O representante em Moçambique do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), Sun Gang Pep, disse no workshop “Moçambique-China que a China está interessada em continuar a aumentar os investimentos nas áreas de recursos naturais, nomeadamente petróleo e gás. “Os investimentos chineses podem vir a ascender a mais de 100 milhões de dólares norte-americanos” disse no encontro promovido pelo Standard Bank, em Maputo.
O responsável do ICBC recordou ainda que as trocas comerciais entre Moçambique e China registaram um aumento significativo em 2018, atingindo aproximadamente US$ 168 milhões, valor que representa um crescimento de 2,24% em comparação com igual período de 2017.
“O investimento chinês em Moçambique está a aumentar cada ano que passa. As trocas comerciais entre os dois países estão num ritmo satisfatório e nos próximos anos vão melhorar, ainda mais, com o incremento de investimento em diversas áreas”, disse.“Segundo os dados que temos, cerca de 70 por cento do investimento directo estrangeiro em Moçambique vai para os recursos naturais, principalmente para a área de petróleo e gás e nós, como banco comercial e industrial, vamos financiar projectos nessas áreas também”, garantiu.
Sun Gang Pep disse ainda que “Através da parceria estratégica com o Standard Bank, o ICBC vai explorar oportunidades com vista a expandir a cooperação para novas áreas de negócio e ajudar a comunidade empresarial chinesa em Moçambique.”O responsável do banco chinês disse ainda que Moçambique precisa de continuar com os esforços em curso para a melhoria do ambiente de negócios, e apontou a burocracia como principal entrave do processo. (Macauhub)
O país precisou no ano passado de 946 milhões de USD para importar 1 386 milhões Toneladas Métricas (TM) de combustíveis líquidos, designadamente Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), ou gás de cozinha, Jet, Gasóleo e Gasolina, mais 150 milhões de USD em comparação com 2017. Dados da Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) indicam que 70% do valor total foi destinado a importação de um milhão de TM de Gasóleo. Do universo, 23 % foram gastos para a importação de 308 mil TM de Gasolina, 5% para 75 mil TM de Jet A1 e 2 % para importar 33 mil TM de GPL.
Para a importação destes combustíveis, a IMOPETRO precisou de contratar duas empresas. A suíça TRAFIGURA importou Jet, Gasóleo e Gasolina e a ADDAX Petroleum importou gás de cozinha. Findo o contrato com estas empresas, neste momento a IMOPETRO está a busca de novos fornecedores para o mesmo fim. Para evitar maiores custos, o país tem apostado em mercados considerados baratos no mundo, neste caso o Golfo Pérsico para a aquisição de Jet e Gasolina e, o mar Mediterrânea para a compra de gasolina. (Evaristo Chilingue).
A Compuscan, empresa líder em sistemas de informação de crédito (Bureau de Crédito) vai contribuir para facilitar o acesso ao crédito a particulares e empresas que procuram empréstimos em Moçambique. A garantia foi dada durante o lançamento da empresa numa sessão que juntou, em Maputo, no passado dia 19 de Fevereiro, os principais Bancos Comerciais e Instituições de Microcrédito (IMFs) a actuar no mercado moçambicano.
O lançamento da Compuscan surge na sequência da recentemente autorização, pelo Banco de Moçambique, a operar como primeira agência privada de sistema de informação de crédito no país. O evento contou com a presença da Compuscan, Remo Lenisa, CEO do Grupo, Frank Lenisa, Director de Mercados Internacioanis, Mike Malan, Director Executivo para África e Lara Cangi, representante da Compuscan em Moçambique. Contou ainda com a presença de Gertrudes Maculuve Tovela, Administradora do Pelouro de Estabilidade Financeira, em representação do Banco de Moçambique, Bernardo Cumaio, responsável pelo Pelouro de Política Financeira da CTA, Teotonio Comiche, Presidente da Associação Moçambicana de Bancos, e Ari Aisen, representante do Fundo Monetário Internacional.
A actividade da Compuscan levará todos os Bancos Comerciais e Instituições de Microfinanças a partilhar dados sobre empréstimos contraídos no mercado moçambicano, e poderá incluir outros fornecedores de crédito, como telecomunicações, retalhistas, serviços de utilidade pública, seguros, entre outros players do mercado. Este serviço, que responde à legislação introduzida em Moçambique em 2015, será supervisionado pelo Banco de Moçambique.
Os bureaus de crédito, tal como a Compuscan, são essenciais para o bom funcionamento dos mercados de crédito. Permitem que os credores avaliem e possam melhor gerir os riscos, ajudam os tomadores a obter acesso ao financiamento e contribuem para a redução do sobre-endividamento.
Os bureaus de crédito fornecem ao sector financeiro dados seguros e uma base de dados centralizada de informações sobre consumidores e empresas. Estes fornecem ainda produtos e serviços que ajudam a prever riscos e a reduzir fraudes, tais como relatórios de crédito, pontuações de crédito, verificações de identidade, avaliações de acessibilidade e de colectas. Os dados do bureau de crédito são altamente protegidos e o seu acesso é estritamente regulado por legislação. Os benefícios de compartilhar informação incluem um leque melhorado de tomadores de empréstimos, taxas de incumprimento reduzidas e, gradualmente, taxas de juro mais baixas.
