Quatro moçambicanos vão integrar a lista de membros correspondentes da Academia Angolana de Letras. O facto foi tornado público através de uma nota de imprensa datada de 27 de Agosto, enviada à nossa redacção.
Fazem parte desta lista os moçambicanos Bento Sitoe, linguista, professor na Universidade Eduardo Mondlane, especialista em línguas africanas e autor de dicionários; Elísio Macamo, sociólogo, professor catedrático na Universidade de Basileia (Suíça) e especialista em Sociologia do Desenvolvimento; Patrício Langa, também sociólogo, professor na Universidade Eduardo Mondlane e especialista em Sociologia da Educação e Nataniel Ngomane, linguista e crítico literário, professor de Literatura na Universidade Eduardo Mondlane e presidente do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa.
De acordo com a nota, a Academia Angolana de Letras realizou a sua Assembleia-Geral Ordinária na segunda-feira, onde foram aprovados os relatórios e contas dos últimos anos, marcada a data para as próximas eleições para o terceiro mandato e admitidos cinco membros efectivos e nove membros correspondentes, entre os quais, quatro moçambicanos.
Na reunião, foram aprovados como membros efectivos da academia os angolanos José Carlos Venâncio, sociólogo e professor catedrático na Universidade da Beira Interior, David Capelenguela, escritor, Carlos Manuel Lopes, economista e professor associado no ISPTEC e Maria Helena Miguel, professora de língua portuguesa.
Entretanto, fazem parte ainda do grupo de membros correspondentes professores de várias nacionalidades, sendo portuguesa (01), brasileira (02), congolesa (01) e senegalesa (01). (Carta)
O Ministério da Saúde garantiu, esta segunda-feira, ainda não ter registado qualquer caso de Mpox (varíola dos macacos), em Moçambique, pelo que, desmente a existência de casos desta doença em Moçambique.
Em comunicado emitido ontem, o Ministério da Saúde revela ter submetido, entre os dias 14 e 26 de Agosto, sete casos suspeitos de Mpox, cujos testes laboratoriais deram negativo. Os casos em referência foram detectados nas províncias de Cabo Delgado (quatro), Niassa (um), Zambézia (um) e Maputo (um).
As autoridades da saúde esclarecem, no documento, que os sintomas de mpox são similares às de outras doenças exantemáticas, como o sarampo, a rubéola e a varicela, pelo que os casos suspeitos podem estar relacionados à estas doenças.
Lembre que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, a 14 de Agosto último, a Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, facto que levou as autoridades de saúde a elevar o seu nível de alerta. (M. Afonso)
A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, na última sexta-feira (23), no bairro de Mahlazine, na cidade de Maputo, uma cidadã de 35 anos, suspeita de tráfico de órgãos, após uma denúncia feita pelo parceiro da sua empregada doméstica. A detenção ocorreu depois que a empregada encontrou órgãos humanos (braços e seios) no congelador da casa da patroa, o que a levou a informar o parceiro, que então denunciou o caso à polícia.
Entretanto, a detida afirma que está a ser acusada de um crime que não cometeu, alegando que nada foi encontrado na sua residência. "Quando a polícia revistou a minha casa e o meu quarto, encontraram apenas quatro seringas e coleira do meu cão. No meu carro, encontraram um kit de primeiros socorros e ervas medicinais que uso para os meus banhos. No meu telemóvel, encontraram algumas mensagens de um jovem que me arranja pessoas para trabalhar, mas no meu congelador não encontraram nada", explicou.
Segundo a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Marta Pereira, a cidadã foi detida por possuir na sua residência partes do corpo humano, que foram descobertas pela empregada, após a patroa ter ligado pedindo para retirar carne do congelador para preparar.
Mas como não era tarefa da empregada preparar comida, ao procurar a carne, deparou-se com um plástico contendo braços e seios femininos, o que a fez sair correndo até desmaiar. Pouco depois, a filha da patroa ligou para a mãe para contar o sucedido e esta retornou à casa, confrontando a empregada sobre o que ela tinha visto no congelador.
