A Aliança Global para Melhoria da Nutrição (GAIN, em inglês), em parceria com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), pretende “acabar” com a desnutrição crónica, em Moçambique, através do apoio aos produtores de ovos, de modo a aumentar o nível de consumo deste alimento pelas famílias moçambicanas e, consequentemente, ajudar na redução da desnutrição crónica.
O anúncio foi feito na última sexta-feira, em Maputo, pela Directora Nacional da GAIN, Kátia Santos Dias, e pelo vice-presidente do CTA, Castigo Nhamane, durante um debate sobre as iniciativas para a promoção do consumo de ovos no país.
Segundo a Directora Nacional da GAIN, Kátia Santos Dias, numa primeira fase, o projecto irá abranger seis pequenos produtores, que serão alocados um total de 100 Mil USD, a ser distribuídos de acordo com as necessidades de cada um. Dos abrangidos, dois serão da cidade de Maputo, dois da província de Nampula e dois da província de Sofala. O projecto prevê ainda a assistência técnica dos produtores e a realização de um estudo de viabilidade, que lhes permitirá fazer a expansão dos seus produtos correctamente e garantir a melhor gestão.
Na sua intervenção, Dias referiu ainda que, com o projecto, a organização espera que dentro de um ano os produtores aumentem a sua capacidade de produção para 5.000 poedeiras. “A ideia é incentivar mais o consumo de ovos a nível das famílias e para o bem-estar das crianças”, disse a fonte, acrescentando que é seu objectivo derrubar alguns mitos e tabus que prevalecem sobre o consumo de ovos e estimular a produção nacional, que é muito baixa, no país.
Por outro lado, o representante do CTA, Castigo Nhamane, referiu que o sector privado olha para o projecto de aumento da produção e consumo de ovos, como uma forma de melhorar a saúde dos moçambicanos, no combate à subnutrição.
“Como CTA, temos muitos desafios, visto que uma das exigências dos pequenos produtores de ovos é conseguirmos, junto do governo, os incentivos fiscais porque quando isso se concretizar, a produção do ovo vai ter menos custos e, consequentemente, irá baixar o preço do próprio ovo, o que poderá aumentar o número de pessoas a consumir este produto no país”, sublinha.
Dados de uma pesquisa realizada recentemente pela GAIN, no país, apontam que, em média, cada moçambicano consome apenas um ovo por mês, ou seja, 12 ovos por ano e destes, somente quatro são produzidos localmente. Só em 2018, o país produziu 15.6 milhões de dúzias de ovos, o que representa um défice de 29 por cento em relação às necessidades. (Marta Afonso)