Este novo serviço irá gerar informações detalhadas e confidenciais de relatórios de crédito que permitirão que se avalie os clientes segundo o seu bom e mau comportamento de pagamento de crédito. O rápido e fácil processo de análise de crédito facilitado pelo bureau de crédito, incentiva o consumidor a ter acesso a mais financiamentos, o que, por sua vez, contribui para a inclusão financeira e o crescimento económico. De acordo com Lara Cangi, responsável pelo negócio e gestão da Compuscan em Moçambique, “a empresa pretende contribuir para uma maior transparência e confiança no mercado de crédito, através de disponibilização de informação fiável e de qualidade sobre crédito em Moçambique e com isso contribuir para facilitar o acesso ao crédito tanto a particulares como a empresas. Queremos estar ao serviço dos objetivos financeiros e económicos do Governo e do Banco Central e assim contribuir para o desenvolvimento económico de Moçambique”, afirmou durante o evento de lançamento. (Carta)
A consultora FocusEconomics reviu em ligeira baixa de 0,1 pontos percentuais a previsão de crescimento para Moçambique, antecipando agora um crescimento de 3,7% para este ano, que acelera para 4,3% em 2020.
"O crescimento deve acelerar este ano, ajudado pela gradual melhoria das condições monetárias e dos fluxos de investimento, particularmente para os megaprojetos na área do gás natural liquefeito", escrevem os analistas.
No relatório deste mês sobre as principais economias africanas, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a FocusEconomics antevê um crescimento de 3,7% para este ano e uma aceleração para 4,3% em 2020, mas alerta que "o forte peso da dívida vai continuar a ensombrar as perspetivas de evolução da economia".
No último trimestre do ano passado "a economia parece ter ganhado fôlego, que se seguiu a um terceiro trimestre modesto, ainda que com um notório crescimento da produção na indústria extrativa".
A inflação aumentou para 3,8% em janeiro face aos 3,5% que tinha registado em dezembro, lembram os analistas, que dizem esperar que a subida dos preços registe um valor de 5,7% este ano e 5,9% no próximo. (Lusa)
Pesca ilegal, redução do número de embarcações, fiscalização dos barcos não licenciados, menos burocracia no mercado do pescado e papel de organizações que velam pelos pescadores foram algumas das preocupações pontuais apresentadas pelos armadores que ontem (18) tiveram um encontro com o Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), Agostinho Mondlane.
Para alguns armadores, a pesca ilegal é uma prática lesiva que provoca a perda das oportunidades de investimento. Conforme disseram os representantes de algumas empresas que operam em Nampula e Tete, a pesca ilegal em todas as escalas, incluindo industrial, semi-industrial e pequena, prejudica em grande medida muitos operadores licenciados. Os mesmos armadores falaram da necessidade de se reduzir o número de embarcações por empresas, para que todos os licenciados tenham um pescado equilibrado.
Face às preocupações apresentadas pelos armadores, Agostinho Mondlane referiu que aquela reunião aberta tinha em vista colher sensibilidades dos armadores de diversos cantos do país, e assim trabalhar em coordenação com eles.
A fiscalização de embarcações por satélite foi alvo de duras críticas por parte dos armadores, pois segundo eles aquele sistema apenas controla, no mar, as embarcações licenciadas do tipo industrial e semi-industrial. As embarcações não licenciadas não são sujeitas a qualquer controlo, podendo trabalhar a seu bel-prazer. A crítica ao VMS tornou-se mais intensa quando na sala houve uma demonstração online da monitoria por satélite. A intensificação da fiscalização no mar e em águas interiores foi um dos desafios colocados ao pelouro dirigido por Mondlane.
Até certo ponto os armadores sentiram-se limitados na conversa, pois segundo eles os comunicados e apresentações feitas deviam ter-lhes sido enviados atempadamente para poderem vir com ideias dos tópicos daquilo que iria ser discutido, evitando-se assim as intervenções à margem dos temas apresentados. Mas nem isso foi motivo suficiente para calar os armadores. “Há necessidade de melhorar a comunicação e transparência na forma de actuação da administração pesqueira”, disse um dos intervenientes, numa clara alusão à por vezes obstinada burocracia naquele sector. (S.R.)
Por decisão do Governo, foi extinta a empresa pública Maputo-Sul que após a sua criação há sensivelmente nove anos participou nas obras de construção da ponte Maputo-KaTembe, inaugurada no dia 10 de Novembro de 2018.
De acordo com o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, que anunciou a medida esta terça-feira (19) no final da V sessão ordinária do Conselho de Ministros, a extinção da Maputo-Sul deve-se ao facto de ter concluído a principal missão para que tinha sido criada. Além da ponte ligando a maior cidade do país à KaTembe, do outro lado da baía, na capital, outra responsabilidade que tinha sido atribuída à Maputo-Sul era de reabilitar as estradas Maputo-Ponta do Ouro e Bela Vista-Boane.
Justificando a extinção de Maputo-Sul, João Machatine começou por salientar que a empresa cumpriu a sua missão principal. Acrescentou que “em conformidade com o nosso ordenamento jurídico, no âmbito das empresas pública, as responsabilidades que cabiam a Maputo-sul passam para Administração Nacional de Estradas (ANE) e Fundo de Estradas (FE)”.
Ainda segundo o titular da pasta das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, a ANE será responsável pela área de manutenção, enquanto ao FE caberá a tarefa de rentabilizar os empreendimentos que antes estavam sob gestão da Maputo-sul.
Sobre o destino dos 107 funcionários da ora extinta Maputo-Sul, João Machatine disse que serão inseridos na Administração Nacional de Estradas e no Fundo de Estradas. Acrescentou não existir qualquer problema nessa matéria, alegadamente por tratar-se de um processo de gestão integrada das empresas criadas pelo Governo, visando o seu adequado aproveitamento.(Omardine Omar)