Em pânico, a empregada pediu à patroa que a enviasse de volta para a província de Gaza, onde reside, mas a patroa recusou. A empregada então contactou o seu parceiro, que accionou a polícia, tendo esta se dirigido de imediato à casa da suspeita, mas não encontrou nada, pois já havia removido os itens para outra residência.
Quando a polícia chegou ao local, rastreou o celular da cidadã e descobriu que ela recrutava pessoas, prometendo emprego na África do Sul, através da partilha de informações nas redes sociais sobre a solicitação de empregadas domésticas. Na mesma residência, a polícia encontrou vários medicamentos tradicionais, materiais de primeiros socorros, seringas e outros itens. (M.A.)
O primeiro dia da campanha eleitoral rumo às eleições de 9 de Outubro foi caracterizado nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa por uma maior participação dos principais actores políticos nas ruas e nas respectivas delegações.
Na cidade de Pemba, por exemplo, o MDM, terceiro maior político no país, escolheu o bairro Paquitequete para o lançamento da sua campanha. A cerimónia foi conduzida por António Macanige, Delegado Político Provincial, que pediu votos para o seu partido e para o seu candidato presidencial, Lutero Simango. O cabeça-de-lista para governador da província, Santos Abílio, prometeu resolver o problema de insegurança em Cabo Delgado.
A condução das actividades do dia da RENAMO, a segunda maior força política, após desfilar pelas ruas, coube a Manuel Alex, Delegado Político Provincial, na presença da cabeça-de-lista Ângela Maria Eduardo. Falando no bairro municipal de Muxara, Ângela Maria Eduardo prometeu resolver as principais dificuldades da população da província.
A FRELIMO, sob orientação de Amélia Muendane, membro da Comissão Política do partido no poder, abriu a campanha no bairro Metula. Na ocasião, o cabeça-de-lista para governador, Valige Tauabo, prometeu dias melhores e mais desenvolvimento na província.
Por outro lado, apoiantes de Venâncio Mondlane, através do PODEMOS, saíram às ruas sob a direcção do Delegado Provincial da CAD no bairro de Alto Gingone. Em Nampula, maior círculo eleitoral do país, os partidos MDM, FRELIMO, RENAMO, PODEMOS e AMUSI também saíram às ruas.
O MDM marchou pelas ruas da cidade de Nampula até ao bairro Muhala-Expansão e o seu cabeça-de-lista, o Padre Fernão Magalhães, prometeu melhorar as vias de acesso que ligam os distritos e prestar maior atenção ao sector da educação.
A RENAMO privilegiou a campanha porta-a-porta nos bairros da cidade de Nampula. A cabeça-de-lista para governador, Abiba Abá, não se fez presente. O AMUSI também marchou pela cidade de Nampula, percorrendo algumas artérias da urbe. O cabeça-de-lista, Santos Almeida, prometeu desenvolver a província. No entanto, membros e simpatizantes do AMUSI e da FRELIMO trocaram acusações, mas sem incidentes.
Os apoiantes de Venâncio Mondlane exaltaram a figura do seu candidato presidencial, pedindo votos com a promessa de que vai melhorar a vida dos moçambicanos. (Carta)
Uma pessoa morre a cada 30 segundos em Moçambique devido a complicações relacionadas às hepatites. De acordo com as estatísticas, a Hepatite B afecta cerca de 7,2% da população, enquanto a Hepatite C aflige entre 0,8% e 1,3%.
Os dados resultam do estudo "Impacto na Saúde Pública da Abordagem Centrada na População para Prevenção e Tratamento do VHC e do VHC em Moçambique" de 2018.
No Serviço de Gastroenterologia do Hospital Central de Maputo (HCM), as doenças hepáticas cronicas e o câncer de fígado, relacionados à Hepatite B, estão entre as principais causas de internamento. O câncer de fígado é o quarto tipo mais comum diagnosticado em homens e o sexto mais comum entre as mulheres.
Por conta disso, os médicos apelam para que cada cidadão faça o diagnóstico voluntário para evitar casos extremos da doença. As hepatites A e B não têm cura, mas podem ser prevenidas com vacina e controladas com medicação, enquanto a hepatite C pode ser curada, mas ainda não existe vacina para sua prevenção.
