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Redacção

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segunda-feira, 16 setembro 2019 08:20

Governo selecciona consultor para Mphanda Nkuwa

O Governo, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), apurou o consórcio Synergy Consulting, Baker Mckenzie, Worley Parsons e HRA Advogados, para prestar assistência técnica na elaboração da estratégia da estruturação legal e financeira do Projecto da Barragem de Mphanda Nkuwa, soube o nosso jornal.

 

A selecção resultou de um concurso público, lançado em Março do presente ano, pelo MIREME, que obedeceu a procedimentos de “procurement” internacional, tendo transcorrido duas etapas, nomeadamente, a de manifestação de interesse na qual participaram dezoito (18) entidades e a segunda limitada a nove (9) firmas pré-qualificadas.

 

O nosso jornal soube, por outro lado, que o consórcio ora seleccionado é constituído por firmas com créditos internacionais, especializadas em estruturação financeira, técnica, comercial e legal, com vasta experiência na implementação de projectos de infra-estruturas na área de energia em empreendimentos desenvolvidos na base de “project finance”.

 

De acordo com os termos de referência do concurso público, a entidade seleccionada irá trabalhar com o Gabinete de Implementação do Projecto Mphanda Nkwua, prestando assessoria de toda a natureza requerida para viabilizar a actualização dos estudos técnicos identificados como críticos e para a selecção do parceiro estratégico, que se deverá juntar às empresas públicas EDM e a HCB no desenvolvimento das infra-estruturas projecto.

 

A contratação do consultor irá imprimir celeridade no processo de selecção do Parceiro Estratégico para o desenvolvimento do empreendimento.

 

Mphanda Nkuwa apresenta-se como um projecto estruturante para o país, devendo contribuir para responder ao desafio do aumento da disponibilidade de energia para o desenvolvimento económico e social e para fazer de Moçambique um país de referência no fornecimento ao mercado regional da África Austral.

 

A implementação deste projecto irá gerar milhares de empregos qualificados e não qualificados, quer directos, quer indirectos e constituirá um forte estímulo para o empresariado nacional industrial, comercial, agrícola e de prestação de serviços.

 

De recordar que no passado mês de Agosto, o Governo concluiu os acordos de financiamento para o projecto da linha de transporte a 400 kV ligando Temane-Maputo, numa extensão de 560 km, que constitui a primeira fase da construção da espinha dorsal da linha de transporte a ser usada para evacuação da energia a ser gerada em Mphanda Nkuwa.

 

A materialização de diversos projectos em curso em Moçambique, tanto de geração como de transporte, que incluem centrais hidroeléctricas e termoeléctricas a carvão e linhas de transporte de energia, todos eles de dimensão regional, representa um contributo na consolidação da cooperação regional, bem como no aumento das transacções de energia no contexto do mercado da SAPP. (Carta)

Acções da Guarda Presidencial podem estar por trás da tragédia de Nampula, que matou 10 pessoas e feriu 98, segundo uma investigação do Boletim do CIP, que ouviu pessoas presentes no evento, incluindo jornalistas e agentes policiais. Na quarta-feira, 11 de Setembro, o Presidente Filipe Nyusi, candidato da Frelimo, fez um "showmício" (show de música grátis+comício) no Estádio de Futebol 25 de Junho, de Nampula.

 

O recinto pode acomodar 5.000 pessoas sentadas, mas muitas outras estavam lá, em pé no campo. Filipe Nyusi havia acabado de sair do estádio quando milhares de pessoas tentaram sair ao mesmo tempo usando o único portão aberto. Algumas caíram e foram pisoteadas até à morte. Curiosamente, nenhuma televisão mostrou o momento do incidente, nem imagens de “smartphones” circulam nas redes sociais, como seria de esperar.

 

Nampula é uma cidade da oposição, onde a Frelimo venceu pela última vez em 2008. As eleições municipais de 2013 foram vencidas pelo MDM, e uma eleição suplementar em 2017 e as eleições municipais de 2018 foram vencidas pela Renamo. Muitos na plateia eram apoiantes da Frelimo que foram trazidos de longas distâncias para encher o estádio. Milhares de pessoas, incluindo muitas que foram ver o concerto de borla, ficaram presas por longas horas e não puderam sair. Nyusi estava programado para chegar às 15:00 e depois disso ninguém poderia sair. Ele chegou meia hora atrasado. Seu discurso terminou às 17 horas.

