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Política

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Estão já definidas as listas dos partidos políticos concorrentes ao Parlamento para a X Legislatura (2025-2029) e, tal como é habitual, estão prenhas de novidades, entre estreias, regressos e saídas da chamada “Casa do Povo”.

 

Das listas já fixadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o destaque vai para as da Renamo e da Frelimo, sendo que as do MDM (Movimento Democrático de Moçambique) e da Coligação Aliança Democrática (CAD) ainda não estão disponíveis.

 

Do maior partido da oposição, destaque vai para a presença de Elias Dhlakama na 15ª posição na lista da província de Sofala, numa província que terá 19 assentos na Assembleia da República. O irmão do falecido líder da Renamo e adversário de Ossufo Momade nas eleições internas de 2019 e 2024 é deputado desde 2020, tendo sido eleito pelo círculo eleitoral de Sofala, porém, poderá deixar o Parlamento no fim da legislatura.

 

Elias Dhakama não é o único da família cuja posição deixa dúvidas sobre a sua eleição. Seu irmão Óscar Dhlakama ocupa a última posição na lista daquela província, liderada por Davide Gomes e que tem Geraldo Carvalho (ex cabeça-de-lista para Edil de Sofala) na terceira posição e André Magibire (ex-Secretário-Geral e cabeça-de-lista para Governador de Sofala) no sexto lugar. Em 2019, recorde-se, a Renamo elegeu quatro deputados em Sofala.

 

A histórica família Dhlakama poderá contar com a companhia dos deputados Alberto Ferreira e Alfredo Magumisse, cujas posições nas listas entregues aos órgãos eleitorais também não são confortáveis, numa corrida que, para além da Frelimo, conta com o MDM e a CAD e em províncias cujas batalhas se têm revelado intensas e favoráveis ao partido no poder, nos últimos anos.

 

Alfredo Magumisse e Alberto Ferreira integram a lista da Renamo em Manica, sendo que Alfredo Magumisse é o oitavo e Alberto Ferreira é o 14º, numa província com 16 mandatos. Lembre que, em 2019, a Renamo conseguiu eleger quatro deputados na província de Manica.

 

A lista da Renamo na província de Manica é liderada pela “veterana parlamentar” Maria Angelina Enoque, sendo seguida pelo jurista Saimone Macuiana, que tenta regressar à chamada “Casa do Povo”, depois de ter falhado a sua eleição em 2019.

 

Para além dos deputados que podem deixar a Assembleia da República, há que destacar também os que podem não regressar e muito menos “estrear”. Nessa lista constam Paulo Vahanle, ex-Edil de Nampula, que aparece na 25ª posição na lista da província de Nampula, e Ossufo Raja (ex-Edil de Angoche), que ocupa o lugar 32 na mesma lista, numa província com 48 mandatos.

 

A lista da província de Nampula é liderada por Lúcia Afate e conta com as presenças de Arnaldo Chalaua (quarto), Glória Salvador (sexto) e Muhamad Yassine (no 11º lugar). Em 2019, a Renamo elegeu 16 deputados em Nampula.

 

No Círculo Eleitoral da Cidade de Maputo, Ivan Mazanga, Presidente da Liga Juvenil da “Perdiz”, tenta regressar ao Parlamento, mas encontra-se no “incómodo” terceiro lugar, numa província dominada pela Frelimo e que deverá eleger 10 deputados. A lista da capital do país é liderada pelo General Hermínio Morais, sendo que, em 2019, a Renamo elegeu quatro.

 

Na província de Maputo, Américo Ubisse ocupa a décima posição, num Círculo Eleitoral com 23 mandatos, num território também dominado pela Frelimo. A lista é encabeçada por Clementina Bomba, Secretária-Geral do partido, tendo António Muchanga no terceiro lugar e José Manuel Samo Gudo na quinta posição. Na província de Maputo, em 2019, a Renamo conseguiu eleger cinco deputados.

 

O Assessor de Imprensa de Ossufo Momade, Rassul Nobre, tenta também a sua sorte na província de Inhambane, onde ocupa a quarta posição, numa lista liderada por Gania Mussagy. Inhambane tem 15 mandatos e, em 2019, a Renamo elegeu dois deputados.

