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A zona norte do país continua sendo responsável por mais de 60% dos casos activos do novo coronavírus, no território nacional. O facto já levou o sector da saúde a declarar as cidades de Nampula e Pemba como estando em padrão de transmissão comunitária.

 

Até esta terça-feira, o país contava com 545 casos activos de infecção pelo novo coronavírus, sendo que 349 (64,04%) estavam na zona norte do país, na sua maioria concentrados nas províncias de Nampula e Cabo Delgado. Nampula conta com 215 (39,5%) casos activos, enquanto a província de Cabo Delgado conta com 123 casos (22,6%). No Niassa, apenas 11 pessoas (2,02%) estão infectadas pela doença. Aliás, a província do Niassa é a única que ainda não registou casos recuperados.

 

A zona sul do país é a segunda mais afectada pela pandemia, contando, neste momento, com 166 casos activos (30,46%), na sua maioria concentrados na província e cidade de Maputo. A cidade de Maputo conta, actualmente, com 96 pessoas infectadas (17,6%) e a província de Maputo com 58 (10,6%) casos activos. A província de Gaza conta com dois casos activos e a província de Inhambane com 10 pessoas infectadas.

 

Na zona centro do país apenas há 30 (5,5%) pessoas infectadas pela doença, sendo que a província de Tete concentra mais da metade dos casos. Na província de Tete, 19 pessoas estão infectadas pela doença, seguindo Zambézia com cinco pessoas; Sofala com quatro; e a província de Manica com duas pessoas ainda infectadas.

 

Referir que o país já registou um cumulativo de 757 casos positivos, sendo que destes 206 (27,2%) pessoas recuperaram da doença e cinco perderam a vida devido à pandemia. Há registo também de mais um óbito de alguém que tinha testado positivo para o novo coronavírus, mas que perdeu a vida devido a outras doenças. (Carta)

Foi na voz do porta-voz da 22ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros (CM), realizada esta terça-feira, que veio a resposta mais estranha que se podia esperar, numa altura em que o país discute as medidas adoptadas pelo Governo para garantir o retorno “seguro” às aulas. “Ninguém falou da reabertura das aulas, nem nesta sessão e muito menos as autoridades do Ministério da Educação”, afirmou Filimão Suazi, quando questionado sobre a possibilidade de relaxamento das medidas para a retomada das aulas.

 

Na conferência de imprensa desta terça-feira, Filimão Suazi apenas se ocupou pela reprodução do discurso da porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Gina Guibunda, que referiu que o sector simplesmente está a tentar criar condições para que, em caso do levantamento das restrições, os alunos retornem às aulas com segurança.

 

Suazi acrescentou ainda que o Presidente da República, Filipe Nyusi, irá se dirigir à nação brevemente (antes do dia 29 de Junho, data em que termina o Estado de Emergência), porém, afirmou que o Executivo se mostra preocupado com o alastramento da doença, pelo que faz um balanço negativo no que tange ao cumprimento das medidas decretadas no âmbito do Estado de Emergência, pois, “as pessoas não estão a seguir devidamente as regras, embora as instituições do Estado, religiosas e comunitárias estejam a dar uma resposta positiva no combate à pandemia”. (O.O.)

Moçambique registou, de segunda para terça-feira, mais 25 pessoas recuperadas da Covid-19, elevando para 206, o número total de recuperados. De acordo com as autoridades da saúde, os recuperados são moçambicanos e cumpriram o tratamento nas suas residências, sendo que 17 estavam na província de Nampula, cinco na província de Sofala, dois na província de Tete e um na província de Maputo.

 

Entretanto, por outro lado, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 20 casos positivos, elevando de 737 para 757, o total cumulativo de casos registados no país. “Dos novos casos aqui reportados, 14 são de nacionalidade moçambicana e seis são de nacionalidade chinesa. Todos são de transmissão local e são resultado do rastreio de contactos positivos e da vigilância das unidades sanitárias. Um caso é proveniente de Cabo Delgado, nove são da província de Nampula e 10 da cidade de Maputo”, disse Rosa Marlene, Directora Nacional de Saúde Pública.