 

Depois que o comboio de carros de luxo de Nyusi saiu pelo portão principal, milhares de pessoas tentaram sair a pé atrás dos carros, mas o portão foi fechado novamente. As pessoas se aglomeravam perto do único portão que estava aberto durante o dia, mas ninguém podia sair.

 

Assim que Filipe Nyusi e sua comitiva foram embora, a maioria dos presentes mostrava-se impaciente; queriam sair ao mesmo tempo, mas o portão foi fechado novamente. Muitos jornalistas já se tinham retirado em carros da comitiva. Outros, que estavam a pé, não foram autorizados a sair. "Consegui esgueirar-me pelo pequeno portão perto da bilheteria, porque tinha de cumprir prazos", disse um jornalista.

 

Outros candidatos à Presidência da República são protegidos pela Polícia. Mas Filipe Nyusi, como Presidente em exercício, é protegido pela Guarda Presidencial (Casa Militar da Presidência da República). O site da Presidência explica que "é função da Casa Militar proteger os lugares ocupados, permanente ou provisoriamente, pelo Chefe de Estado, incluindo a regulamentação e controle do acesso às áreas ocupadas pelo Presidente da República" https://www.presidencia.gov.mz/por/Presidencia/A-Casa-Militar

 

Em Nampula, foram os agentes da Casa Militar, dirigidos pelo Brig. Eugênio Roque, quem estava no comando - não a Polícia - e foi a Casa Militar quem bloqueou os três portões do estádio. A falta inicial de informações sobre a tragédia ocorreu porque a maioria dos jornalistas já havia saído com o Presidente. Quando a notícia se espalhou, eles correram para o Hospital Central, onde foram bloqueados pela Casa Militar. À mão armada, Eufrasio Gilberto, um operador de câmera da HAQ Televisao, foi forçado a entregar sua câmera. Outros foram forçados pela Casa Militar a apagar as fotos que haviam tirado.

 

Comandante da Polícia de Nampula, Joaquim Sive, não estava no comando

 

Após o incidente, o ministro do Interior, Basílio Monteiro, nomeou uma comissão de investigação de quatro policiais seniores e suspendeu o Comandante Provincial da Polícia, Joaquim Sive. Mas a segurança no evento não foi controlada pela Polícia, porque havia sido assumida pela Casa Militar, que é especificamente responsável pela segurança presidencial. Como o site da Presidência enfatiza: "O pessoal da Casa Militar provém principalmente das forças armadas e das forças policiais, destacadas. Durante o período de destacamento, o pessoal está totalmente subordinado à Direção da Casa Militar".

 

A Polícia não foi a responsável pela segurança do “showmício”. Basílio Monteiro actuou, como Ministro do Interior, para suspender o Comandante da Provincial, mas ele também era uma parte interessada no caso. Monteiro estava em Nampula no local do incidente que acompanha Filipe Nyusi na campanha. Ele faz parte da campanha de Nyusi como membro da Brigada Central da Frelimo na província da Zambézia. (JH, CIP)

segunda-feira, 16 setembro 2019 07:13

CTA lança XVII CASP a decorrer em Maio de 2020

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) lançou, semana finda, a XVII Conferência Anual do Sector Privado, denominada CASP, a decorrer em finais Maio do próximo ano.

 

No acto do lançamento, que contou com a presença do Ministro da Indústria e Comércio (MIC), representantes de missões diplomáticas e diversos empresários, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, disse que a XVII CASP 2020, a decorrer sob lema “Criando um ambiente de negócios para a diversificação da economia”, compreenderá três principais componentes, nomeadamente, o Diálogo Público-Privado, o Mozambique Business and Investment Summit e a Expo CASP.

 

Vuma explicou que a componente do Diálogo Público-Privado (DPP), que tem o seu ponto fulcral nas reformas, como já é tradicional, irá centrar-se na identificação das prioridades e necessidades de reformas do ambiente de negócios, para a facilitação e atracção de investimentos em todos os sectores, com especial atenção para o Petróleo, Gás, Energia, agricultura, turismo, transporte, infra-estruturas e serviços afins.

