Vinte de Maio de 2019 (segunda-feira) é a data escolhida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) para anunciar, oficialmente, a Oferta Pública de Venda (OPV) de 7,5 por cento das suas acções. A cerimónia terá lugar na capital do país. A informação foi tornada pública pela instituição, na tarde desta sexta-feira (10 de Maio), através de um comunicado que, entretanto, não detalhou o tipo de cerimónia a realizar.
Lembre-se que o anúncio da intenção da listagem da HCB na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) foi efectuado a 27 de Novembro de 2017, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante as comemorações do 10º aniversário da reversão da empresa para o Estado moçambicano.
Na altura, o Chefe de Estado destacou que com a decisão pretende-se abrir espaço para investimentos nacionais na estrutura accionista deste empreendimento, que “já é efectivamente moçambicano”.
Por sua vez, a gestora da Albufeira de Cahora Bassa, localizada no distrito com mesmo nome, na província de Tete, afirmou que a escolha da BMV, para a venda das acções, irá contribuir para a promoção da inclusão económica dos moçambicanos, bem como para a consolidação da credibilidade da Hidroeléctrica junto dos principais stakeholders nacionais e internacionais, com enfoque para as instituições financeiras, pois, demonstra a abertura e predisposição da empresa na adesão às boas práticas internacionalmente aceites de governação corporativa e ao permanente escrutínio público.
O Presidente do Conselho de Administração da BVM, Salim Valá, disse, em Fevereiro último, que a venda de parte de acções da HCB dará um grande impulso ao mercado de capitais no país. Na altura, garantiu que a operação será um processo de cidadania financeira e democratização do capital e um exemplo de abrangência, inclusão transparência e credibilidade.
Para a execução do plano, a HCB contratou dois bancos, nomeadamente, o moçambicano Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e o português Banco de Investimento Global (BIG). As duas instituições financeiras vão liderar o sindicato bancário que vai organizar, registar, obter autorização, publicitar, lançar e executar a venda daquelas acções. (Evaristo Chilingue)
O balanço preliminar do impacto do Ciclone IDAI, no tecido empresarial instalado na zona centro do país, feito pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), reporta um prejuízo total de 144,77 milhões de USD, referentes a danos nas infra-estruturas, equipamentos e mercadorias, das 692 empresas até agora visitadas.
Dados publicados, esta quinta-feira (09 de Maio), pela agremiação, durante a segunda edição do “Briefing Económico”, que teve lugar em Maputo, indicam que, do valor total, 24.77 por cento corresponde ao prejuízo reportado no sector da indústria, 20.28 por cento no agro-negócio, 19.71 por cento no comércio, 12.74 por cento para o sector de transporte e logística, 7.97 por cento na prestação de serviços, 4.69 por cento na pesca, 4.48 por cento no ramo da construção civil, 4.15 por cento na hotelaria e restauração, 1.04 por cento para o sector de avicultura e, por fim, 0.17 por cento para panificação.
Em termos de impacto por dimensão das empresas, do total de 144,77 milhões de USD, 85.13 por cento corresponde a prejuízos reportados nas grandes empresas, 30.12 por cento nas médias, 9.59 por cento nas pequenas e 19.94 por cento em não especificadas.
Apresentado pelo Director Executivo da CTA, Eduardo Sengo, o informe explica que das 692 empresas visitadas, 508 empresas estão instaladas na província de Sofala (a mais afectada pelo ciclone), 126 em Manica, 39 em Tete e 19 na província da Zambézia.
Para além dos prejuízos, o balanço preliminar da CTA traz também as estimativas de perdas das empresas até agora inquiridas após o ciclone IDAI, avaliadas em 404.5 milhões de USD. As perdas dizem respeito às alterações de fluxos económicos por danos causados pela calamidade no sector privado. Do total estimado, 395.8 milhões de USD são referentes às grandes empresas, 5,9 milhões para as médias empresas e 2.8 milhões de USD para as pequenas.
“As perdas estimadas são referentes a Sofala, província que mais sofreu danos, 98 por cento dos danos reportados em toda a região centro”, sublinhou Sengo.
Relativamente ao impacto do ciclone no emprego, o balanço conclui que nas 692 empresas visitadas, 17.955 postos estão em risco, com maior enfoque para as pequenas empresas dos sectores de panificação, avicultura, hotelaria e restauração e agro-negócio, que contêm 2.165 mil postos, colocando numa situação de vulnerabilidade cerca de 8.620 pessoas.
