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sexta-feira, 02 agosto 2019 04:15

Moçambique possui uma das taxas mais baixas de acesso à rede eléctrica do mundo

Moçambique é considerado um dos piores países do mundo, no que diz respeito ao acesso à rede eléctrica, com apenas 28 por cento da população a usar este recurso. O rosto das assimetrias é verificável nas zonas rurais, onde apenas 5 por cento da população tem energia. Este facto é tido como um grande potencial para a comercialização de soluções energéticas, tal como é o caso do Fundo de Acesso Sustentável às Energias Renováveis (FASER), lançado, esta quarta-feira (31 de Agosto), em Maputo.

 

 

O FASER visa dar resposta à necessidade de propor alternativas para a redução da pobreza, encorajando o crescimento económico nas zonas rurais, urbanas e peri-urbanas do país, através do desenvolvimento de soluções modernas de energia renovável.

 

Numa iniciativa liderada pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e a GIZ, através dos Programas Energising Development (EnDev) e Grune Burgerenergie (GBE), o fundo vai acelerar o acesso à energia para milhões de moçambicanos, promover o desenvolvimento e expansão do sector privado, encorajar o empreendedorismo feminino e prestar resposta rápida às situações de crise humanitária.

 

Segundo o vice-Ministro dos Recursos Minerais, Augusto Fernandes, com o lançamento deste empreendimento, pretende-se garantir que, até 2030, todos os moçambicanos tenham o acesso universal deste recurso. Assegurou, na ocasião, que até ao fim deste programa vai-se investir perto de 8 milhões de USD. “Este projecto terá uma mais-valia para reforçar a componente da electrificação do país”, sublinhou o governante.

 

Por sua vez, o Embaixador da Alemanha, Detlev Wolter, garantiu que, com o apoio deste empreendimento, pretende-se alcançar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável de ter energia limpa e sustentável e essencial para o desenvolvimento de Moçambique e que seja acessível para todos.

 

O diplomata explicou ainda que, numa primeira fase, a iniciativa conta com um valor inicial de 3 milhões de euros, que incluem três janelas de financiamento, nomeadamente: a Janela de Acesso (AW), Janela de Uso Produtivo (PUW) e Janela Humanitária (HW). Entretanto, prevê-se que os fundos iniciais desta última janela sejam apenas aplicados nas regiões afectadas pelo IDAI (Manica e Sofala).

 

A primeira janela tem por objectivo promover o acesso a fogões melhorados e sistemas solares para os agregados familiares em todas as zonas acima referenciadas, enquanto a segunda tem a função de disseminar o uso produtivo de soluções solares fotovoltaicos e equipamentos de energia para empresas comerciais. O último visa disseminar fogões melhorados e soluções fotovoltaicas para famílias vulneráveis.

 

Para Graça Machel, PCA do FDC, a mais importante contribuição que a sua organização poderá dar neste projecto é poder estar perto das populações rurais, fazer o trabalho de mobilização das pessoas para poderem fazer e utilizar de forma adequada aquilo que é oferecido, através dos parceiros de cooperação, estabelecendo a ponte para humanizar a implementação do programa. (Marta Afonso)

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