 

“A segunda componente, o Mozambique Business and Investment Summit, um esforço conjunto de grandes instituições financeiras de desenvolvimento, patrocinadores de projectos concretos e outros investidores interessados em acelerar a prosperidade de Moçambique, será (…) uma oportunidade em que cada um dos actores usará ferramentas à sua disposição para reduzir o risco de investimentos em escala e acompanhar a entrega das transacções”, afirmou Vuma.

 

Em termos de projectos de investimentos, a CTA espera ainda, no Mozambique Business and Investment Summit, a participação de mais de 20 Instituições Financeiras de Desenvolvimento, com as quais serão discutidos projectos que ascenderão a um bilião de USD em valor dos negócios.

 

A terceira componente da XVII CASP será a EXPO CASP, uma feira onde empresas de diversos sectores e instituições provedoras de serviços públicos terão a oportunidade de expor as suas potencialidades, marcas e produtos, bem como instituições provedoras de serviços públicos.

 

Na EXPO CASP “esperamos que as secções comerciais das Embaixadas façam bom uso deste espaço, apresentando um show case dos mercados nos seus respectivos países, quer para exportar, bem como o interesse existente da parte das suas empresas em exportar para Moçambique e as respectivas facilidades”, acrescentou Vuma.

 

A acontecer numa era de grandes investimentos que irão catapultar o crescimento económico do país, com destaque para o sector de Petróleo e Gás Natural, o Ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, instou as empresas a apostar na certificação para que efectivamente possam tirar proveito das oportunidades de negócios geradas pelas multinacionais.

 

“A certificação não pode ser vista como uma mania das multinacionais, mas sim como requisito imprescindível para a prestação de serviços a esta indústria muito exigente”, afirmou De Sousa, tendo, a par disso, depois lembrado o lançamento pela CTA, ainda na semana finda, do Programa Nacional de Certificação de Empresas (Pronacer).

 

Da XVII CASP 2020, em que a CTA prevê acolher cerca de 2000 participantes que de diferentes pontos do país e do mundo, o Ministro espera aprofundar a análise do DPP para a materialização de reformas legais e administrativas com vista à melhoria do ambiente de negócios no país. (Evaristo Chilingue)

Luísa Patrício, 23 anos, moçambicana a viver há quatro na África do Sul, quase morreu atacada por alguém que pensava ser de um "povo irmão".

 

"Eles atearam fogo em casa da minha vizinha e aí eu percebi. Algumas pessoas aconselharam-nos a fugir" e assim foi. No dia 01 de setembro, Luísa e a irmã refugiaram-se na esquadra mais próxima, em Mbombela (cidade também conhecida por Nelspruit), a 200 quilómetros de Maputo.

 

"A minha irmã e eu fugimos e levei comigo apenas o telefone. Perdi tudo. Eles queimaram tudo", conta a jovem. Ela e a irmã fazem parte do primeiro grupo de moçambicanos que voluntariamente regressaram ao país natal, com o apoio do Estado.

 

A Lusa encontrou-as num ponto de acolhimento em Moamba, junto à estrada que liga Maputo à fronteira de Ressano Garcia onde desde quinta-feira estão a ser recebidos os emigrantes que fogem à violência na África do Sul, antes de serem encaminhados para as suas localidades de destino.

 

O medo transparece em toda a descrição dos últimos dias. "Eles não estão a queimar apenas as nossas coisas e as nossas casas, estão a queimar as pessoas também. Se eles te encontram a voltar do serviço, eles queimam-te. Eles dizem que nós estamos a tirar-lhes o trabalho", acrescentou.

 

Luísa e a irmã emigraram ilegalmente para a África do Sul como muitos moçambicanos que tentam fugir da pobreza.

 

Já trabalhou como cabeleira e como vendedora informal de comida nas ruas de Mbombela e diz que agora passou por um pesadelo.

 

Pedro Júnior, 33 anos, moçambicano proveniente de Maputo, estava há oito meses a trabalhar como serralheiro na África do Sul e também está entre os que decidiram voltar ao país de origem.

 

"Acordei no dia 03 para ir trabalhar e nem cheguei ao serviço porque eles perseguiram-me. Então, tive de correr", narra o jovem moçambicano, emigrante ilegal na região de Guateng. Quando percebeu que a sua vida estava em perigo, também correu até à esquadra mais próxima.

