O Governo, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), e a petroquímica sul-africana Sasol anunciaram, esta segunda-feira, um investimento de 760 milhões de USD para o Projecto de Gás Natural de Temane.
De acordo com a nota de imprensa enviada à nossa Redacção, o investimento resulta da tomada, na última sexta-feira, da Decisão Final de Investimento para o desenvolvimento dos reservatórios adicionais de gás natural que se encontram ao redor dos campos de Inhassoro e Temane, no distrito de Inhassoro, província de Inhambane.
“O investimento vai permitir, por um lado, a produção de 23 milhões de Gigajoules de gás natural por ano, que serão usados para a produção de 30.000 toneladas de gás de cozinha por ano, naquela que será a primeira unidade do género de Moçambique. Por outro lado, irá permitir a geração de 450 MW de electricidade na Central Térmica de Ciclo Combinado de Temane, promovida pelo governo, que serão injectados na rede nacional para a electrificação do país e disponibilização de energia limpa e de baixo custo para o desenvolvimento regional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)”, diz a nota.
O documento refere ainda que o projecto contempla a produção de 4.000 barris de petróleo leve por dia, produto para exportação.
Refira-se que, a concretizar-se o projecto de produção das 30.000 toneladas de gás de cozinha (GPL) por ano, Moçambique deixará de importar cerca de 75% do volume actualmente importado, massificando, desta forma, o uso de gás de cozinha no país. A construção das infra-estruturas de produção de gás natural inicia em Julho próximo. (Marta Afonso)
O Governo vai adquirir, até Agosto próximo, 100 novos autocarros para o reforço da frota do transporte público urbano, anunciou, esta quarta-feira (17), o Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, no final da visita a alguns pontos da cidade de Maputo, onde decorre a operação do sistema de bilhética electrónica, em introdução, de forma faseada, desde início deste mês.
Em comunicado de imprensa, recebido na nossa Redacção, o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) explica que, dos 100 autocarros a serem adquiridos, 80 serão movidos a gás e os restantes a diesel, uma medida que visa reduzir os custos operacionais, atendendo ao preço do gás veicular. O investimento está avaliado em cerca de 6 Milhões de Dólares e visa dar uma resposta à procura na Região do grande Maputo, onde a situação é tida como crítica.
“A aquisição de viaturas movidas a gás vai permitir viabilizar o projecto, sabemos que o serviço dos custos operacionais dos autocarros é elevado. Contudo, com a utilização de gás estes custos irão reduzir e viabilizar o projecto. O projecto foi desenhado com esse pressuposto de que, os autocarros serão movidos a gás maior parte deles a um custo relativamente mais baixo em relação ao gasóleo”, disse o Ministro, citado na nota.
A nossa fonte acrescenta que, na última quarta-feira, Abdulai fez uma deslocação, de autocarro, ao distrito Municipal da Katembe, para avaliar o processo de implementação do sistema da bilhética electrónica, tendo no final manifestado satisfação com o grau de execução do processo.
Desde a introdução do sistema da bilhética electrónica, refere o comunicado, já foram registados cerca de 185 mil passageiros, distribuídos cerca de 79 mil cartões, instalada a central de atendimento ao cliente, instalados validadores nos autocarros, parametrizada toda a rede georreferenciada de transportes rodoviários públicos de passageiros. (Carta)
O Presidente do Conselho de Administração da empresa Aeroportos de Moçambique (ADM), Emanuel Chaves, foi, há dias, nomeado Presidente da Associação Internacional dos Aeroportos de África (ACI-África).
De acordo com uma nota de imprensa recebida na nossa Redacção, Chaves foi designado para o cargo e função de Presidente da referida associação com efeito de 15 de Fevereiro de 2021 até ao final do actual mandato da Presidência, ou seja, 31 de Dezembro de 2022.
“A nomeação é fruto do reconhecimento do trabalho que a empresa Aeroportos de Moçambique tem estado a levar a cabo, como parte integrante desta associação. Este constitui um marco importante para a empresa, em particular, e para o país, no geral, na medida em que vai enaltecer a presença e inclusão da língua portuguesa, na presidência e na associação, posição que vinha sendo dominada por falantes de Inglês e Francês”, assinala a empresa em comunicado.
A ACI-África foi estabelecida em 1991 e é constituída por 67 membros de 53 países africanos que operam em mais de 260 aeroportos e 44 parceiros. A associação é a voz dos Aeroportos e representa os interesses dos seus membros junto dos governos e organizações internacionais como a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), e outras, e promove a excelência profissional na gestão e operação aeroportuária. (Carta)
O volume de negócios da empresa Aeroportos de Moçambique (ADM) atingiu 1.4 mil milhões de Meticais em 2020, valor que representa um decréscimo em 54.2% em relação a 2019. Em causa, a empresa apontou a crise pandémica provocada pelo novo coronavírus que ditou, em todo o mundo, medidas fortes de circulação para evitar a propagação da doença.
Como consequência dessas restrições, a empresa registou uma queda acentuada no número de passageiros e carga transportadas em 2020, bem como o decréscimo de aeronaves que voaram no país.
Dos 2.2 milhões de passageiros previstos, a ADM registou, no ano findo, um milhão, contra 2.1 milhões de passageiros registados em 2019. A aviação nacional é a que mais queda registou, pois, de 1.5 milhão de passageiros esperados, a empresa registou apenas 825.9 pessoas em 2020, contra 1.4 registados no ano anterior.
