A Renamo defende o afastamento do titular da pasta do Interior por este ter demonstrado ser verdadeiramente incompetente para o exercício das funções que, actualmente, desempenha.

O posicionamento da segunda maior força política do país surge dias depois dos vários seguimentos da sociedade moçambicana terem, imediatamente, ao assassinato daquele defensor confesso pela biodiversidade, terem, igualmente, exigido o afastamento daquele dirigente escolhido a dedo pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

“Este facto é bastante arrepiante porque aqueles que juraram defender a soberania nacional, os cidadãos moçambicanos e os seus bens se tornam assassinos daqueles que um dia juraram defender. Face a isso, o partido Renamo exige a demissão, e com efeitos imediatos, do Ministro do Interior por se ter mostrado incompetente na luta contra o crime e, sobretudo, porque os criminosos são agentes da polícia”, disse André Magibire.

Anastácio Matavel foi assassinado por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), pertencentes ao Grupo de Operações Especiais (GOE), uma Sub-Unidade de Intervenção Rápida, quando saía da Formação de Observadores Eleitorais.

Um dia depois do sucedido, isto na passada terça-feira, e porque não havia uma nesga de espaço para a não assunção de culpa, uma vez que os autores envolveram-se num aparatoso acidente de viação, o Comandante Geral da Polícia, Bernardino Rafael, decidiu suspender Alfredo Macuácua, Superintendente da Polícia, Comandante da Sub-Unidade de Intervenção Rápida e Tudelo Guirugo, Inspector Principal da Polícia, Comandante da Companhia do GOE, ambos da província de Gaza, uma medida que, no entanto, não caiu nas graças da sociedade.

O Comandante Geral decidiu, igualmente, pela constituição de uma Comissão de Inquérito que tem a missão de apresentar um Relatório pormenorizado sobre o sucedido, tendo, para o efeito, 15 dias para o fazer.

Num outro desenvolvimento, André Magibire disse não ter dúvidas de que o assassinato de Anastácio Matavel está, umbilicalmente, ligado ao processo eleitoral e tem por objectivo intimidar e silenciar os observadores eleitorais.

Anotou, o executivo da “Perdiz”, que Matavel foi barbaramente assassinado por aqueles que são apologistas de eleições não transparentes, pelo que o crime tem, de facto, motivações políticas.

Na próxima semana, concretamente no dia 15, o país vai a votos para escolher o Presidente da República, os deputados da Assembleia da República e os membros das Assembleias Provinciais, donde o cabeça da lista vencedora será automaticamente eleito Governador de Província. (I.B)