 

"Desde dia 02 estivemos todos na esquadra", observou Pedro Júnior, apontando para outros em redor.

 

E queixa-se de que a polícia sul-africana está a lidar com o problema de ânimo leve.

 

"O que mais me irritou foi o facto de a polícia não conseguir reagir. Eles deixam as pessoas fazer estragos. Não somos irmãos?" - questionou o jovem moçambicano, cuja casa foi incendiada.

 

"Voltar para a África do Sul, nunca mais. A ideia agora é tentar lutar aqui", garante Luísa Patrício. O primeiro grupo de moçambicanos repatriados chegou a Moamba na noite de quinta-feira. São cerca de 138 pessoas que estão a ser assistidas num centro de trânsito e que nas próximas 72 horas deverão ser levados às suas terras de origem.

 

Desde 01 de setembro, pelo menos 12 pessoas morreram, vítimas de ataques xenófobos na África do Sul, entre as quais um estrangeiro cuja nacionalidade não foi revelada. De acordo com dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros moçambicano, mais de 400 moçambicanos manifestaram interesse em regressar ao país natal desde os primeiros episódios de violência. (Lusa)

Seis meses depois da passagem do ciclone Idai e cinco meses após o ciclone Kenneth, perto de 1 milhão de pessoas, entre adultos e crianças menores de cinco anos afectadas por estas calamidades naturais, enfrentam uma crise nutricional, devido à escassez de alimentos.

 

De acordo com as projecções do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), a situação poderá piorar nos próximos meses, podendo afectar 200.000 crianças com idades abaixo de cinco anos, em zonas afectadas pelas calamidades naturais até Fevereiro de 2020, sendo que 30.000 crianças podem ficar extremamente desnutridas e em risco de morte durante este período.

 

Segundo a organização, a situação deve-se à devastação, em Março e Abril último, de quase 780.000 hectares (7.800 quilómetros quadrados) de culturas agrícolas. A Representante da UNICEF, em Moçambique, Marcoluigi Corsi, citada no comunicado de imprensa, divulgado no site da organização, aponta que a devastação agrícola causada pelos ciclones só veio piorar os níveis de desnutrição infantil.

 

“É urgente e necessários mais recursos para apoiar os esforços humanitários que estão a ser levados a cabo pelas organizações”, salientou.

 

Segundo a organização, o nosso país notificou, pela primeira vez, casos de pelagra, uma doença ligada à deficiência da vitamina B3, que resulta da diversidade alimentar limitada e, neste momento, foram reportados mais de 600 casos, sendo que também é esperado o aumento de casos de malária e doenças diarreicas, durante a próxima época chuvosa.

 

Por sua vez, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), referenciada no comunicado, indica que o preço do milho aumentou e permanece mais alto em comparação com os preços do mesmo período do ano passado, nas províncias de Manica e Nampula e, face a esta situação, há evidências que indicam que várias famílias estão empurrando seus filhos para trabalho infantil e casamentos prematuros.

 

A título de exemplo, as missões de monitoria levadas a cabo recentemente pela UNICEF apontam que os casos de meninas casadas caiu abaixo da média pré-emergência de 13 a 14 anos.

 

Para implementar seus programas para mulheres e crianças, a UNICEF Moçambique necessita de 102.6 milhões de USD até Maio de 2020 e até agora apenas conseguiu angariar 34.1 milhões, o que deixa um défice de financiamento de 68.5 milhões, correspondente a 67 por cento. (Marta Afonso)

Eram 17 horas e 55 minutos, da última sexta-feira (13 de Setembro), quando pouco mais de 15 homens, fortemente armados, atacaram um autocarro e uma viatura pesada de transporte de mercadoria, da marca Freightliner, a 40 Km da Vila-Sede do distrito de Malema. Do ataque, resultou uma morte (motorista do autocarro), cinco feridos (passageiros que seguiam no autocarro) e o roubo de dinheiro e bens, conforme contam as fontes da “Carta” naquele distrito, localizado no noroeste da província de Nampula.

