O Ministério dos Recurso Minerais e Energia (MIREME) lança, hoje, um concurso público internacional para a seleção da empresa de consultoria que irá assistir o Governo Moçambicano no desenho da estratégia da estruturação legal e financeira do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, incluindo o sistema de transporte de energia e infraestruturas associadas.
Conforme estabelecem os termos de referência do concurso público, a entidade a ser seleccionada irá trabalhar com o Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mpanda Nkwua, criado por Diploma Ministerial em Fevereiro, em todo o processo de "resolução de aspectos pendentes associados à concessão em vigor, bem como prestar assessoria de toda a natureza requerida para viabilizar a actualização dos estudos técnicos identificados como críticos e para a selecção do parceiro estratégico que se deverá juntar a Electricidade de Moçambique e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa no desenvolvimento das Infraestruturas do projecto".
A selecção de consultores segue a um processo de contratação internacional competitiva, devendo as firmas concorrentes disporem de comprovada experiência na realização de trabalhos similares com a mesma complexidade, revelou a instituição em nota de imprensa distribuída aos meios de comunicação social.
O MIREME lançou também nesta segunda-feira o concurso para a contratação do director do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa, que terá a responsabilidade de coordenar as actividades inerentes ao desenvolvimento do projecto, incluindo a gestão do dia a dia do Gabinete do Projecto. (Carta)
A companhia Montepuez Ruby Mining (MRM), que explora rubis no posto administrativo de Namanhumir, considera o Aeroporto Internacional de Pemba, em Cabo Delgado, uma porta de saída daquelas pedras preciosas. Na óptica da MRM, muitas vezes a exportação de rubis através do aeroporto de Pemba é facilitada pelas autoridades policiais que actuam naquela zona. Para Raime Raimundo Pachinuapa, gestor de Assuntos Corporativos da MRM, a exportação de rubis à margem da lei naquele ponto do país acaba por promover o garimpo ilegal na concessão da empresa, e assim colocar em risco a vida dos próprios garimpeiros que desenvolvem a sua actividade sem as mínimas condições de segurança.
Asghar Fakir, um dos administradores de Mwiriti, a contraparte da Gemfields que forma a MRM, acredita que “as autoridades podem parar com as mortes”.De acordo com Fakir, os compradores que incentivam o garimpo ilegal, nomeadamente tailandeses e pessoas de outras nacionalidades, “estão em Montepuez e pagam dinheiro aos garimpeiros para penetrarem na área da empresa. Também pagam aos agentes da Polícia para guarnecerem a roubalheira”.
Mortes associadas a compradores forasteiros
Segundo a MRM, as trágicas mortes de garimpeiros que ocorrem no posto administrativo de Namanhumir onde os rubis são extraídos estão associadas às habilidades que determinados compradores estrangeiros têm de conduzir descaradamente as suas operações de compra ilegal daquelas pedras em cidades como Montepuez, sem que as autoridades tomem as devidas medidas.
A MRM refere ainda que os compradores estrangeiros têm a capacidade de entrar e sair do país, principalmente através do Aeroporto Internacional de Pemba, muitas vezes sem a requerida documentação, pagando subornos a elementos das autoridades. Com base neste facto, aquela companhia aconselha as autoridades a actuarem com maior agressividade contra o garimpo ilegal, adianta estar profundamente triste com a tragédia dos mineiros que ficaram soterrados, que resultou em nove mortos. Apela às autoridades “para fazerem cumprir a lei para parar com a comercialização ilegal de rubis”. (Carta)
O governo do Chipre anunciou na quinta-feira a maior descoberta de gás natural da sua história e a terceira mais importante do mundo, num bloco marítimo da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE). O denominado campo "Glafkos", localizado no bloco de prospecção 10, é descrito como contendo entre 5 e 8 trilhões de pés cúbicos do hidrocarboneto, disse o Ministro de Energia do Chipre, Georgios Lakkotrypis, em entrevista coletiva com a energética americana ExxonMobil, que explora o bloco (em parceria com o Qatar). "São resultados encorajadores numa área de exploração fronteiriça", disse Steve Greenlee, presidente da ExxonMobil Exploration, que acrescentou que "o potencial energético para os mercados regional e global do recurso recém-descoberto será avaliado mais adiante".