 

Na Zambézia, destacam-se as presenças de Gerónimo Malagueta (líder da lista), José Manteigas (quinto), Viana Magalhães (sétimo) e Ivone Soares (oitava). O segundo maior círculo eleitoral do país tem 42 assentos e, em 2019, a Renamo elegeu 12 deputados, dos 41 possíveis. (A. Maolela)

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Três semanas depois de o Conselho de Ministros ter ordenado a suspensão das tarifas proibitivas das comunicações e devolução das anteriores, as operadoras de telefonia móvel cumpriram com a recomendação, “eliminando” as polémicas tarifas. A actualização foi feita na madrugada desta segunda-feira e em simultâneo.

 

No entanto, no lugar de devolver as tarifas anteriormente em vigor, as operadoras optaram em reajustar as tarifas, mantendo parte das "novidades" introduzidas durante a implementação da polémica tabela.

 

Um dos aspectos mantidos pelas operadoras é a eliminação da oferta de bónus nas recargas, contrariando o que se verificava na anterior tabela. Igualmente, foram eliminadas as ofertas ilimitadas e mantido o sistema de venda, em separado, de minutos (para chamadas de voz), de SMS e dados.

 

Isto é, o cliente deverá continuar a fraccionar a sua recarga em três parcelas: parte da recarga para voz, outra para dados e também para SMS, o que contraria a anterior tabela, em que os clientes podiam comprar, em conjunto, todos os serviços com base na mesma recarga.

 

Também se verifica uma uniformidade das tarifas oferecidas pelas três operadoras aos clientes, tal como se verificava durante a implementação da polémica tabela, facto que revela a ausência de um mercado concorrente no sector das telecomunicações.

 

Refira-se que a polémica tabela de tarifas mínimas para o sector de telecomunicações, aprovada pelo Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique, esteve em vigor por mais de 30 dias e o recuo na sua implementação deveu-se à pressão social. (Carta)

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Os terroristas que ainda actuam em Cabo Delgado tornaram-se nómadas nos últimos dias, na sequência da destruição das suas principais bases pelas Forças de Defesa e Segurança e seus aliados e, por isso mesmo, limitam-se a andar no mato.

 

Esta é a leitura do Presidente da República Filipe Nyusi, feita no último domingo (16), durante a celebração dos 64 anos do Massacre de Mueda, quando fazia o ponto de situação sobre a resposta do governo em relação ao terrorismo em Cabo Delgado.

 

Filipe Nyusi afirmou que os terroristas andam fugitivos e em pequenos grupos, com medo de serem encontrados pelas Forças conjuntas de Moçambique, do Ruanda e Locais, bem como da SAMIM, estas últimas em fase de retirada.

 

O Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa e Segurança assegurou que os terroristas foram desactivados de todas as aldeias que estavam sob seu controlo, o que deixa aquele grupo filiado ao Estado Islâmico numa situação de nomadismo.

 

Filipe Nyusi apontou ainda que, além da destruição das principais bases dos terroristas, as forças conjuntas puseram fora de combate alguns dos principais líderes.

 

Refira-se que, nos últimos dias, os terroristas estão a actuar em pequenos grupos nos distritos de Macomia, Quissanga, Mocímboa da Praia e Metuge.

 

"Carta" soube que, apesar da questão de liderança dos terroristas ser ainda um assunto menos conhecido, sobretudo depois do abate pelas FDS de Ibn Omar Machude, alguns residentes da vila de Macomia afirmaram terem visto os corpos de dois influentes líderes terroristas supostamente abatidos pelo Exército nacional durante o ataque de 10 e 11 de Maio passado. Trata-se de Muamudo Saha, originário da aldeia Rueia em Mucojo e Mussa Daniel, de Ilala-sede no posto administrativo de Quiterajo. (Carta)

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Uma semana depois de ter encerrado o processo de entrega de candidaturas a Presidente da República, deputado, Membro da Assembleia Provincial e Governador de Província, ainda está no segredo dos “deuses” a lista dos cabeças-de-lista da Renamo a Governadores Provinciais, cuja eleição decorre no próximo dia 09 de Outubro.

 

À “Carta”, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, disse que os nomes que encabeçam as listas da Renamo só serão tornados públicos amanhã, terça-feira, em conferência de imprensa. O dado foi avançado ao nosso jornal, após tentativas frustradas da nossa reportagem em obter os nomes junto do principal partido da oposição do país.