 

Segundo apurámos, o ataque ocorreu no troço entre a vila-sede de Malema e a Localidade de Nacata e os veículos vinham do vizinho distrito de Cuamba, localizado no sudeste da província de Niassa. De fontes oficiais, soubemos que, dos cinco feridos, três estão a receber assistência médica no Hospital Central de Nampula. De acordo com os sobreviventes, os homens que atacaram os veículos falavam as línguas “chisena e ndau” e estavam armados com AK-47, pistolas e armas brancas.

 

Durante o ataque, os indivíduos exigiram que todos os passageiros tirassem valores e que não se agitassem. Uma fonte oficial garantiu que, nos últimos dias, o cenário é de medo, tendo inclusive afectado a campanha eleitoral, com os partidos políticos a não saírem para a habitual “caça ao voto”.

 

De salientar que este é o segundo ataque a ser registado na província de Nampula, em dois anos. A 27 de Agosto de 2017, dois indivíduos atacaram o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique, na vila de Nametil, no distrito de Mogovolas, onde roubaram armas de fogo. Os referidos indivíduos dirigiram-se àquele local, fingindo querer apresentar uma queixa contra terceiros, entretanto, no interior das instalações tiraram armas de tipo pistola, tendo assassinado o oficial de permanência e ferido gravemente outro agente.

 

“Carta” procurou, durante o fim-de-semana, ouvir a versão da Polícia, mas sem sucesso. (Omardine Omar)

O chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia às eleições de 15 de Outubro próximo, Nacho Sánchez Amor, defendeu, sábado último, a necessidade de a Procuradoria-Geral da República (PGR), dirigida por Beatriz Buchili, tornar públicos, com maior brevidade possível, os resultados da investigação levada a cabo aos controversos dados do Recenseamento Eleitoral na província de Gaza.

 

A publicação atempada das conclusões da investigação aos números do chamado “frelimistão”, por parte do Ministério Público, cuja averiguação foi solicitada pelo partido Renamo, atirou Amor, contribuirá para conferir credibilidade ao processo eleitoral, desde que os resultados respondam, cabalmente, àquelas que são as principais inquietações levantadas pelos partidos políticos, na sua maioria da oposição e pela sociedade civil em geral. 

 

Adiante, Sancho Amor assegurou que a Missão de Observação da União Europeia está a fazer um acompanhamento minucioso do processo eleitoral moçambicano (que começou com a fase do recenseamento eleitoral), pelo que tudo quanto diz respeito ao mesmo está e vai merecer a devida atenção durante o período em que se encontrarão a trabalhar no país. 

 

Nacho Sánchez Amor proferiu estas declarações durante a cerimónia do destacamento de um contingente de 32 observadores de longo prazo que, no último sábado, seguiu para as províncias que compõem o país para, de perto, acompanhar o processo eleitoral, isto a convite das autoridades moçambicanas.   

  

“Quanto ao recenseamento eleitoral, estamos cientes e informados que tem sido largamente debatido na sociedade moçambicana e que se tem levantado dúvidas sobre os números que foram tornados públicos. Ouvimos estas preocupações dos partidos políticos e da sociedade civil, sabemos que o processo, pelo menos parte dos factos têm de ser dados pela PGR, e pensamos que é muito importante para gerar confiança no processo que a decisão de todas as autoridades envolvidas na operação e da PGR seja uma decisão atempada e que dê resposta à inquietação que se levantou na sociedade. A missão está a fazer um registo muito apurado dos dados levantados no processo do recenseamento. Estamos cientes do que está a acontecer e estamos a tratar disso e será um elemento a ter em conta durante o nosso trabalho aqui Moçambique”, disse Nacho Sánchez Amor.

 

O processo-crime, cujos termos correm na PGR, resulta de uma queixa efectuada pelo mandatário nacional da Renamo, por considerar haver elementos que consubstanciam ilícitos eleitorais, caracterizados pela inscrição dolosa de eleitores e falsificação dos cadernos de recenseamento eleitoral.

 

Importa fazer menção que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) recusou, recentemente, a proposta de auditoria externa aos polémicos números de recenseamento eleitoral na província de Gaza oferecida pelo Centro de Integridade Pública (CIP), alegadamente porque o processo corre os seus trâmites na PGR.