Ainda se desconhece até que ponto a descoberta no Chipre vai impactar no cometimento da ExxonMobil com suas operações em Moçambique. A americana está em vias de lançar, no próximo mês de Julho, o seu Plano de Desenvolvimento relacionado com a monetização da Área 4 da bacia do Rovuma (85 trilhões de pés cúbicos de gás natural), onde tem uma participação de 25%.
Os recentes desenvolvimentos negativos da insurgência em Cabo Delgado poderão fazer atrasar o anúncio da sua decisão financeira, também prevista para Julho, num investimento orçado em 20 bilhões de USD. Para além de Cabo Delgado, a ExxonMobil acaba de lançar as bases para seus trabalhos de prospeção em três blocos de exploração 'offshore' (no mar): Angoche A5-B, Zambeze Z5-C e Zambeze Z5-D. Os três blocos foram atribuídos a um consórcio liderado pela companhia petrolífera americana, com uma participação de 50%. Os outros membros são a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, ENH, com 20%, a Rosneft com 20% e a Qatar Petroleum com10%.(Carta)
O Banco Mundial (BM) está a preparar um fundo para apoiar mulheres empreendedoras em Moçambique. Este anúncio foi feito ontem em Maputo pela presidente do pelouro da Mulher Empresária e Empreendedorismo na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Sofia Cassimo, após um encontro entre a entidade que representa e uma delegação do BM, liderada pela respectiva Directora Executiva, Anne Kabagambe.
Por o fundo em causa estar ainda em preparação, Sofia Cassimo não mencionou o valor específico que será providenciado pelo BM, mas assegurou que será anunciado nas próximas semanas depois de um outro encontro entre aquela instituição financeira e a CTA.
As áreas que serão abrangidas pelo fundo que o Banco Mundial vai disponibilizar para apoiar mulheres empreendedoras no nosso país ainda não foram determinadas, mas Cassimo adiantou que os sectores do agro-negócio, comércio e serviços serão privilegiados em virtude da quantidade de mulheres que neles operam.
Sofia Cassimo prevê um impacto positivo do financiamento a ser providenciado pelo BM, pois segundo ela existe em Moçambique “uma grande percentagem de mulheres empreendedoras que ainda não têm suporte para fazer crescer os seus negócios”. Para maior benefício do fundo, Cassimo apelou às mulheres interessadas para se aproximarem da CTA a fim colher mais informação, principalmente sobre as modalidades de aquisição do financiamento. (Evaristo Chilingue)
A LAM desfez-se em Dezembro de um dos seus Boeings, um 737-500 Classic (de 111 lugares), que havia recebido “Zalala”, uma praia na Zambézia, como nome de baptismo. Fontes de “Carta” dentro da companhia sugeriram que a venda para o Afeganistão, nomeadamente para a “Ariana Afegha Airlines” (que já deu um banho de imagem ao aparelho, com suas cores) tinha sido feita na calada da noite. Mas, para a direcção da LAM, o facto de o Comandante Hilário Tembe, actual chefe de Operações, ter levado a avião para Kabul, numa noite de véspera de fim do ano, não significava uma intenção de escamotear a venda, tanto mais que a LAM já prestou um informe sobre o negócio à Procuradoria-Geral da República, de acordo João Pó Jorge, Director Geral da empresa, uma Sociedade Anónima dita de bandeira.
A venda do Zalala à Ariana rendeu à LAM cerca de 2.500.000 USD, de acordo com Pó Jorge. “Havia muitos interessados e o preço do 737-500 estava alta, na altura. Não foi preciso lançar concurso público. A tomada da decisão foi colegial, em consulta com os accionistas e com a tutela” disse ele.
Mas quais foram as razões que determinaram a venda de um aparelho que já era propriedade integral da LAM? Pó Jorge, falando à “Carta”, na passada sexta-feira, justificou-se com o custo em que a LAM incorreria se tivesse optado por uma manutenção denominada "Check C", em que se faz quase que uma “intrusão” em todas as componentes do avião. Essa ida do Zalala às “facas” devia ter acontecido em Setembro de 2018, quando o aparelho atingiu o limite de horas de voo antes do “Check C”, para o que a companhia devia ter criado uma provisão de cerca de 1.500.000 USD, de acordo com o DG da LAM.
