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quinta-feira, 10 junho 2021 07:17

Covid-19: Mais da metade das famílias urbanas experimentaram insegurança alimentar em 2020 – INE

Um inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre Junho e Novembro de 2020, com o objectivo de analisar os impactos causados pela Covid-19 na economia e na população moçambicana, revela que mais da metade das famílias urbanas experimentaram algum tipo de insegurança alimentar, causado pela pandemia.

 

De acordo com o Relatório divulgado esta quarta-feira, desde o início do inquérito (teve seis rondas de inquéritos mensais), mais da metade dos inquiridos respondeu que não tinha comida suficiente; que lhe tinha faltado uma refeição; que tivera fome, mas não comera; ou que ficara sem comer durante um dia inteiro.

 

Em concreto, o INE diz ter questionado aos inquiridos se, durante os últimos 30 dias (anteriores ao inquérito), existiu algum momento em que algum adulto do agregado familiar tenha experimentado algum tipo de insegurança alimentar, tendo tido um resultado preocupante.

 

“Na primeira ronda do inquérito, em Junho, 76% dos agregados familiares disseram estar preocupados por não terem comida suficiente; 60% declararam ter-lhes faltado uma refeição; 54% tiveram fome, mas não comeram; e 37% dos agregados familiares ficaram sem comer durante um dia inteiro”, revela o INE.

 

“Ao longo do tempo, a percentagem de inquiridos que relataram as formas mais graves de insegurança alimentar, tais como «não comeram durante um dia inteiro» e «ficaram sem comida» aumentou ligeiramente, revelando elevados níveis de insegurança alimentar de Junho a Novembro. Isto demonstra que muitos agregados familiares são vulneráveis à redução de rendimento, o que tem um impacto directo na segurança alimentar e no bem-estar”, acrescenta a fonte, sublinhando, entretanto, que a maioria dos agregados familiares (mais de 90%) declarou ter comprado os artigos de que necessitava (farinha de milho, arroz, feijão e medicamentos), durante os sete dias que antecederam as entrevistas.

 

Refira-se que o “Inquérito Sobre o Impacto da Covid-19 aos Agregados Familiares” foi realizado nas áreas urbanas das 11 províncias do país e abrangeu 1.185 agregados familiares (5.938 indivíduos), seleccionados da amostra feita para o Inquérito sobre Orçamento Familiar (IOF 2019/2020).

 

As entrevistas foram realizadas por telefone (entre 15 a 20 minutos), por isso o INE ressalva que a amostra “não é representativa de todos os agregados familiares moçambicanos”. O estudo foi financiado pelo Banco Mundial. (Carta)

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