanhou a situação, através da comunicação social, inundou o Hospital Provincial da Matola atrás de testes da Covid-19.

 

Nos “chapas”, algumas pessoas só comentam que até o chefe maior que é controlado todos os dias por especialistas pegou a Covid-19. Quem é você para não se proteger, logo alguém que salta de “chapa” em “chapa”! Noutros locais, vozes atentas vasculhavam fotos e notícias em que o Chefe de Estado moçambicano aparecia a vacinar - havendo algumas pessoas que argumentavam que não chegaram a ver o homem forte da Pérola do Índico a vacinar. Do mesmo modo que tantos outros altos dirigentes nunca vieram a público demonstrar este nobre exemplo que na PRM muitos "chefes" podem vir a levar "txaia" com o magnífico da casa.

 

Sobre os dirigentes vacinados, a única figura estatal que veio a público e foi vista a ser vacinada é o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, mas o restante, talvez, no dia em que vacinaram havia corte de energia nacional, porque não chegou a ser referenciado - nem os nossos Mickeys, Tom e Jerrys da escolinha do barulho demonstraram tais gestos - mas talvez façam nos próximos dias!

 

Mas voltando ao Chefe de Estado, é que desde o período da manhã da última quarta-feira (05.01) começaram a circular informações de que o exame PCR do PR havia dado negativo e a coisa ganhou forma já no princípio da noite com um comunicado oficial da presidência confirmando que, de facto, o exame foi mesmo negativo - o caso veio agitar a sociedade que começou a questionar-se sobre a seriedade do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e a qualidade do material usado. Os outros dizem que, caso os cidadãos que foram diagnosticados com Covid-19 tivessem a oportunidade de fazer mais um teste talvez daria negativo também e que muita gente estava a tomar talvez a medicação sem estar doente - argumentam os cidadãos!

 

Que bagunça, este resultado trouxe! Havendo aqueles que dizem que o exame foi martelado, uma vez que se precisa inaugurar a Plataforma flutuante e que os jornais, rádios e televisões estão sedentos da notícia oficial para começar o longo período da publicidade e das vantagens que nunca chegam para o povo sobre a operação do gás e petróleo no país! As más línguas entendem que houve uma má gestão de comunicação e informação sobre a situação do Chefe maior com seus assessores, uma vez que o presidente Masisi do Botswana também acusou positivo através do teste rápido - ya o assunto está mesmo quente!

 

Ninguém está interessado em entender a eloquente e informada análise do Director-geral do INS de que casos do género podem acontecer. As pessoas já estão a passar um certificado de incompetência às autoridades de saúde por causa deste "milagre do chefe"- agora todos querem saber sobre a mamã Isaura, como ela está – será que foi susto também? - Comuniquem também...!

 

E caso aconteça o mesmo com o Presidente Masisi, como fica a nossa reputação perante os aliados? Opah! Deixemos que tudo venha à tona e que as explicações sejam de facto claras!

 

O certo, companheiros e companheiras, é que a Covid-19 mata e que erros humanos podem existir, embora a este nível sejam bastante questionáveis e problemáticos. Mas vamos vacinar, protegermo-nos e seguir as orientações das autoridades, mesmo que haja privilegiados e sacrificados!

 

Cuidem-se!

 

Está a virar moda promover o ridículo, o insano e os maus exemplos daquilo que ocorre na sociedade moçambicana e todos nós alimentamos a ridicularização com partilhas e publicações. Ano após ano, as redes sociais são usadas para fazer “viralizar” actos que não contribuem para boa convivência social. Carentes de bons exemplos e de algo construtivo, acabamos apadrinhando tais situações. 

 

Escrevo esta reflexão, num momento em que quase todas as contas pessoais, páginas e grupos de WhatsApp em Moçambique, do Rovuma ao Maputo, promovem um nome: "Gambeta", é Gambeta por tudo que é conta. Até órgãos de comunicação social televisivos concedem entrevistas. A princípio, dá-se a entender que o tal do Gambeta terá feito algo extraordinário, com risco de no fim do ano, alguém o indicar "figura do ano".

 

Esta carência de heróis está a ridicularizar a nossa sociedade e o nosso status quo enquanto moçambicanos. Estamos sempre a promover o ridículo, foi assim com o famigerado Dércio, que lesou uma família, com a promessa de casamento e andou a fazer coisas erradas com outras e no final transformou-se numa estrela e com direito a um programa televisivo, apresentado por si e um leque de fotografias.

 

Não é em vão que um forasteiro como Mariano Nhongo teve toda a audiência e capas de jornais. A princípio, penso que precisamos de reflectir sobre o modelo de sociedade que pretendemos. Que país as futuras gerações irão encontrar, se a coisa continuar neste prisma? É complicado quando demos tanto espaço aos Escobares ou Bonomades em miniatura.

 

Enquanto não sabermos distinguir o que deve merecer atenção e o que não merece, continuaremos a assistir este apego a coisas ruins e que não contribuem para a moralização da nossa sociedade já doentia. Precisamos de começar de algum lado, porque isto não é normal. Não podemos continuar a transformar o mau em bom. O acto de Gambeta, embora inconsciente, deve merecer o nosso repúdio. Não deve ser algo que deve servir de exemplo para ninguém, porque a sorte esteve por detrás das pessoas, caso contrário, estaríamos a chorar por aquele acto irresponsável. Várias famílias e propriedades públicas e privadas estariam destruídas pelos danos colaterais que o acto acarretaria.

 

Precisamos de romper de uma vez por todas a promoção da mediocridade, de assuntos nocivos da sociedade. A promoção daquilo que não deve ser feito e publicitado na sociedade. É importante que passemos a atrair o "bom cheiro". Os bons exemplos, porque só assim dançaremos num ritmo aceitável e dentro dos ditames aceitáveis socialmente. Se for para “viralizar”, que “viralize” o repúdio a actos nocivos. Que “viralize” a nossa crítica a coisas perigosas.

 

Precisamos de romper este olhar positivo para o mal, em casos como os parte-cocos, os C4 Pedro de Namicopo e outros maus exemplos para as milhares de crianças que um dia serão os cidadãos deste país jovem e que precisam de crescer numa sociedade sadia e banhada de boas referências sociais, políticas, culturais, económicas, académicas e religiosas.

 

Brincar é sempre bom, mas devemos saber quando, onde e como brincar. É urgente que comecemos a “desgambetizar” e a mudar o cenário actual, porque assim já não dá!