 

Até ao momento, apenas Manuel De Araújo, Edil de Quelimane, foi confirmado cabeça-de-lista da Renamo, na província da Zambézia. Nas restantes províncias, os nomes continuam fechados ao público.

 

Refira-se que, entre os partidos com assento parlamentar, apenas a Frelimo e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) é que já anunciaram publicamente os seus cabeças-de-lista às eleições provinciais de 09 de Outubro próximo.

 

Na província de Maputo, por exemplo, a Frelimo avança com Manuel Tule, actual Governador de Maputo, enquanto o MDM escolheu a activista Fátima Mimbire. Na província de Gaza, Margarida Mapandzene tenta, pela Frelimo, renovar o seu mandato, enquanto o MDM lançou o activista Agnaldo Navalha.

 

Em Inhambane, a Frelimo escolheu Francisco Pagula, actual Administrador de Vilankulo, e o MDM Joana Jorge. Na província de Sofala, avançam para batalha Lourenço Bulha, pela Frelimo, e José Domingos pelo MDM. Em Manica, Francisca Tomas lidera a lista da Frelimo, enquanto Elisa Sabão encabeça a lista do MDM.

 

Na província de Tete, Domingos Viola volta a merecer confiança da Frelimo e Carlos Chataica do MDM. Na Zambézia, as escolhas recaíram sobre Pio Matos, na Frelimo, e Bruno Dramusse, no MDM. Na província de Nampula, vão disputar o cargo de Governador de província, Eduardo Mariamo Abdula, pela Frelimo, e o padre Fernão Magalhães Raul, pelo MDM.

 

No Niassa, Elina Judite Massengele lidera a lista da Frelimo, enquanto Damião Songueia encabeça lista do MDM. Por fim, em Cabo Delgado, a Frelimo avança com Valige Tauabo, enquanto o MDM lançou Santos Abílio. (Carta)

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Continuam indefinidas as datas para o arranque das obras de reabilitação da Estrada Nacional Nº 1, a principal via que liga as zonas sul e norte do país. Quase um mês depois de o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos ter garantido o arranque, ainda este ano, das obras físicas de reabilitação daquela rodovia, agora o prazo pode ser estendido para o ano de 2025.

 

Em causa está o adiamento do lançamento do concurso público internacional para a selecção do empreiteiro que será responsável pelas obras do Lote 1 da empreitada, que compreende o troço Gorongosa-Caia, na província de Sofala. O adiamento deve-se às novas exigências feitas pelo Banco Mundial, em torno das modalidades do concurso.

 

“Não chegamos a lançar o concurso [internacional], como pretendíamos, porque apareceu um outro requisito que era necessário observar, do ponto de vista do Banco Mundial, que é o financiador. Nós estávamos a lançar o concurso de salvaguardas sociais e do género, numa única especialidade e o Banco disse que era preciso separar e, quando é assim, requer mais tempo para consideração”, explicou Carlos Mesquita, em conversa com jornalistas na última sexta-feira.

 

Segundo Mesquita, com o adiamento “imposto” pelo Banco Mundial, a previsão é que o concurso seja lançado no fim de Junho ou, na pior das hipóteses, na primeira semana de Agosto, facto que deverá afectar, consequentemente, os restantes processos.

 

Refira-se que o lançamento do concurso para a reabilitação física do troço Gorongosa-Caia estava agendado para a primeira semana de Junho, conforme a promessa deixada pelo próprio Ministro das Obras Públicas, a 21 de Maio, facto que não se veio a efectivar.

 

Contudo, o governante assegura já ter sido concluído o projecto conceptual da obra, elaborado pelos consultores (dois) contratados pelo Banco Mundial. O projecto inclui, entre outros itens, a definição dos níveis de serviço da estrada, padrões do projecto, desenho geométrico, projecto hidráulico, projecto de pavimento, projecto estrutural, projecto de segurança rodoviária, proposta de materiais de construção, sinalização, avaliação económica e a avaliação do impacto ambiental e social.

 

Lembre-se que o projecto de reabilitação da EN1 foi anunciado, pela primeira vez, em Agosto de 2022 pelo Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, com data do arranque das obras inicialmente marcada para Setembro do mesmo ano. Porém, desde essa data nunca mais saiu do papel.