Quanto ao impacto macroeconómico, no informe estima-se uma perda no crescimento do Produto Interno Bruto Real, em 2019, entre 0.5 e 2.9 pontos percentuais, dos 4.7 por cento, que foram projectados.
Para atenuar os efeitos do ciclone e propiciar a recuperação da actividade económica, a CTA recomenda a disponibilização de linhas de financiamento a taxas de juros bonificadas com requisitos simplificados, bem como a suspensão e redução do pagamento de todos os encargos fiscais. (Evaristo Chilingue)
O país acolhe, a partir desta Segunda-feira até a proxima Quarta-feira, o primeiro Fórum de Evolução dos Portos e Ferrovias de Moçambique, um evento a ser organizado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) em parceria com a Dmg Events e Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo.
A conferência, que vai decorrer em Maputo, vai juntar perto de 120 participantes de mais de 10 países para explorar os desafios, oportunidades e soluções para melhorar a integração regional e conectividade na África Austral.
Em comunicado enviado à nossa redacção, o director de portfólio da divisão de transportes da Dmg Events, Daniel Bloch, afirma que os participantes aprenderão com autoridades portuárias e ferroviárias africanas sobre desafios e oportunidades para o desenvolvimento de portos e ferrovias, bem como sobre manutenção e reabilitação de ferrovias.
“Especialistas do sector também fornecerão informações sobre as principais commodities que estão a impulsionar o desenvolvimento da infra-estrutura e quais tipos de financiamento e oportunidades de investimento estão disponíveis”, acrescentou Daniel Bloch.
Consta da nota que, durante a conferência de dois dias, o Ministro do pelouro, Carlos Mesquita, vai liderar uma lista de especialistas oradores esperados para compartilhar suas ideias sobre o sector.
A conferência acontece numa altura em que, no país, há mais de 13 bilhões de USD investidos em projectos de infra-estrutura de portos, ferrovias e corredores, um factor que dá oportunidades para empresas buscarem estabelecer sua posição num sector em rápido crescimento. (Carta)
A Chevron anunciou, esta quinta-feira, que desistiu de comprar a Anadarko, o que abre caminho à Occidental para adquirir esta petrolífera e vender os activos de África, que incluem a exploração de gás natural em Moçambique, à francesa Total.
“Ganhar em qualquer ambiente não significa ganhar a qualquer custo; o preço e a disciplina financeira importam sempre e nós não vamos diluir os nossos lucros ou retirar valor aos nossos acionistas só para fazer um acordo", argumentou o presidente da Chevron, Michael Wirth, em comunicado.
"O nosso portefólio está a alimentar um crescimento robusto da produção e do fluxo de caixa, bem como maiores lucros sobre o investimento e menores riscos na execução dos projetos; estamos bem posicionados para criar e distribuir mais valor aos acionistas", acrescentou o gestor.
Com esta decisão, a Chevron anula o prazo de quatro dias, a terminar na sexta-feira, para melhorar a oferta de 33 mil milhões de dólares (29,3 mil milhões de euros) pela petrolífera Anadarko, que tinha a concorrência da Occidental, que numa segunda versão apresentou um preço superior e um aumento na remuneração dos acionistas.
"Não vamos fazer uma contraproposta e vamos depois o período de quatro dias expirar", lê-se no comunicado colocado no site da Chevron, no qual se acrescenta que "a Chevron antecipa que a Anadarko vá terminar o 'Acordo de Fusão'", ao abrigo do qual a Anadarko terá de pagar mil milhões de dólares à Chevron.
A saída da Chevron deixa o caminho aberto para a Occidental ver a sua proposta de 38 mil milhões de dólares (33,7 mil milhões de euros) ser aceite pelos acionistas da Anadarko, que verão a sua empresa duplicar a produção diária de barris, para 1,3 milhões, a par de países como Angola ou a Líbia.
As ações da Chevron subiram 3,2% para 121,26 dólares na abertura do mercado em Nova Iorque, Estados Unidos da América, ao passo que as da Occidental caíram 5,8% para 56,72 e as da Anadarko desvalorizaram-se 2,6%, para 73,90 dólares.
Desde o início do “leilão” entre a Occidental e a Chevron, pelo controlo da Anadarko, que a Occidental, liderada por Vicky Hollub, era vista como a empresa mais frágil, nomeadamente em termos de robustez financeira.
