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sexta-feira, 28 junho 2019 08:25

Mais de seis milhões de moçambicanos estão em risco de contrair cegueira

Cerca de seis milhões de moçambicanos, com maior enfoque para crianças em idade escolar, correm o risco de perder a visão, devido ao Tracoma Fulcral. O continente africano é o mais afectado, com 18 milhões de pessoas, sobretudo as mais pobres.

 

Estes dados foram partilhados pelo Ministério da Saúde (MISAU), esta quarta-feira (26 Junho), em Maputo, durante a Reunião Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Eliminação do Tracoma no mundo, uma doença causada por uma bactéria e que afecta a vista.

 

Durante o evento, o vice-Ministro da Saúde, Leopoldo da Costa, disse que a doença constitui um problema de saúde pública, afectando 66 distritos, destacando-se os das zonas centro e norte, com maior prevalência, que vai de cinco a 29 por cento.

 

O Tracoma Fulcral é uma doença causada por uma bactéria e que afecta a visão e está relacionada com a deficiência de funcionamento do saneamento do meio, disponibilidade de água, défice de latrinas, entre outros factores.

 

Segundo a especialista em doenças tropicais do MISAU, Marília Massangai, nos 66 distritos afectados pelo Tracoma, a OMS está a orientar uma estratégia, em que os casos são tratados nas unidades sanitárias, porém, nos pontos mais endémicos. Sublinha que o tratamento está a ser feito em campanhas de tratamento massivas e que, até finais do ano passado, o sector da saúde havia realizado 68 por cento da cobertura.

 

“Os pacientes que se encontram numa fase mais avançada da doença, que é da cegueira, beneficiam-se de cirurgias, mas também, em colaboração com outros sectores, procuramos garantir que tenham um bom saneamento do meio, que haja disponibilidade de água em boas condições, construção de latrinas, para que se reduza o peso desta doença nestes locais”, sublinha a fonte.

 

Já a representante da OMS, em Moçambique, Djamila Cabral, pediu a intervenção de todos, sobretudo da sociedade civil, para a erradicação da doença até 2020.

 

“Precisamos de novos doadores e de novas pesquisas operacionais para aperfeiçoar a maneira como implementamos a Estratégia SAFE (S-cirurgia, A-antibióticos, F-limpeza facial, E-melhoria ambiental), para acelerar o fortalecimento do sistema de saúde e integrar as medidas-chave nos cuidados de saúde primários”, explicou Cabral. (Marta Afonso)

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