 

Refira-se que o projecto de reabilitação da EN1 prevê reconstruir, em três fases, um total de 1.053 Km da via. A primeira fase abrange os troços Inchope-Gorongosa (70 Km), Gorongosa-Caia (168 Km), Chimuara-Nicuadala (176 Km) e Pemba-Metoro (94 Km). A segunda fase inclui os troços Rio Save-Muxúnguè (110 Km), Muxúnguè-Inchope (77,5 Km), Metoro-Rio Lurio (74 Km) e a conclusão do troço Gorongosa-Caia (84 Km). A última engloba os troços Pambara-Rio Save (122 Km) e a conclusão do troço Muxúnguè-Inchope (77,5 Km). A obra está orçada em 850 milhões de USD. (Carta)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem um “acordo técnico” com o Governo de Moçambique sobre políticas económicas para concluir a quarta avaliação ao programa de assistência ao país, que permitirá desembolsar mais 55,9 milhões de euros.

 

“As autoridades moçambicanas e a equipa do FMI chegaram a um acordo a nível técnico sobre políticas económicas para concluir a quarta avaliação do acordo ECF [Facilidade de Crédito Alargado - ECF], de Moçambique. Uma vez aprovado pela administração do FMI e concluído pelo conselho executivo, Moçambique terá acesso imediato a DSE 45,44 milhões [55,9 milhões de euros]”, referiu Pablo Lopez Murphy, citado num comunicado do FMI sobre a conclusão da missão que liderou em maio, em Moçambique.

 

A terceira avaliação a este programa, a 36 meses, feita em janeiro, concluiu a terceira avaliação, libertando então a terceira tranche, de 60,7 milhões de dólares (56,6 milhões de euros), para apoio orçamental. Na altura, os desembolsos totais a Moçambique ao abrigo deste ECF elevaram-se a cerca de 273 milhões de dólares (254,7 milhões de euros).

 

“Uma reunião do conselho está prevista para a primeira quinzena de julho”, antecipou ainda Pablo Lopez Murphy, sobre a decisão de libertar a quarta tranche.

 

Após esta quarta avaliação, que decorreu em maio, em Moçambique, a equipa do FMI concluiu que o crescimento económico do país “está projetado em 4,3% em 2024”, esperando que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fora do setor mineiro “acelere de 2,2% em 2023 para 3,5% em 2024, um nível moderado, à medida que as condições financeiras restritivas continuam a pesar sobre a atividade económica”.

 

“As perspetivas de médio prazo para o setor extrativo são fortes, uma vez que se espera que os grandes projetos de GNL [Gás Natural Liquefeito] retomem as atividades”, descreveu Murphy, na mesma declaração.

 

Sobre o desempenho do programa ECF com Moçambique, o líder da equipa do FMI referiu que tem sido positivo e que as discussões com as autoridades moçambicanas centraram-se em áreas principais, como a consolidação orçamental contínua, que “é vital para reduzir as necessidades de financiamento interno e conter as vulnerabilidades da dívida pública”.

 

“Com as expectativas de inflação bem ancoradas, a consolidação orçamental em curso e o fraco crescimento não mineiro, justifica-se uma maior flexibilização gradual da política monetária. Os esforços sustentados para fortalecer as instituições, melhorar a governação e aumentar a transparência são importantes para reduzir as vulnerabilidades à corrupção, promover o investimento privado, apoiar a produção interna e fortalecer a posição do setor externo”, descreveu.

 

Acrescentou que importantes medidas de reforma, a implantar pelo Governo moçambicano em diversas áreas, “visam reforçar o cumprimento das obrigações fiscais, alcançar uma prestação de serviços públicos mais rentável, melhorar a transparência dos contratos públicos, proteger as despesas dos mais vulneráveis e melhorar a gestão e supervisão das empresas públicas”.

 

Este programa ECF foi aprovado em maio de 2022 e prevê um financiamento total de 456 milhões de dólares (416,2 milhões de euros) a Moçambique.

 

A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, reconheceu em abril o bom desempenho da economia moçambicana, depois de receber, em Washington, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

 

“Nós temos um programa ativo com Moçambique e estou agradada por ver que a situação fiscal do país reforçou-se, o crescimento está em alta e a inflação em baixa, as reservas estão fortes”, apontou.

 

Ao lado do Presidente moçambicano, com quem se reuniu durante mais de 30 minutos na sede da instituição financeira, na capital norte-americana, Kristalina Georgieva acrescentou que o resultado deste desempenho tem sido a construção de instituições fortes, colocando em prática boas políticas.(Lusa)

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