No ano em análise, a empresa que gere os aeroportos de Moçambique registou 33.8 mil aeronaves que efectuaram voos no país, contra 68.4 mil planificados e 66.6 mil registados no ano anterior.
Em 2020, a empresa esperava transportar-se 17.2 milhões de toneladas de carga, mas apenas registou 8.8 milhões de toneladas, número que é quase metade de 16.9 toneladas registadas em 2019.
A ADM sublinha, em carta envida ao nosso Jornal, que a queda do tráfego aéreo é que influenciou grandemente para a redução drástica do volume de negócios da empresa.
Apesar dessa realidade, a empresa ressalta que, em 2020, continuou a levar a cabo várias acções, em geral, com vista a melhorar a qualidade das infra-estruturas que gere. Da lista de actividades, o foco vai para o início do processo de certificação do Aeroporto Internacional da Beira que culminou com a inspecção do aeroporto pelo Instituto Nacional de Aviação Civil de Moçambique (IACM) em Dezembro de 2020.
No ano passado, a empresa iniciou também o processo de recertificação do Aeroporto Internacional de Nacala; licenciamento dos aeroportos de Nampula e Pemba; continuação do projecto de construção do Aeroporto de Xai-Xai entre outras actividades. (Evaristo Chilingue)
Se até 13 de Janeiro passado, as vendas online, introduzidas no âmbito do combate à Covid-19, tinham-se popularizado na comercialização de produtos alimentares, agora as mesmas estenderam-se para a venda de bebidas alcoólicas.
Com as restrições impostas pelo Presidente da República para a comercialização de bebidas alcoólicas (das 9:00 horas às 13:00 horas apenas de segunda-feira a sábado), alguns comerciantes recorreram às plataformas digitais para a venda do seu produto.
Segundo a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), que diz ter detectado este facto na última semana (de 03 a 15 de Fevereiro), as vendas são feitas com entregas ao domicílio e sem nenhuma observância das medidas de prevenção da Covid-19.
“Este tipo de negócio é ilegal, visto que a legislação não prevê este tipo de actividade económica, havendo muitos riscos para o consumidor que não sabe que procedimentos segue o produto até ser entregue na sua residência”, explicou Tomás Timba, porta-voz da instituição, acrescentando ainda ter-se observado também a transformação de residências em estabelecimentos de venda de bebidas alcoólicas.
Na conferência de imprensa concedida esta terça-feira, a INAE revelou ainda ter destruído diversos produtos alimentares e de higiene, avaliados em 28.920 Meticais por estarem fora de prazo. Entre os produtos destruídos, estão 11 caixas de chá cativadas na cidade de Nampula.
Timba disse ainda se ter verificado a não observância de horários de funcionamento nas lojas de conveniência, localizadas nas bombas de abastecimento de combustível. Tal como os outros estabelecimentos comerciais, as lojas de conveniência devem fechar às 18:00 horas. De um modo geral, a INAE diz ter notificado 59 agentes económicos e suspenso 69 estabelecimentos comerciais durante a última semana. (Marta Afonso)
O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado (resultado final da actividade de produção das unidades produtivas nacionais) apresentou uma variação de menos 2.37% no quarto trimestre de 2020, comparado ao mesmo período do ano anterior, e situou-se em menos 1.28%, em todo o ano de 2020.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) explica que o desempenho negativo da actividade económica no quarto trimestre de 2020, comparado com igual período de 2019, é atribuído, em primeiro lugar, ao sector terciário que decresceu em 4.06%, com maior destaque para o ramo de hotelaria e restauração com uma variação de menos 22.54%, seguido pelo ramo dos transportes e comunicações, com menos 7.45% e do ramo de serviços financeiros com cerca de menos 2.07%.
“Ocupa a segunda posição o sector primário com uma variação de menos 2.70%, induzido pelo ramo da indústria de extracção mineira com menos 13.1%, não obstante o desempenho positivo dos ramos da agricultura e da pesca com 1.13% e 1.56%, respectivamente. O sector secundário registou uma variação também negativa, de menos 2.30%, induzido pelo ramo da electricidade, gás e distribuição de água com menos 5.17%, seguido pelo ramo da construção com menos 3.84% e da indústria transformadora com variação negativa de 1.14%”, lê-se num comunicado do INE.
A Autoridade Estatística observou que, contrariamente aos ramos acima, o sector da agricultura, pecuária, caça, silvicultura, exploração florestal, actividades relacionadas tiveram uma maior participação na economia com peso conjunto no PIB de 18.3%, seguido pelos ramos de comércio e serviços de reparação com 10.7%.
Dos ramos que cresceram positivamente, o INE relata que estiveram, em terceiro lugar (depois da agricultura e comércio), os ramos de transportes, armazenagem e actividades auxiliares dos transportes e informação e comunicações com uma contribuição conjunta de 10.6%, seguido do ramo da Indústria Transformadora com um peso de 9.2%.
“O ramo da indústria da extracção mineira com um peso de 6.4%, administração pública, educação, aluguer de imóveis e serviços prestados às empresas, pesca e aquacultura com pesos de 6.5%, 5.9%, 5.3% e 1.7%, respectivamente. Os restantes ramos de actividade tiveram em conjunto um peso de 25.4%”, conclui a nota do INE sem precisar o real motivo da queda do desempenho da economia moçambicana. Ainda assim, sabe-se que a crise pandémica contribui em grande medida para esse efeito negativo. (E. C.)