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BCI
quarta-feira, 27 maio 2020 05:55

Governo moçambicano aprova alteração acionista do projeto de gás liderado pela Total

O Governo moçambicano aprovou ontem um decreto que formaliza a entrada da petrolífera francesa Total para a liderança do projeto de gás natural da Área 1, um negócio concluído em setembro de 2019.

 

"A alteração vai permitir a inclusão da Total na estrutura de financiamento do projeto", disse Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, após uma sessão do órgão em Maputo.

 

A Total passou a liderar o consórcio da Área 1 ao comprar a quota de 26,5% que pertencia à Occidental, uma petrolífera norte-americana que no último ano adquiriu a Anadarko, empresa que arrancou com o projeto moçambicano e que o liderava.

 

Na Área 1, a Total lidera o consórcio de que fazem parte a japonesa Mitsui (20%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), as indianas ONGC Videsh (10%) e a sua participada Beas (10%), a Bharat Petro Resources (10%) e a tailandesa PTTEP (8,5%).

 

Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, em Maputo, Max Tonela, ministro dos Recursos Minerais e Energia, disse que os trabalhos em Cabo Delgado decorrem "conforme programado e o progresso é satisfatório".

 

"Com a entrada da Total foi feito um exercício de otimização do financiamento, que permitiu uma redução de custos em termos de juros na ordem de 1.100 milhões de dólares (1.000 milhões de euros) durante a fase de construção e 700 milhões de dólares (637 milhões de euros) durante a fase de operação, o que vai permitir que todas as partes ganhem", descreveu.

 

No que toca ao Estado moçambicano, "deverá receber do projeto um incremento de 1.000 milhões de dólares", declarou.

 

A petrolífera francesa Total deverá assinar em junho acordos de financiamento com duas dezenas de bancos no valor de 15 mil milhões de dólares, devendo retomar em pleno a construção da zona industrial de processamento de gás, após uma redução para serviços mínimos devido à descoberta de casos de infeção pelo novo coronavírus em Afungi, Cabo Delgado.

 

Para o governante moçambicano, são "impactos recuperáveis e que não colocam em causa o programa global".

 

"Decorre a desinfeção dos campos e prevemos que até final do mês a área esteja livre de covid-19", acrescentou.

 

Moçambique tem 213 casos de infeção pelo novo coronavírus, um morto e 71 pessoas recuperadas.(lusa)

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