É já um dado adquirido que o país ainda não dispõe de um plano concreto para combater os ataques terroristas, que se verificam na província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, assim como não tem uma ideia de como acabar com as investidas levadas a cabo pela auto-proclamada Junta Militar da Renamo, desde Agosto de 2019, nas províncias de Sofala e Manica.
A confirmação foi feita na passada sexta-feira, pelo Ministro da Defesa Nacional, Jaime Bessa Neto, durante o encerramento do XXI Conselho Coordenador da instituição. No seu discurso de encerramento, o governante orientou os seus subordinados a traçarem, nos próximos 12 meses, um plano de combate ao terrorismo e aos ataques da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo.
Refira-se que, há dias, o jornal sul-africano Daily Maverick avançou haver dúvidas, por parte dos Estados-membros da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), sobre a seriedade do Governo moçambicano em combater o terrorismo. Segundo aquela publicação, na recente reunião extraordinária da SADC, onde se discutiu o assunto, Jaime Neto simplesmente apresentou uma “lista de compras” e não um plano concreto de combate ao terrorismo, que já causou a morte de cerca de duas mil pessoas e provocou a deslocação de mais de 500 mil. (O.O.)