Pesando os prós e os contras, a direcção geral da LAM optou por se desfazer do Boeing 737-500 para evitar desembolsar o valor do custo da manutenção, mas também para desfazer-se de um modelo de aeronave que está a ser descontinuado e não era eficiente em alguns aeroportos como Lichinga e Quelimane. O problema, dizem os “whistleblowers” da LAM, é que a companhia vendeu propriedade própria para depois “tapar o buraco” com uma opção de aluguer de um Boeing 737-300 NG (de 126 lugares), alegadamente mais oneroso, à Star Air Cargo, da África do Sul, firma com quem a LAM tem um passado de diferendo justamente por rendas de aluguer atrasadas.
Concretamente, a LAM foi buscar à companhia sul-africana um Boeing, que voa ainda sem nome de baptismo local, que custa 2.800 USD/hora, numa média de 60 Mil USD por semana. O modelo do contrato envolve a aeronave, sua manutenção e seguros. A LAM paga adicionalmente 80 USD por dia de hospedagem e per diem a cada um dos membros da tripulação. Pó Jorge reconhece que é um “deal” de rentabilidade limitada, contudo afirma que, neste, momento, a LAM está com dificuldades de ir buscar aeronaves.
O DG da LAM prefere insistir nos ganhos de uniformização da frota, agora com dois Boengs NG (Next Generation), dado que já vem a operar com um 737-700 NG (de 132 lugares) baptizado Poelala, uma lagoa de Inharrime, em Inhambane. O Zalala (um Boeing de fabrico de 1998), agora vendido para o Afeganistão foi primeiramente alugado, em 2013, à Gegas, baseada na Irlanda, com uma renda de 55 mil USD/mês, apenas o avião. O contrato era para durar até 2016 mas a LAM optou por comprá-lo em 2015, tendo pago 1100.000 USD.
Com os NG, a LAM garante melhorar na "performance" das aeronaves, no consumo de combustíveis e na própria navegação. Pó Jorge minimiza a polémica sugerida. Apesar de a opção de recuperar uma relação com a Star Air Cargo não ter sido bem vista por correntes internas, o DG da LAM está tranquilo e diz que toma as decisões de forma colegial e sempre com a anuência dos accionistas (o IGEPE sobretudo) e da tutela ministerial. (Marcelo Mosse)
A intensa chuva que caiu na noite de sábado (23), acompanhada de trovoadas e ventos fortes, afectou sobremaneira as províncias de Gaza e Maputo onde causou vários danos no sistema elétrico da empresa Eletricidade de Moçambique (EDM). Dados preliminares facultados ontem pelos directores da EDM em Maputo e Gaza indicam que os prejuízos daquela empresa pública de electricidade estão avaliados em cerca de 10 milhões de Mts.
Na província de Gaza, a mais afectada, o mau tempo foi responsável pela destruição de 280 postes de baixa e média tensão, 8,5 quilómetros de cabos elétricos, entre outros danos provocados em diverso material eléctrico. De acordo com o director da EDM em Gaza, Edson Loforte, a reposição dos danos a que acima se fez referência poderá custar aos cofres da empresa 8 milhões de Mts. Loforte frisou que a informação é preliminar, uma vez que diariamente continuam a surgir novos casos de avaria na rede eléctrica.
Já na província de Maputo, o respectivo porta-voz da EDM, Neves Xavier, no último domingo informou que, ao nível da sua jurisdição, os danos provocados pelo vendaval do passado sábado estão avaliados em cerca de 1.500.000,00 Mts. Foram destruídos 30 postes de média tensão, para além da avaria de um Posto Transformador (PT) localizado no bairro Zona Verde, destruição de nove pára-raios (equipamento que protege os PT das descargas atmosféricas), e dois pórticos (postos em que se faz a montagem e fixação de todos os acessórios de um posto PT).
Quanto ao número de afectados, o vendaval de sábado passado terá deixado sem corrente elétrica, até o final do dia seguinte, mais de 28 mil clientes da EDM, dos quais 23 mil em Gaza e 5 mil na província de Maputo. Face à restrição forçada de electricidade, provocada pelo mau tempo, os directores da EDM garantiram que a energia elétrica já foi reposta, exceptuando alguns casos isolados. (Evaristo Chilingue)