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Economia e Negócios

A empresa que atua no segmento de engenharia da construtora brasileira Odebrecht mudou o nome e adotou a sigla OEC, assim como uma nova identidade visual, anunciou ontem o grupo Odebrecht em comunicado. "A Odebrecht Engenharia e Construção anuncia a renovação de sua marca ao adotar as iniciais OEC", segundo a nota hoje divulgada. A mudança faz parte de uma reestruturação e transformação que começou em 2017, quando a companhia reconheceu oficialmente o seu envolvimento nos escândalos de corrupção descobertos na empresa estatal brasileira Petrobras.

 

A nova identidade visual, desenvolvida com o apoio da consultoria Keenwork, será utilizada a partir deste mês em todas as comunicações da empresa, que trocou a cor vermelha de sua marca pelas cores verde, azul e cinza. Em 2018 o grupo Odebrecht já havia realizado uma mudança semelhante na sua subsidiária que atua no segmento de petróleo e gás, a Odebrecht Óleo e Gás, que passou a chamar-se Ocyan.

 

O Grupo Odebrecht protagonizou, juntamente com outras empresas brasileiras, o maior escândalo de corrupção da história do país, que foi revelado pela Operação Lava Jato. A investigação iniciada em 2014, e que ainda está em andamento, descobriu uma rede que desviou milhares de reais por meio de licitações fraudulentas e contratos inflacionados da petrolífera estatal Petrobras e também em outros órgãos públicos do país. A Lava Jato levou à prisão empresários e políticos importantes, incluindo o herdeiro e ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Os atos de corrupção promovidos pela Odebrecht não se limitaram ao Brasil: a empresa é investigada em dez países da América Latina e África, onde autoridades apuram pagamentos de subornos a políticos e funcionários públicos. (Lusa)

Uma das figuras escolhidas pelo Governador do Banco Moçambique, Rogério Zandamela, para as três vagas no Conselho de Administração abertas pelas saídas dos administradores Waldemar de Sousa, Alberto Bila e Paulo Maculuve (duas das vagas entretanto já ocupadas por Benedita Guimino e por Jamal Omar) era a actual directora do Gabinete de Comunicação e Imagem, Silvina de Abreu. 

 

Na sexta-feira, Silvina de Abreu não tomou posse. Seu nome aparentemente não passou junto do Governo. Porquê? Duas razões são apontadas por fontes bem colocadas.

 

A primeira relaciona-se directamente com a saída de Waldemar de Sousa, que tinha ainda dois anos de mandato. A razão central alegadamente apontada por Zandamela ao Governo para a saída de Waldemar foi a de que ele estava prestes a completar 60 anos, idade para reforma compulsiva no aparelho do Estado – embora o posto de administrador do BM seja de confiança política e, portanto, o preceito não se aplicar no seu caso.

 

Mas a justificação usada para a saída de Waldemar foi esgrimida pelo Governo para impedir a ascensão de Silvina de Abreu. Ela está em vias de completar 55 anos, idade para a reforma de funcionárias no aparelho de Estado. Silvana de Abreu parece estar diante doutro “handicap”: o facto de ter assinado parte significativa do expediente do banco central relativo à homologação dos pedidos de empréstimos das empresas ligadas ao calote. Seu nome consta do processo-crime das dívidas ocultas nessa qualidade. (Carta)

As empresas Petrogás e Petrogal são apontadas pela Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) como responsáveis pela adulteração do peso de botijas de gás, detectada pela instituição em Fevereiro último, durante o seu programa de visitas a estabelecimentos comerciais.