 

A auditoria externa aos dados da CNE, oferecida pelo CIP, resulta da disparidade existente entre os números apresentados pelos órgãos eleitorais e o Instituto Nacional de Estatística (INE). O INE diz ter recenseado 836.581 cidadãos em idade eleitoral, enquanto os órgãos eleitorais apontam ter recenseado 1.166.011 eleitores, o que representa uma diferença de 329.430 eleitores.

 

Os 32 observadores de longo-prazo destacados para fazerem o acompanhamento das eleições gerais nas 11 províncias do país fazem parte de uma missão de 150 observadores eleitorais da UE que vão, tal como assegurou Amor, acompanhar, para além da campanha, actualmente em curso, a votação e o apuramento dos resultados.

 

“A missão vai ficar até ao final do processo. Até ao apuramento e anúncio dos resultados eleitorais, ficaremos cá”, anotou.

 

No que respeita ao número de observadores destacados, Nacho Sánchez Amor assegurou que a equipa (150 observadores) destacada para esta missão garante um desdobramento pelas assembleias de voto à altura de recolher informação que permita proceder a uma leitura íntegra e idónea de todo o processo eleitoral.

 

Dados fornecidos pelos órgãos eleitorais apontam que, no dia 15 de Outubro que se avizinha, 12,9 milhões de eleitores vão às urnas escolher o Presidente da República, os Governadores de Província (pela primeira vez), os deputados da Assembleia da República e os membros das Assembleias Provinciais. (I.B.)

Desconhecidos incendiaram nesta madrugada a residência da mãe de Manuel de Aráujo, actual presidente da edilidade de Quelimane, representando a Renamo, e candidato a Governador da Província da Zambézia pelo maior partido da oposição. Manuel de Aráujo foi quem nos forneceu a informação, mostrando-se visivelmente consternado. Ele colocou um “post” na sua página de Facebook, mostrando fotos testemunhando o incêndio e dizendo o seguinte:

 

“Foi incendiada nesta madrugada a casa da minha mãe no bairro Coalane. A intenção era de a matar. Um grupo de malfeitores jogou gasolina na residência após terem neutralizado o guarda”.

 

Araújo é um político popular na Zambézia, onde facilmente arrasta multidões, e apresenta-se com maiores probabilidades de vir a tornar-se governador da província, uma possibilidade que não tira sono aos apoiantes mais radicais da Frelimo, partido no poder.  

 

Por isso, Manuel de Araújo tem sido alvo de uma forte campanha de intimidação, a que não escapam seus apoiantes. Na semana passada, dois apoiantes seus, um casal de professores, leccionando em Derre, no interior da Zambézia, foi violentamente agredido com material contundente, escapando à morte por pouco. Regra geral, a Frelimo não se pronuncia nestes casos em que a aposição é vítima de investidas protagonizadas por seus militantes. (Carta)

O filósofo e Reitor da Universidade Técnica de Moçambique (UDM), Severino Ngoenha, desafia os advogados a trabalharem para a fortificação da democracia, de modo a garantir justiça no país, algo descrito ainda como uma miragem.

 

O desafio foi lançado na última sexta-feira (13 de Setembro), em Maputo, durante a celebração dos 25 anos da criação da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM). Na ocasião, Ngoenha defendeu que ainda vivemos numa sociedade injusta, pelo que aquela classe profissional tem a missão de trazer a justiça aos cidadãos, pois, guiam-se por princípios justos.

 

No entender do filósofo, a função do Direito não deve ser de separar, mas de costurar a sociedade, como forma de garantir que a justiça prevaleça. Para o filósofo, as injustiças que acontecem no país, como a “usurpação de terras em Moma (Nampula), Tete e Gaza; a exclusão de candidatos nas eleições dos partidos políticos; a escalada da violência existente e outros casos” demonstraram que há muita injustiça, pois, na sua óptica, as leis devem defender o “povinho e os ricos” e não uma parte dela, como se vê em Moçambique.

