Técnicos da área de protecção vegetal de 16 países da região da Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento estão reunidos, desde segunda-feira, em Maputo, para um treinamento que terá a duração de cinco dias, versando a identificação e impacto da mosca da fruta que está a afectar a África Austral.
Com o objectivo de ter uma concertação em termos de trabalho, que será realizado futuramente no que tem a ver com aspectos de identificação, acções de risco em relação à mosca da fruta, para garantir a melhor resposta para esta praga e para criar capacidade em termos de maneio e monitoria, visto que a mosca está a afectar toda a região.
Segundo o representante da Universidade Eduardo Mondlane, Domingos Cugala, Moçambique é um dos países até agora activo na área da mosca da fruta a nível da SADC, razão pela qual a escolha deste ponto para o debate e devido a sua capacidade.
“A nível nacional existem três técnicos, dois com doutoramento e um com mestrado que estão ligados directamente a esta área da mosca da fruta. Existe também um laboratório na província de Manica contruído especificamente para atender à problemática da fruta e na Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane existem dois laboratórios onde se pode desenvolver actividades ligadas à fruta. Entretanto, outros países da região, com excepção da África do Sul, não têm as mesmas capacidades”.
Entretanto, Cugala diz que os custos de combate da mosca da fruta chegam a ser altos e variam de fruta para fruta, tendo em conta que a exportação ou o dano causado depende também de cada tipo de fruta. Algumas indicam mais ou menos 170 USD por hectare que se pode perder se esta mosca não for combatida.
Porém, neste momento, para a exportação da manga, banana e litchi passa-se por algumas condições no acto com uma medida adicional de quarentena para garantir que, ao sair de Moçambique, estejam livres da mosca da fruta, que está a afectar principalmente a manga e a goiaba e o nível de infestação chega a 90 por cento.
“Em princípio não houve interdição para exportação de manga, banana e litchi, mas depois do estudo que a faculdade de Agronomia fez para mostrar que a banana na fase da colheita não era hospedeira, a manga quando tratada com água quente pode desenfestar a mosca da fruta, fez-se negociações com os países para que eles continuassem a ser exportadas”.
Por outro lado, o Director Nacional da Agricultura e Civicultura, Pedro Zucula, revelou que o assunto de pragas e doenças na agricultura é bastante preocupante, visto que as estatísticas mostram que cerca de 30 a 40 por cento de perdas na agricultura são provocadas por pragas e a mosca da fruta é uma grande preocupação para o país. Portanto, neste encontro deverão ser formados formadores que vão, por sua vez, formar outras pessoas a nível das províncias, distritos, regiões sobre como se podem prevenir. Neste momento, as regiões norte e sul são as mais afectadas por esta mosca. (Marta Afonso)