Seis mil e quinhentas e duas (6.502) pessoas não tomaram a segunda dose da vacina contra Covid-19, durante a primeira fase de vacinação, que teve lugar entre os meses de Março e Abril último, tendo abrangido profissionais de saúde, coveiros, funcionários das morgues municipais e idosos residindo em lares de pessoas da terceira idade.
Dados apresentados esta quinta-feira, pelo Ministério da Saúde (MISAU), indicam que 82.384 pessoas aderiram ao processo (ou seja, tomaram a primeira dose), durante a primeira fase, porém, deste número, apenas 75.882 receberam a segunda dose da vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinopharm, o que corresponde a uma cobertura de 92%.
Segundo a Chefe do Programa Alargado de Vacinação, Graça Matsinhe, a nível dos hospitais públicos, apenas 53.938 profissionais de saúde aderiram à primeira dose, mas destes apenas 50.729 regressaram para tomar a segunda dose, o que significa que 3.209 não aderiram à segunda dose.
A nível do sector privado, 12.172 profissionais aderiram ao processo e apenas 10.861 foram tomar a segunda dose. Isto é, menos 1.311 que a primeira dose. Quanto aos agentes polivalentes, 6.233 foram tomar a primeira dose e, destes, 689 ficaram em casa, tendo regressado aos postos de vacinação 5.544.
Ainda na primeira fase de vacinação, refere o MISAU, 5.894 pacientes diabéticos, inscritos nas Associações, foram tomar a primeira dose da vacina contra Covid-19, porém, simplesmente 5.120 regressaram ao local, tendo ficado de fora 774.
Em relação aos profissionais de saúde reformados e idosos vivendo em lares, dos 3.148 que aderiram ao processo, 374 faltaram à segunda dose e apenas 2.774 foram concluir a vacinação. Entre os coveiros e trabalhadores de casas mortuárias, por sua vez, 99 não aderiram à segunda dose, depois de 462 terem tomado a primeira.
O MISAU não avançou as razões que levaram os abrangidos a não concluir o processo de vacinação. Simplesmente explicou que alguns profissionais da saúde não aderiram ao processo devido às incertezas que existiram a nível da classe. Porém, houve outros que não foram abrangidos devido aos critérios de elegibilidade.
Cidade e Maputo com maior número de “faltosos”
Analisados os números da vacinação por província, descobre-se que a cidade de Maputo+ é que apresentou maior número de faltosos à segunda dose. A capital do padiabéticos e idosos.
Já a província de Nampula aparece na segunda posição, com 1.518 “faltosos”. É que, na primeira dose, a província mais populosa do país vacinou 9.914 pessoas e, na segunda, apenas 8.396.
A província de Sofala fecha o pódio dos “faltosos”, com 1.376 pessoas que não aderiram à segunda dose. Na primeira dose, foram vacinadas 7.490 pessoas e, na segunda, apenas 6.114 foram administradas a vacina.
Entre as províncias onde houve menos desistências, destacam-se as de Maputo (com 44 faltosos), Tete (com 152) e Inhambane (153). Na província de Maputo, 8.386 pessoas foram vacinadas na primeira dose e, destas, apenas 8.342 regressaram para tomar a segunda; em Tete, 5.417 aderiram ao processo e 5.265 conseguiram concluí-lo; e em Inhambane, dos 5.385 que receberam a primeira dose, apenas 5.232 foram tomar a segunda.
As províncias de Manica e Niassa contaram com 170 faltosos cada. Em Manica, dos 5.326 indivíduos que tomaram a primeira dose, apenas 5.156 receberam a segunda; enquanto no Niassa, dos 3.655 vacinados na primeira dose, 3.485 é que foram abrangidos pela segunda dose.
A província da Zambézia vacinou, na primeira dose, 9.926 pessoas e, na segunda dose, 9.722, significando uma redução de 204 afectados. Em Cabo Delgado, 4.861 receberam a primeira dose e, para segunda dose, apenas 4.294 é que marcaram presença, reduzindo em 567 o número de inoculados. Já em Gaza, 581 pessoas faltaram ao processo. Dos 5.304 abrangidos na primeira dose, somente 4.723 tiveram direito à segunda.
Refira-se que o MISAU criou 277 postos de vacinação a nível nacional, tendo administrado, na primeira fase, a SARS-COV-2 Vacine (Vero Cell) inactivada, produzida pela farmacêutica chinesa Sinopharm, doada pelo Governo chinês em Fevereiro último. A mesma tem uma eficácia de 79,3% contra doença sintomática e é 100% eficaz contra a doença moderada e grave. (Marta Afonso)