O Indicador do Clima Económico (ICE), que é a expressão qualitativa da confiança dos empresários, prolongou a trajectória descendente pelo quinto mês consecutivo, tendo o respectivo saldo, mais uma vez, atingido o mínimo da respectiva série temporal em Julho último.
Em boletim mensal designado “Indicadores de Confiança e de Clima Económico”, o Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra que se em Junho a confiança dos empresários obteve 71,5 pontos, em Julho o indicador caiu para 73,2 pontos.
O INE explica que para o prolongamento da falta de confiança dos agentes económicos, no mês em análise, pesou a apreciação desfavorável das expectativas de emprego que vem diminuindo também pelo quinto mês consecutivo, facto que suplantou as apreciações positivas das perspectivas da procura no mesmo período de referência.
“Em termos sectoriais, o clima desfavorável em Julho continuou a ser influenciado pela avaliação negativa do indicador nos sectores de construção, dos transportes e dos outros serviços não financeiros, que suplantaram os sectores de alojamento e restauração, da produção industrial e de comércio que se apreciaram positivamente no período em análise”, detalha a autoridade estatística.
Mergulhados em crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o número de empresários que enfrenta dificuldades também vai aumentando. De acordo com dados do INE, em média, 63% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo, no mês de Julho, o que representou um aumento de 1% de empresas com limitação de actividade face ao mês anterior.
“Essa situação foi influenciada pelo incremento de empresas com limitação de actividade em todos os sectores, com excepção do sector de outros serviços não financeiros que diminuiu a proporção de empresas com limitação de actividade. Os sectores de alojamento e restauração, de transportes, da produção industrial e de comércio que viram mais de 55% das suas empresas afectadas por algum obstáculo no desempenho normal das suas actividades no período de referência”, justifica a fonte.
Em contrapartida, o INE observou que os sectores de construção e dos outros serviços não financeiros apresentaram menos de 55% das empresas com alguma limitação de actividade.
“Indicadores de Confiança e de Clima Económico” constitui uma publicação mensal sobre a conjuntura económica de Moçambique. O estudo expressa opinião dos agentes económicos (gestores de empresas) acerca da evolução corrente da sua actividade e perspectivas a curto prazo, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações da actividade. (Carta)
Em boletim mensal, designado “Indicadores de Confiança e de Clima Económico”, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que o indicador de perspectiva dos preços registou um ligeiro incremento no mês de Julho, interrompendo a queda que vinha registando desde o mês de Março.
A autoridade estatística revela que contribuíram para a alta dos preços futuros, no período em análise, o incremento do indicador nos sectores dos outros serviços não financeiros, de comércio e de construção.
“Contrariamente, os empresários dos sectores de transportes, de alojamento e restauração e da produção industrial previram em baixa os preços no mesmo período de referência”, observou a fonte.
Lembre-se que, no mês de Agosto último, os preços de bens e serviços dispararam de facto e isso acontece poucos meses antes do fim do ano, uma altura caracterizada pela subida de preços devido e por consequência do elevado custo de vida, pela quadra festiva.
“Indicadores de Confiança e de Clima Económico” constitui uma publicação mensal sobre a conjuntura económica de Moçambique. Expressa opinião dos agentes económicos acerca da evolução corrente da sua actividade e perspectivas a curto prazo, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações da actividade. (Carta)
Os ataques terroristas estão a afectar o tecido empresarial na província de Cabo Delgado, para além de semear luto, dor, destruição e deslocados, há quase três anos. A Cimentos de Moçambique, a maior empresa de produção de cimento no país, já se ressente dos efeitos da insegurança em Cabo Delgado.
Em entrevista telefónica à “Carta”, o Director-geral da empresa, Edney Viera, disse que o efeito da insegurança já é visível nas vendas. “Em comparação com o ano passado, as vendas recuaram entre 5% a 10%”, disse Viera, sem precisar números exactos por questões de concorrência.
O nosso interlocutor disse que, para além dos ataques, a crise pandémica é outro factor que afecta o mercado do cimento, não só na província de Cabo Delgado, mas também em toda a região norte do país, onde a empresa tem duas unidades industriais com uma capacidade de produção avaliada em 400 mil toneladas por ano.
Na zona centro do país, o Director-geral da Cimentos de Moçambique disse não haver motivos para a queixa, embora o desejo fosse incrementar ainda mais os níveis de venda. Nessa zona, a empresa produz, anualmente, um milhão de toneladas de cimento na unidade fabril instalada no distrito do Dondo.
No sul do país, aquele gestor da empresa público-privada queixou-se da maior concorrência alimentada por outras cinco produtoras de cimento. Além disso, Viera aponta a falta de projectos numa altura em que a crise provocada pela Covid-19 afecta as empresas de construção civil e as famílias.
