A Agência de Desenvolvimento e Empreendedorismo (ADE), que desenvolve actividades na área do empoderamento dos jovens, reabre suas portas em Abril próximo, com a realização do primeiro “Fórum de Agro Negócio, Inovação e Ligação aos Mercados”, a ter lugar nos dias 30 de Abril, 01 e 02 de Maio próximo, na vila municipal de Catandica, distrito de Báruè, na província de Manica.
Segundo o Director-Executivo da ADE, Policarpo Tamele, o Fórum, que irá decorrer sob o lema “Investir no Desenvolvimento Rural”, visa, entre outros objectivos, envolver activamente a juventude na cadeia de valor agrário, buscar parcerias de financiamento para o desenvolvimento rural, abrir caminhos para o empoderamento da mulher e jovens no meio rural, bem como prover os jovens de ferramentas tecnológicas inovadoras para conectá-los aos mercados.
Em entrevista concedida à “Carta”, semana finda, Tamele explicou que, durante a realização do referido evento, a ADE vai proceder à apresentação de um novo programa, que visa rejuvenescer o envolvimento dos jovens do país, com enfoque para o género, denominado “Polo de Incubação e Inovação para Jovens Agro-Empreendedores”.
“Esta iniciativa, que teve como pontapé de saída um modelo de incubação, já transformado em cooperativa agro-pecuária de jovens de Báruè, no âmbito do plano de acção da ADE, pretende, de entre vários objectivos, compartilhar as boas práticas e experiências bem-sucedidas para melhorar o envolvimento dos jovens na gestão da agricultura e dos sistemas alimentares”, disse a fonte.
A fonte acrescentou que o programa foi desenhado, no âmbito do projecto do Presidente da República, Filipe Nyusi, de querer prover três milhões de empregos até ao fim do seu mandato, pelo que a ADE decidiu organizar o desejado fórum, com os olhos postos no “agregamento” de produtores, criadores, provedores de serviços, instituições de crédito, agências bancárias, empresas de telefonia móvel, empreendedores, associações de mulheres e jovens e instituições do estado.
Entretanto, visto que cerca de 70% da população nacional tem a agricultura como sua principal fonte de rendimento e subsistência, a ADE entende que a agricultura deve ser uma das maiores prioridades do país e aponta o Fórum como a plataforma que irá abrir uma nova abordagem sobre o desenvolvimento rural, neste novo ciclo de governação, em que o maior desafio é apostar em projectos estruturantes, abraçando políticas concretas que estimulam e agregam novas cadeias de valor agrícola e desenvolvimento rural.
De igual modo, a ADE pretende incentivar o diálogo entre diferentes actores, aproximando os importantes elos da cadeia de valor agrário com vista a trazer soluções, construir caminhos e oportunidades, ao mesmo tempo que tenciona criar um espaço para a reflexão, troca de conhecimento, potencializando a produção dos diversos intervenientes.
Policarpo Tamele garante ainda que o fórum vai contemplar, durante dois dias, uma feira agropecuária e de cidadania activa, com o objectivo de permitir a abertura de bolsas de contacto, inclusão e educação fiscal e financeira, ao mesmo tempo que vai possibilitar a aproximação dos vários intervenientes da cadeia de valor agrário no estabelecimento de parcerias com os vários actores do sector agrícola no país e não só.
Desta feita, é ideia assente para a ADE que do fórum sairão resultados palpáveis no que concerne à criação de uma plataforma para a promoção de emprego para os jovens no sector agrário, proporcionar um espaço entre os produtores rurais, consumidores e compradores, fortalecendo a ligação entre agricultores e vendedores, a par da advocacia e apoio político como condição sine qua non para definição de políticas de integração de jovens no sector agrário para os próximos 10 anos.
O Director da ADE entende que, neste momento, a maior inquietação assenta nos ataques perpetrados pelos malfeitos na província de Cabo Delgado e no centro do país, pois, poderá retrair investimento e insegurança na implementação do projecto, por isso exorta as Forças de Defesa e Segurança a tomar medidas enérgicas e arrojadas com vista a trazer a normalidade e estabilidade ao país. (Marta Afonso)