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quinta-feira, 28 janeiro 2021 06:04

Banco de Moçambique aumenta taxas de juro de referência

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu, esta quarta-feira, aumentar a taxa de juro de Política Monetária, taxa MIMO, em 300 pontos base (pb), para 13,25%.

 

Em comunicado de imprensa, o Banco justifica a decisão com a substancial revisão em alta das perspectivas de inflação para o médio prazo, a reflectir a contínua depreciação do Metical, num ambiente de maior agravamento dos riscos e incertezas, com destaque para as consequências negativas da propagação acelerada da Covid-19 e a ocorrência de calamidades naturais, para além da instabilidade militar.

 

“O CPMO decidiu, igualmente, incrementar as taxas de juro da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) em 300 pb, para 10,25% e 16,25%, respectivamente, e manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira em 11,50% e 34,50%, respectivamente”, lê-se na nota.

 

Pormenorizadamente, o Banco Central explica, em comunicado, que a inflação anual aumentou pelo quarto mês consecutivo, passando de 2,98% em Setembro para 3,52% em Dezembro de 2020.

 

“A inflação subjacente, que exclui os preços dos bens e serviços administrados e das frutas e vegetais, aumentou, no mesmo período, de 2,92% para 5,10%, com perspectivas de agravamento nos próximos trimestres. Paralelamente, prevê-se uma aceleração da inflação geral no médio prazo, a traduzir os efeitos da repassagem da depreciação do Metical para os preços domésticos, do fim da vigência de parte das medidas de contenção de preços decretadas pelo Governo, no âmbito da Covid-19 e dos choques climáticos”, detalha a nota.

 

Num outro desenvolvimento, o regulador do sistema financeiro nacional expõe que, para além da inflação, outros riscos associados agravaram-se substancialmente, tal é o caso, desde o último Dezembro, da rápida propagação da Covid-19 e a ocorrência de calamidades naturais, para além da instabilidade militar nas regiões centro e norte. A nível externo, a curto e médio prazo, o Banco de Moçambique realça o surgimento de novas vagas de infecções e estirpes do coronavírus, não obstante as vacinações em curso, bem como a volatilidade dos preços das principais mercadorias e o fortalecimento do dólar norte-americano.

 

No que toca ao crescimento económico do país, o Banco Central perspectiva uma recuperação mais baixa da actividade económica, em 2021, devido ao reforço de medidas restritivas causadas pela aceleração da propagação da Covid-19 no início do ano, sobretudo, nas áreas de lazer e restauração, combinado com o efeito negativo do conflito militar na zona norte, que condicionam o fluxo normal de parte das actividades de implantação dos projectos de exploração do gás natural, e os choques climáticos levaram a uma revisão em baixa das perspectivas de crescimento da actividade económica em 2021.

 

“Neste sentido, o CPMO continua a considerar pertinente o aprofundamento de reformas estruturantes na economia, visando o fortalecimento das instituições, a melhoria do ambiente de negócios, a atracção de investimentos e a criação de empregos”, lê-se no comunicado assinado pelo Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela. (Carta)

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