Para alimentar a zona sul, a Cimentos de Moçambique tem uma capacidade instalada, de pouco mais de 1.2 milhão de toneladas em duas unidades fabris.
No geral, o nosso entrevistado disse que os custos de produção estão cada vez mais a aumentar e queixou-se dos custos de matérias-primas dolarizadas, electricidade, gás, entre outros factores. Como consequência, apontou a fonte, o preço do cimento, a cada ano, também vai aumentar.
Todavia, no futuro, o Director-geral da Cimentos de Moçambique perspectiva uma melhoria nas vendas, devido a expectativas de melhoria da economia, principalmente, no concernente aos projectos de exploração de gás natural.
A Cimentos de Moçambique é comparticipada por empresas públicas moçambicanas Caminhos de Ferro de Moçambique e a Empresa Moçambicana de Seguros e pelo Estado, através do Instituto de Gestão e Participação do Estado.
Das seis empresas produtoras de cimento no país, a Cimentos de Moçambique conta com uma cota de mercado de 54%. (Evaristo Chilingue)
O Governo moçambicano prevê o crescimento da economia nacional na ordem de 2,1%, no ano de 2021, contra os 4% previstos para o presente ano. A projecção consta da proposta do Plano Económico e Social (PES) para 2021, aprovada esta terça-feira, pelo Executivo, no decurso da 35ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros. A inflação, perspectiva o Governo, poderá se manter em cerca de 5%.
Sem dar detalhes, o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suazi, disse que o Governo espera alcançar 3.768,8 milhões de USD em exportação de bens e constituir reserva internacional líquida no valor de 3.273 milhões de USD.
No que tange ao Orçamento de Estado para 2021, o também Vice-Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos disse que o país espera arrecadar 309 mil milhões de Meticais, dos quais 265.5 mil milhões serão provenientes das receitas do Estado e 40.9 mil milhões de Meticais de empréstimos. O governante não avançou o montante a ser gasto pelo Estado no próximo ano. (Carta)
Numa análise que divulgou hoje, o CIP toma como base "os problemas" que uma equipa de pesquisadores da organização detetou durante uma pesquisa ao processo de atribuição do subsídio social básico no distrito de Matutuíne, província de Maputo, sul do país, para concluir que existe uma forte possibilidade de os fundos destinados às camadas mais pobres no âmbito de covid-19 acabarem desviados.
"O caso de Matutuíne demonstra claramente a fragilidade do sistema de identificação e pagamento de fundos aos beneficiários. Se os processos prevalecerem desta forma, há campo fértil para a corrupção, uso indevido e desvio de fundos do Estado", refere a análise.
Na localidade de Mabilibilie, em Matutuíne, o CIP diz que os beneficiários do subsídio social básico não recebiam a ajuda há seis meses e quando a mesma chegou, apenas cobria três meses, faltando outros três.
Os serviços sociais da referida localidade não dispõem de informação sobre o número de beneficiários do subsídio social básico e não dominam os critérios técnicos que devem ser seguidos para o desembolso do apoio.
Por outro lado, notou-se igualmente falta de coordenação entre os serviços sociais do distrito e os provinciais, continua.
"Os recursos do INAS não terão o impacto desejável no seio destas populações", lê-se no documento, que alerta para o risco de "não chegarem na sua totalidade aos beneficiários", devido a debilidades estruturais.
O CIP assinala que o Ministério da Economia e Finanças anunciou um reforço de 20 milhões de dólares (17 milhões de euros) para o INAS, visando aumentar em 186% o número de beneficiários do subsídio social básico, no quadro dos apoios às camadas sociais mais vulneráveis face ao impacto social de covid-19.
O incremento vai permitir que o número de beneficiários do subsídio suba de 592.179 para 1.695.004.
No capítulo das conclusões e recomendações, o CIP defende a melhoria no registo e pagamento do subsídio social básico, bem como reformas e expansão da rede de serviços do INAS.
Moçambique tem um total acumulado de 44 mortes e 6.912 casos de covid-19, com 3.738 recuperados.(Lusa)
Um incêndio, cuja origem é ainda desconhecida, deflagrou, na noite da última sexta-feira, uma estância turística, no distrito de Metuge, na província de Cabo Delgado, porém, sem causar vítimas humanas.
Segundo narram as fontes, a situação deixou os residentes daquele ponto do país em pânico, pois, acreditavam tratar-se de um ataque terrorista, mas a equipa dos mercenários sul-africanos destacados para o local constatou tratar-se de um incêndio “normal” e não causado pelos terroristas. (Carta)