 

Continuando, Severino Ngoenha defendeu ainda que a falta de consenso na elaboração de leis cria conflitos. A propósito, enfatizou que, até hoje, o país só produziu três consensos, nomeadamente, a Luta de Libertação Nacional, que permitiu a proclamação da independência, em 1975; o Acordo Geral de Paz, assinado em 1992; e o Acordo de Paz Definitiva, que apelida de Acordo da Shoprite (supermercado localizado nas proximidades da Praça da Paz, local onde foi realizada a cerimónia), assinado a 06 de Agosto último pelos Presidentes da República e da Renamo. Aliás, no entender do Reitor da UDM, o Acordo de Filipe Nyusi e Ossufo Momade é paradoxal, pois, ainda existem vários problemas, com destaque para a insurgência em Cabo Delgado e a Junta Militar da Renamo.

 

Outro consenso registado pelo filósofo é a injustiça que se vive no país. “Quando se assiste pessoas a serem seviciadas, afastadas do parlamento por terem trocado de um partido para o outro, isso demonstra que todos vivem situações de injustiça, sendo que as leis devem ser boas para todos, porque só assim se terá instituições fortes”, observa a fonte.

 

Acrescentando, Severino Ngoenha disse que os advogados precisam de trabalhar para a defesa dos direitos humanos porque só assim estarão a agir para a virtude da justiça e da amizade. Defende também que só com instituições legítimas é que se pode criar leis justas e que podem garantir a governabilidade do país. “Um país menos injusto é garantido por instituições que têm prerrogativas justas”, atira o académico.

 

O filósofo entende, igualmente, que precisamos ter instituições aglutinadoras para que tenhamos um país menos injusto e que paute por leis justas. Afirma que o exercício da advocacia, em Moçambique, devia ser uma missão e não um privilégio, como se assiste porque os advogados é que fortificam a democracia de um país. (Omardine Omar)

O recente lançamento do novo pacote Família no dia 01 de Setembro com mais de 55 canais sendo 28 dos quais em Português e a um preço de 1000Mts, é uma demostração clara do esforço da DStv, líder no mercado na provisão de conteúdos de televisão digital e por satélite, em oferecer mais valor e opção de escolha aos seus clientes em Moçambique, o que permite satisfazer continuamente as necessidades de visualização das famílias bem como permite conciliar a um preço acessível o melhor do entretenimento, do desporto e novidades exclusivas.

 

Para garantir que nenhum cliente fique privado de usufruir do conteúdo diversificado que o novo Pacote Família traz, todos os clientes do Pacote Fácil que tenham a conta activa ou paguem a sua conta durante o mês de Setembro tem oferta de visualização grátis do novo pacote Família por 30 dias. Neste pacote, os clientes usufruem de canais como o Panda, MNET Movie Zone, Food Nework, Trace Toca, AXN, Supersport 7 e 8.

 

 

Com o regresso da excitante Liga do Campeões da UEFA nos dias 17 e 18 de Setembro, os clientes do Fácil poderão desfrutar de alguns jogos como por exemplo a transmissão do jogo Benfica vs Leipzig no dia 17 de Setembro no canal Supersport Máximo 360.

 

 

Os subscritores de vários pacotes da DStv em Moçambique verificaram ainda desde o dia 1 de Setembro, a reduções mensais de preços dos seus pacotes desde o Fácil ao Bué. A queda de preços garante que o entretenimento doméstico de qualidade permaneça acessível aos consumidores, apesar do clima económico desafiador e condições de mercado dinâmicas.

 

A par da redução de preços e do lançamento do novo pacote Família, a DStv restruturou os seus canais nos pacotes existentes, tendo permitido a remoção de alguns e entrada de novos canais na sua grelha, tudo com o objectivo de satisfazer os clientes oferecendo-lhes maior escolha e conteúdos recentes que passam pelos mais recentes filmes, séries, música e desporto, estilo de vida, comédia, gastronomia, ficção científica, moda, celebridades e programação infantil de qualidade.

 

Com estas medidas, a DStv continua a oferecer uma relação custo/benefício maior, o que também permite que os clientes tenham acesso a uma gama cada vez maior de opções de entretenimento doméstico.

 

A Multichoice presente em Moçambique a mais de 20 anos, garante aos seus clientes 100% qualidade digital e orgulha-se do seu compromisso contínuo de oferecer a melhor experiência de entretenimento audiovisual, contando as melhores histórias, trazendo as melhores emoções do desporto de classe mundial. O entretenimento de qualidade digital sempre foi o elemento central na plataforma da DStv.