O Serviço Nacional de Migração (SENAMI) anunciou, esta quinta-feira, que interpelou, de 29 de Maio a 04 de Junho, 151 cidadãos estrangeiros em situação irregular, o que representa um aumento em mais de 100%, comparativamente ao período similar de 2020, altura em que foram interpelados 29 cidadãos estrangeiros.
Segundo as autoridades migratórias, dos interpelados, 100 foram repatriados, 46 aguardam repatriamento e cinco regularizaram a sua situação migratória. Os mesmos foram interpelados na cidade de Maputo (dois), províncias de Tete (146), Sofala (dois) e Niassa (um).
De acordo com o SENAMI, as infracções migratórias detectadas neste período foram a imigração clandestina (146), a falta de autorização de residência (dois), a falta de comunicação de mudança de domicílio (dois) e a falta de boletim de alojamento (um).
Segundo o porta-voz do SENAMI, Celestino Matsinhe, na mesma semana, as autoridades migratórias receberam 184 pedidos de DIRE (Documento de Identificação e Residência para Estrangeiros), o que representa uma redução em 44% em relação à semana anterior, em que foram solicitados 326 documentos. (Marta Afonso)
Um inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre Junho e Novembro de 2020, com o objectivo de analisar os impactos causados pela Covid-19 na economia e na população moçambicana, revela que mais da metade das famílias urbanas experimentaram algum tipo de insegurança alimentar, causado pela pandemia.
De acordo com o Relatório divulgado esta quarta-feira, desde o início do inquérito (teve seis rondas de inquéritos mensais), mais da metade dos inquiridos respondeu que não tinha comida suficiente; que lhe tinha faltado uma refeição; que tivera fome, mas não comera; ou que ficara sem comer durante um dia inteiro.
Em concreto, o INE diz ter questionado aos inquiridos se, durante os últimos 30 dias (anteriores ao inquérito), existiu algum momento em que algum adulto do agregado familiar tenha experimentado algum tipo de insegurança alimentar, tendo tido um resultado preocupante.
“Na primeira ronda do inquérito, em Junho, 76% dos agregados familiares disseram estar preocupados por não terem comida suficiente; 60% declararam ter-lhes faltado uma refeição; 54% tiveram fome, mas não comeram; e 37% dos agregados familiares ficaram sem comer durante um dia inteiro”, revela o INE.
“Ao longo do tempo, a percentagem de inquiridos que relataram as formas mais graves de insegurança alimentar, tais como «não comeram durante um dia inteiro» e «ficaram sem comida» aumentou ligeiramente, revelando elevados níveis de insegurança alimentar de Junho a Novembro. Isto demonstra que muitos agregados familiares são vulneráveis à redução de rendimento, o que tem um impacto directo na segurança alimentar e no bem-estar”, acrescenta a fonte, sublinhando, entretanto, que a maioria dos agregados familiares (mais de 90%) declarou ter comprado os artigos de que necessitava (farinha de milho, arroz, feijão e medicamentos), durante os sete dias que antecederam as entrevistas.
Refira-se que o “Inquérito Sobre o Impacto da Covid-19 aos Agregados Familiares” foi realizado nas áreas urbanas das 11 províncias do país e abrangeu 1.185 agregados familiares (5.938 indivíduos), seleccionados da amostra feita para o Inquérito sobre Orçamento Familiar (IOF 2019/2020).
As entrevistas foram realizadas por telefone (entre 15 a 20 minutos), por isso o INE ressalva que a amostra “não é representativa de todos os agregados familiares moçambicanos”. O estudo foi financiado pelo Banco Mundial. (Carta)
Um grupo de 23 pessoas, constituído na sua maioria por mulheres e crianças, chegou à vila-sede do distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, na última segunda-feira, fugindo das bases controladas pelos terroristas naquela parcela do país.
De acordo com as fontes, as vítimas partiram das margens do Rio Messalo, no Posto Administrativo de Chai, no distrito de Macomia, depois de longos dias de “escravidão” nas mãos dos insurgentes.
As fontes não avançaram, no entanto, as zonas de origem das vítimas, tendo garantido apenas que as mesmas foram apresentadas no Comando Distrital da PRM (Polícia da República de Moçambique) de Macomia e depois encaminhadas para a cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.
