A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) convocou para amanhã, sábado (16), na cidade de Maputo, uma marcha para protestar contra o não pagamento de horas extras, a falta de progressão na carreira, promoções e mudanças de carreira e categorias.
“Nós, professores, informamos que já não há mais confiança num governo de mentirosos e burladores”, diz a declaração dos professores a propósito da marcha.
Em nota enviada à “Carta” pelo representante da ANAPRO, Isac Marrengula, a marcha visa pressionar o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) a resolver todos os problemas que afligem a classe e garantir que os seus direitos sejam salvaguardados.
“Basta. Ou o Governo muda ou a Educação morre. Este Governo tem-nos faltado respeito, tem-nos qualquerizardo e mostrado total desprezo. O futuro da educação depende da forma como o MINEDH nos responder neste período de marchas”.
A iniciativa tem ainda como objectivo mostrar ao Governo que a classe está cansada e quer que sejam resolvidos os problemas que afligem os professores e a população, tais como: a construção e manutenção de salas de aula e de outras infra-estruturas escolares, o pagamento de horas extras, despartidarização e eliminação dos núcleos partidários nas escolas, o subsídio de risco, 13º salário, mudanças de carreira e as devidas promoções e progressões.
Segundo Marrengula, a partidarização do sistema de educação tem afectado a classe, desde a altura em que o governo decidiu retirar os professores das salas de aula para realizar campanhas, ameaçando aqueles que se opunham, com o objectivo de coagi-los a viciar as eleições.
“O Governo transformou o MINEDH num covil de mentiras e isso nos afecta profundamente. Queremos tocar na parte mais sensível deles, mostrando ao mundo quem tem desgraçado a educação. Chega. Basta desse Governo insensível e de má-fé que tem banalizado a educação ao usar os professores para fins partidários. Foram tantas mentiras que o MINEDH contou durante o ano inteiro e, até hoje, quase no fim do ano, não há nenhum pronunciamento credível por parte deles. Por isso, queremos marchar para mostrar ao povo que nós, professores, não somos o Governo, e que o Governo deve criar todas as condições já e antes dos exames finais”, destacou.
Numa carta enviada ao MINEDH, os professores comunicam às direcções provinciais de educação que iniciarão um novo ciclo de exigências e pressão e que as manifestações culminarão no processo de conselho de notas e exames de todas as classes.
No seu caderno reivindicativo, a classe exige o pagamento das horas extras referentes a dois meses e 18 dias de 2022, de todo o ano de 2023 e de dois trimestres de 2024, além dos devidos enquadramentos na Tabela Salarial Única (TSU). (M.A.)