 

Numa breve conversa com “Carta”, a Inspectora-geral das Actividades Económicas, Rita Freitas, explicou que a inspecção descobriu que em botijas de 11kg faltava pelo menos 1kg de gás em todos os locais visitados. Outro aspecto verificado foi a falta de higiene geral nas botijas. Segundo Freitas, as empresas foram instruídas a pintarem as botijas e fazerem o enchimento correcto. Isso está a acontecer neste momento, disse ela. (Marta Afonso)

quinta-feira, 02 maio 2019 07:35

Presidente do Banco Mundial visita Moçambique

O Presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass, visita Moçambique entre hoje e amanhã, indica um comunicado da representação daquela instituição, em Maputo. A visita de Malpass incidirá, de entre vários assuntos, sobre a "promoção da estabilidade económica e construção de resiliência; apoio da instituição aos países mais pobres do mundo e discussão do potencial das parcerias do sector privado para atrair e construir os recursos necessários com vista a ajudar as pessoas a alcançarem os seus objetivos de desenvolvimento".

 

A nota sublinha que Malpass irá anunciar a resposta da instituição que dirige para ajudar os esforços actuais de reconstrução pós-ciclones. Na sua primeira viagem ao exterior como chefe daquela instituição de desenvolvimento global, e sua primeira visita à África desde que assumiu a liderança da organização a 9 de Abril de 2019, Malpass visita para além de Moçambique, o Madagáscar e a Etiópia.

 

O Presidente do Banco Mundial é citado no comunicado a afirmar que a missão do Grupo é mais urgente do que nunca, num continente que, em 2030, quase 9 em cada 10 pessoas extremamente pobres, residirão na África Subsaariana.

 

Neste contexto, “precisamos aumentar o ímpeto de desenvolvimento de África para promover um crescimento de base ampla, aumentar a renda média, criar empregos, combater a resiliência climática e incorporar mulheres e jovens nas economias”, afirma David Malpass.(Carta)

Anadarko Petroleum vai retomar as negociações com a Occidental Petroleum Corporation uma vez que a proposta de compra apresentada por este último grupo é superior à avançada pela Chevron Corporation, anunciou a Anadarko em comunicado.

 

A empresa petrolífera com sede em Houston adianta no comunicado que a proposta apresentada pela Occidental Petroleum Corporation dia 24 de Abril é superior em termos de valor, prazos e condições à do grupo Chevron Corp, não obstante a Anadarko Petroleum ter chegado a um acordo definitivo de fusão com este último a 11 de Abril.

 

A Occidental Petroleum Corporation está a oferecer 38 dólares em dinheiro por acção e 0,6094 acções próprias por cada acção ordinária da Anadarko Petroleum, ao passo que a Chevron Corp oferece 16,25 dólares em dinheiro e 0,3869 acções próprias por cada acção ordinária da Anadarko Petroleum.

 

As duas propostas contemplam ainda a assunção da dívida da Anadarko Petroleum, estimada em 15 mil milhões de dólares.O grupo Anadarko Petroleum é operador num projecto de gás natural em Moçambique, tendo informado, em comunicado datado de 5 de Março de 2019, que a decisão final de investimento do projecto do bloco Área 1 da bacia do Rovuma deverá ter lugar segundo o cronograma em vigor, que aponta para o primeiro semestre. (Carta)

Depois do Fundo Monetário Internacional (FMI), agora foi a vez de o Banco Mundial (BM) anunciar que também irá financiar, brevemente, a reconstrução pós-ciclone IDAI, segundo revelou, na última sexta-feira (26), uma fonte da “Carta”, mas sem avançar datas. Trata-se de um financiamento de 90 milhões de USD, que o BM vai doar para repor o tecido económico e social destruído pelo ciclone IDAI, que afectou, em Março passado, a zona centro do país, principalmente a cidade da Beira, província de Sofala.

 

A concretizar-se será o segundo apoio anunciado pelas instituições da Bretton Woods, depois de há duas semanas o FMI ter anunciado um desembolso de 118,2 milhões de USD também destinados a reposição dos danos provocados por aquele fenómeno.

 

Aliás, relativamente ao financiamento do FMI, a nossa fonte disse que “em princípio, o dinheiro chega ao país esta semana”. E, de facto, o apoio do FMI já foi aprovado, conforme anunciou última sexta-feira na China, a directora-geral da instituição, Christine Lagarde, no final de uma audiência com o Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito do II Fórum Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional. (Evaristo Chilingue)