Todos os anos celebra-se, a 28 de Julho, o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. Este ano, a efeméride foi comemorada sob o lema "É Hora de Agir".
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, em 2022, cerca de 770 mil novas infecções foram registadas, totalizando 65 milhões de pessoas vivendo com Hepatite Viral B (VHB) em África, o que representa 25% de todos os casos registados no mundo.
Contudo, apenas 4,3% dessas pessoas foram diagnosticadas e, desse universo, somente 5% receberam o devido tratamento, o que equivale a apenas 0,2% do total de pessoas que deveriam ser tratadas.
No mesmo ano, em relação à Hepatite Viral C (VHC), foram notificadas 172 mil novas infecções, elevando para 8 milhões o número de pessoas infectadas na África, correspondendo a 16% dos casos registrados no mundo. Desses casos, 13% foram diagnosticados e apenas 3% receberam tratamento.
O impacto desta doença foi devastador, resultando na morte de 270 mil pessoas em 2022 devido à Hepatite VHB e mais de 35 mil por causa do VHC. (M. Afonso)
A Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já estão a trabalhar na denúncia da comunidade ao redor da mina de Moatize, província de Tete, sobre a poluição ambiental pela empresa de origem indiana Vulcan Moçambique. A garantia foi dada na última quarta-feira (21) em Maputo, pelo Jurista da AQUA, Danilo Liasse.
Falando à margem de um evento organizado pelo Centro de Integridade Pública (CIP), Liasse deu a entender que nessa equipa a missão da AQUA é ver se na denúncia há matéria para a responsabilização administrativa (para a aplicação de multas) e a PGR pretende aferir a matéria criminal para, se for o caso, tomar as devidas medidas de responsabilização. Para além da AQUA e PGR, a fonte disse haver outras entidades envolvidas na equipa multissectorial.
Liasse disse não ter ainda dados sobre o resultado do trabalho da equipa multissectorial, alegadamente porque a mesma continua no terreno. “Ainda não temos dados científicos para falar sobre o que aconteceu. Neste momento, há uma equipa multidisciplinar que está no local a aferir todos os aspectos que têm a ver com a actividade daquela empresa para que sejam tomadas medidas com vista a salvaguardar o meio-ambiente e a saúde pública”, afirmou o jurista da AQUA.
A denúncia foi feita em carta datada de 13 de Agosto corrente por moradores de oito bairros da vila carbonífera de Moatize. A carta foi encaminhada à Vulcan, exigindo a tomada de providências necessárias para a mitigação do impacto negativo causado pela exploração do carvão mineral naquela parcela do país.
De acordo com o documento, a empresa tem um prazo de 30 dias para resolver o problema que apoquenta aquela população há mais de 10 anos (a contar da data da entrada da carta), findo o qual, a comunidade ameaçou protestar pelos seus direitos individuais e colectivos.
Esta semana, a mineradora Vulcan anunciou que está à busca de soluções conjuntas e sustentáveis para evitar a poluição causada pela mina de carvão em Moatize. Em comunicado, a empresa diz ter recebido uma carta das comunidades de Moatize, relatando a emissão de particulados nos bairros 25 de Setembro, Bagamoyo, Chithatha, 1º de Maio, Liberdade, Nhanctere, Malabué e Chipanga.
A Vulcan Mozambique, S.A explicou que, no dia 2 de Agosto do corrente ano, por volta das 16 horas, realizou três desmontes, sendo que o ponto mais distante estava a cerca de 1.220 metros da comunidade e o mais próximo a 759 metros, com o raio de segurança para pessoas de 300 metros.
Neste tipo de actividade, a mineradora explica que é comum a emissão de partículas, que normalmente se dispersam em cerca de sete minutos. No entanto, devido às condições climáticas desta época, as partículas permaneceram suspensas no ar por mais tempo que o habitual, o que resultou em reclamações da comunidade, embora não tenha havido danos humanos ou estruturais. (Evaristo Chilingue)