A entrada de Warren Buffett em cena, aportando 10 mil milhões de dólares (8,8 mil milhões de euros) à petrolífera, e o anúncio do acordo com a Total para a venda de todos os ativos da Andarko em África, para além do aumento da remuneração dos acionistas, aumentando a entrega em dinheiro de 50% para 78% do total do acordo, terão sido decisivos para o recuo da Chevron, no seguimento das declarações da direção da Anadarko a favor da Occidental.
A notícia do recuo da Chevron surge no dia seguinte à divulgação da data para a Decisão Final de Investimento (DFI) por parte da Anadarko, relativamente à exploração de gás natural no norte de Moçambique. A DFI será anunciada a 18 de Junho próximo.
Além da Anadarko, que lidera o consórcio com 26,5%, o grupo que explora a Área 1 é constituído pela japonesa Mitsui (20%), a indiana ONGC (16%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores a outras duas companhias indianas, Oil India Limited (4%) e Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%). (DN.PT)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) referiu ontem que o apoio financeiro que concedeu a Moçambique na sequência do ciclone Idai teve também a intenção de mobilizar a comunidade internacional para ajudar o país.
O FMI anunciou em Abril a concessão de um financiamento de 118 milhões de USD a Moçambique, livre de juros, para permitir ao país enfrentar os efeitos do ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em meados de Março. "Esse crédito tem um efeito sinalizador [para a comunidade internacional], o que se espera é sinalizar a toda a comunidade internacional e aos parceiros de cooperação sobre a necessidade de apoiar Moçambique", afirmou o representante do FMI no país, Ari Aisen.
O crédito vai permitir a Moçambique o suprimento do défice de financiamento provocado pela situação de emergência. "O critério de solidariedade e amizade é essencial [para a decisão sobre o apoio financeiro], mas também o critério técnico e o efeito catalisador sobre a comunidade internacional", acrescentou Ari Aisen.
O representante do FMI disse acreditar que o apoio anunciado pela organização vai gerar mais assistência financeira por parte de outros parceiros internacionais e um voto de confiança na capacidade do Governo moçambicano de gerir a ajuda internacional.
O crédito foi o primeiro do FMI desde 2016, uma vez que a instituição cortou a assistência financeira a Moçambique na sequência das chamadas dívidas ocultas. A passagem do ciclone Idai provocou a morte a pelo menos 603 pessoas e a destruição de infraestruturas sociais e económicas nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia. (Lusa)
As receitas das Áreas de Conservação, provenientes do turismo contemplativo nos parques e reservas nacionais e do turismo cinegético nas coutadas oficiais e blocos de caça na zona tampão da Reserva Nacional do Niassa, tendem a crescer. Só no ano passado, de acordo com os dados do Ministério da Cultura e Turismo, o Estado encaixou 141 milhões de Mts, contra 95 milhões arrecadados em 2017 e 83 milhões registados em 2016.
Desagregando, as coutadas com uma área de 42 Km2 são o sector que mais produziu receitas, em 2018, tendo contribuído em 86 milhões de Mts, correspondentes a 61,09 por cento do total das receitas.
Depois das coutadas, os parques são o segundo sector que mais drenou receitas ao Estado moçambicano em 2018. Com uma área total de 37 Km2, a contribuição desse sector foi de 23 milhões de Mts, equivalendo a 30,04 por cento do total das receitas. Nesse sector, o destaque vai para o Parque Nacional de Bazaruto que, sozinho, contribuiu em pouco mais de 26 milhões de Mts, o que equivale a 18,5 por cento do total da receita das áreas de conservação.
No entanto, o maior parque nacional do país, o da Gorongosa, com uma área de 3.770 Km2, produziu apenas 5.7 milhões de meticais, correspondente a 0,39 por cento do total das receitas.
Em seguida, alistam-se as reservas nacionais que, no seu todo, ocupam uma área de 55.078 Km2. Neste sector, o Estado lucrou mais de 11 milhões de Mts, representando 8,01 por cento de toda a receita do ano passado. Aqui, o destaque vai para a Reserva de Maputo, que por si só contribuiu em mais de 9 milhões de Mts, equivalentes a 6,8 por cento do total da receita.
Por fim, há as outras áreas que renderam ao Estado 445 mil Mts, correspondendo a 0,31 por cento de toda a receita das áreas de conservação do ano passado. (Evaristo Chilingue)