Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

Com um potencial de 15.2 milhões de toneladas, por ano (MTPA), o projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL), desenvolvido na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, vai atrair entre 27 e 32 biliões de dólares norte-americanos em investimento directo estrangeiro (IED), devendo rentabilizar 2.6 biliões de pés cúbicos de recursos de GNL ao largo, aumentar de 15 a 18 biliões de dólares o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique, por ano, e transformar o País, a breve trecho, no quarto maior produtor de GNL do mundo. Os resultados do estudo macroeconómico independente sobre o potencial da Área 4 do projecto de Gás Natural Liquefeito, elaborado pelo Standard Bank, foram apresentados terça-feira, 19 de Março, em Maputo, e indicam que o GNL do Rovuma tem potencial para tornar a província de Cabo Delgado numa das regiões de maior crescimento acelerado do mundo, com a perspectiva de desenvolver o apoio às cadeias de valor industrial e agrícola.

Um consórcio de credores da Portucel Moçambique anunciou hoje que vai avançar com um processo-crime em Portugal contra o grupo The Navigator Company, detentor da sociedade florestal, por prejuízos de mais de 50 milhões de dólares naquele país. Em entrevista à agência Lusa, o empresário Izak Holtzhausen, presidente da SMOPS, empresa que detinha cerca de 80% dos serviços de florestação da Portucel Moçambique na província da Zambézia, centro de Moçambique, disse que a ação legal visa o grupo The Navigator Company (antigo Grupo Portucel/Soporcel), e alguns dos seus responsáveis, uma vez que as "várias tentativas" de contacto junto da empresa portuguesa em Moçambique têm sido frustradas desde março de 2017.

Com objectivo de produzir jóias, a Empresa Moçambicana de Exploração Mineira (EMEM) pretende instalar no país uma indústria de corte e lapidação de gemas.  Para o efeito, a EMEM lançou ontem um concurso público para a selecção da empresa adjudicatária, que fundamentalmente terá a missão de realizar um estudo, durante dois meses, de viabilidade técnica e financeira para a implementação da referida indústria.

 

No concurso, a EMEM explica que a instalação duma indústria de corte e lapidação de gemas para produção de joias, deve-se ao baixo nível do sector de gemas na tributação e contribuição no Produto Interno Bruto (PIB), não obstante o enorme potencial geológico que o país possui, consubstanciado por ocorrências massivas de gemas em quase toda a zona centro e norte do país. Como motivo da fraca contribuição, a EMEM refere-se à fragilidade dos mecanismos de controlo do volume de exportações de gemas produzidas, sobretudo em moldes de pequena escala, bem como a tributação dos minerais em bruto (não lapidadas).

 

Diz a EMEM que “perante o cenário de fragilidade nos mecanismos de controlo, a estratégia para colmatar este cenário passa pelo desenvolvimento de iniciativas orientadas para a máxima aquisição de produtos produzidos no vasto território nacional, bem como no seu processamento (corte e lapidação) e revenda nos mercados nacionais e no estrangeiro”. Outra motivação para a EMEM tencionar instalar uma indústria de processamento e produção de jóias a partir de gemas em Moçambique é a tendência crescente do volume de negócios no sector de rubis, justificada pela arrecadação de receitas na ordem de 335,5 milhões de USD, como resultado de nove leilões realizados na Índia e em Singapura no período 2014-2017 pela concessionária Montepuez Ruby Mining. Na perspeciva da EMEM, isso “permite projectar um enorme potencial do sector de gemas em Moçambique”. (Evaristo Chilingue)

A Moçambique Telecom (Tmcel) estabeleceu, hoje, 18 de Março, através da rede fixa, as comunicações em toda a província de Tete e na cidade da Beira, província de Sofala, devastadas, recentemente, pelo ciclone Idai.

 

Entretanto, na cidade da Beira, as comunicações, através da rede fixa, ocorrem de forma intermitente, devido aos constantes cortes de energia eléctrica nas províncias de Sofala e Manica.

 

De acordo com Márcia Fenita, porta-voz desta operadora pública de telecomunicações, estão em curso ainda trabalhos, visando o restabelecimento das comunicações para as províncias do Centro e Norte, afectadas pelo corte registado na Beira.

 

”A maior preocupação da Tmcel no momento é recuperar as infraestruturas para a reposição das comunicações, pelo que estamos a actuar na medida que as condições no terreno permitem, nomeadamente a paragem das chuvas, escoamento das águas paradas, levantamento dos postes de energia derrubados, entre outros aspectos que têm condicionado a nossa intervenção”, indicou.

 

Todos os recursos da Tmcel, em termos de infraestruturas e pessoal, segundo destacou Márcia Fenita, estão a ser usados não só para a reposição dos serviços de comunicações, que a empresa fornece aos seus clientes, como também colocou-se à disposição para suporte na reposição de todas as infraestruturas públicas e de grande impacto na vida das pessoas, como o fornecimento de água, energia, serviços bancários, instituições do Estado e comunicações de um modo geral.

 

“A nossa base de apoio operacional no momento é a província de Manica. Entretanto, na sequência da intransitabilidade das vias de acesso terrestre usaremos as províncias de Inhambane e Zambézia como pontos de suporte logístico”, concluiu.(Carta)

segunda-feira, 18 março 2019 17:35

Corrida às ATMs na Beira

Com a maioria das agências da banca comercial encerradas na Beira, regista-se uma autêntica corrida às contas bancárias. Os residentes da Beira precisam de dinheiro vivo para gastar na compra de víveres, nomeadamente água, pão, e também materiais de construção. Mas tem sido um transtorno.

 

Toda a Beira tinha até ao fim da tarde de hoje apenas 5 ATMs e 2 balcões do BCI a funcionarem, nomeadamente 1 balcão com 2 ATMs na estação dos CFM e 1 balcão com 3 ATMs na Praça do Município. Mas as filas eram enormes. Clientes doutros bancos usavam as máquinas do BCI para aceder às suas contas na rede SIMO.

 

O grosso das agências da banca comercial está destruído. De acordo com testemunhos recolhidos, o Barclays foi o que mais se precaveu, cobrindo com barricadas de madeira as partes expostas das suas agências, evitando a quebra de janelas. A banca foi apanhada em contrapé, sobretudo por causa da interrupção das telecomunicações e da falta generalizada de electricidade.

 

A Beira está aos poucos a acordar da tragédia. Mas é como se despertasse de um pesadelo para o outro. A cidade ainda tem frangos congelados, agora vendidos ao preço promocional de 70,00 Mts. Com a falta de energia, o comércio está a desfazer-se dos bens perecíveis. A luta por água e pão é enorme. E, a cada dia que passa depois do embate do IDAI, começa-se a ter uma ideia mais aprofundada sobre as feridas que o desastre causou, na destruição de edifícios dos mais representativos da cidade, como as instalações da Universidade Católica, o Hospital Provincial, etc. Há relatos de que no Porto da Beira, a cobertura de vários armazéns esvoaçou, prejudicando toneladas de produtos, e alguns tanques na terminal de combustíveis rolaram. (Carta)

Continuando a não dar ouvidos às críticas de que tem sido alvo por parte de economistas e do sector privado, alegadamente por emitir de forma desenfreada Bilhetes de Tesouro (BT) sem fazer qualquer referência aos objectivos pretendidos com tal medida, o Banco de Moçambique (BM) coloca esta segunda-feira (18) em leilão mais títulos da dívida pública.