Sublinhe-se que, nos últimos dias, as Forças de Defesa e Segurança têm desmantelado diversas bases dos terroristas nos distritos de Macomia e Muidumbe. Entretanto, o distrito de Palma continua a registar ataques constantes às aldeias, protagonizados pelos terroristas.
Os ataques terroristas já causaram a morte de mais de duas mil pessoas e mais de 800 mil deslocados. A vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia continua nas mãos dos terroristas desde Agosto de 2020. (Carta)
Dois funcionários públicos foram detidos na província de Nampula, indiciados de prática do crime de corrupção. Trata-se de um funcionário da empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) suspeito de ter desviado cerca de quatro milhões de Meticais e uma funcionária do Hospital Central de Nampula acusada de ter montado, junto com os colegas, um esquema de cobranças ilícitas aos candidatos ao quadro laboral daquela unidade sanitária, que lhes rendeu mais de 180 mil Meticais.
Os indiciados foram apresentados à imprensa, esta terça-feira, pelo Gabinete Provincial de Combate à Corrupção de Nampula. O funcionário da EDM estava afecto à Direcção Comercial da empresa, no distrito de Meconta, e a funcionária do HCN estava afecta à Direcção da instituição.
À imprensa, o porta-voz do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção, em Nampula, José Sopa, revelou que o funcionário da EDM foi denunciado pela sua empresa, após a auditoria feita pela Delegação Provincial de Nampula às contas da empresa no distrito de Meconta.
Já a funcionária do HCN terá sido denunciada pelos concorrentes às vagas de emprego naquela unidade sanitária, que afirmam terem sido vítimas das suas acções. Entretanto, a fonte diz não saber do paradeiro dos restantes membros da quadrilha, que lesava candidatos no HCN. (O.O.)
A Associação dos Professores de Educação Física e Desportos de Moçambique (APEFDM) submeteu, esta terça-feira, ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), a sua proposta de conteúdos da disciplina a serem ministrados durante o período da Covid-19.
Em comunicado de imprensa enviado à nossa Redacção, a agremiação explica que o documento, que surge na sequência da interrupção das aulas de Educação Física em todos os subsistemas de ensino, visa contribuir no processo de formação dos alunos, garantido, assim, que a disciplina não faça parte da ruptura do processo de ensino e aprendizagem das crianças e jovens, pois, “a par de todas as outras, afigura-se de extrema importância no processo de crescimento e desenvolvimento psicomotor”.
Na nota, os docentes de Educação Física lembram de ter contestado, em carta dirigida ao MINEDH no passado dia 10 de Março, a suspensão das aulas daquela disciplina, alegando razões de caracter pedagógico que a APEFDM considera serem determinantes para o processo de educação e desenvolvimento das crianças e jovens em Moçambique.
Por isso, a agremiação apela ao bom senso do MINEDH, no sentido de reconsiderar a decisão tomada em relação à disciplina de educação física no ambiente escolar. Aliás, os professores de Educação Física afirmam que a proposta apresentada garante, simultaneamente, a segurança sanitária e o cumprimento dos objecivos educativos da disciplina de Educação Física preconizados nos programas educativos mundiais e do país em particular. (Marta Afonso)
A constante electrocussão dos animais selvagens nas áreas de conservação preocupa algumas organizações ambientalistas e do sector de energia. A preocupação foi manifestada esta segunda-feira, em comunicado de imprensa, pelas Organizações Não Governamentais Power Africa, USAID, Endagered Wildlifeb Trust (EWT) e a empresa pública moçambicana de electricidade (EDM).
De acordo com a nota, as referidas organizações trabalham no sentido de equipar as áreas de conservação para gerir melhor a interacção entre a vida selvagem e as infra-estruturas eléctricas e reduzir o seu impacto nos animais.
Segundo as organizações signatárias do documento, do trabalho realizado nas Reservas Especiais de Maputo e da Marinha Parcial da Ponta do Ouro constatou-se serem constantes os casos de electrocussão dos animais, facto a ser combatido nos próximos dias. (O.O.)