 

Na conferência de imprensa desta terça-feira, Rosa Marlene informou que as autoridades da saúde concederam uma alta clínica a um paciente que se encontrava internado na cidade de Nampula, estando, neste momento, a dar continuidade com o tratamento ao domicílio. (Marta Afonso)

A Plataforma de observação eleitoral, denominada Sala da Paz, defende ter havido celeridade no julgamento do caso de assassinato do activista Anastácio Matável, morto à tiro no passado dia 07 de Outubro de 2019, na cidade de Xai-Xai, capital provincial de Gaza, mas entende que este deixou muitos pontos por esclarecer.

 

Em comunicado de imprensa, distribuído, neste domingo, aos órgãos de comunicação social, a plataforma afirma que a punição dada aos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) envolvidos no caso é “exemplar”, pois, irá desencorajar as pessoas de praticar actos criminais, porém, lamenta o facto de o Tribunal Judicial da Província de Gaza não ter clarificado muitas questões, como é o caso das razões que levaram ao assassinato do activista, assim como a não identificação dos mandantes do crime.

 

“Apesar de a sentença considerar que os autores do crime agiram em nome próprio, os relatos dados em julgamento não esclarecem os reais motivos que possam, de facto, ter conduzido os arguidos a executar este acto. Os relatos, em julgamento, não clarificaram a existência de algum interesse cuja agressão bárbara da vítima fosse necessária para o seu alcance. Não houve relatos de tentativa de subtrair algum bem na posse de Anastácio Matavel antes ou depois do seu assassinato. A nossa expectativa, e de todo o cidadão do bem, era de ver esta questão esclarecida durante o julgamento”, refere o documento.

 

Lembre-se que, na última quinta-feira, o Tribunal Judicial da Província de Gaza proferiu a sentença do caso de assassinato de Anastácio Matavel, tendo condenado os seis agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) a penas que variam entre três a 24 anos de prisão maior. Ricardo Manganhe, proprietário da viatura usada no dia do crime, foi absolvido.

 

Segundo a Sala Paz, apesar de, em sede do julgamento, alguns dos condenados terem imputado a culpa ao agente Agapito Matavele, que ainda se encontra foragido, não ficou claro sobre quem são os mandantes deste crime. “Enquanto não se esclarece, este assassinato vai continuar a ser a grande mancha do processo eleitoral”, adverte a plataforma.

 

Para a Sala da Paz, é necessário que se localize o agente foragido, de modo a se esclarecer as dúvidas que ainda persistem: as motivações do assassinato e os seus mandantes.

 

A Sala da Paz diz ainda mostrar-se preocupada com o facto de os agentes condenados ainda não terem sido responsabilizados administrativamente, pelo que continuam a ostentar o estatuto de servidores públicos. “A responsabilização administrativa e exemplar dos autores do assassinato vai contribuir para desencorajar os demais agentes do Estado a usarem os meios de Estado para praticarem actos ilícitos. Enquanto os mesmos continuarem a ter estatuto de agentes do Estado, ao nível da opinião pública vai ser difícil dissociar o Estado do caso”, diz o documento. (Carta)

Cinco pessoas perderam a vida, em consequência de um acidente de viação ocorrido esta segunda-feira, muito próximo da aldeia Mieze, no distrito de Metuge, província de Cabo Delgado. De acordo com as testemunhas, três vítimas perderam a vida no local do acidente, enquanto as restantes morreram a caminho do hospital.

 

O acidente, do tipo despiste e capotamento, envolveu um minibus de cor branca, com matrícula AAH-426-GZ, que saía da vila municipal de Montepuez com destino à cidade de Pemba. Uma testemunha assegurou à “Carta” que o veículo transportava mais de 20 pessoas, sendo que as outras 15 contraíram ferimentos, na sua maioria ligeiros. (Carta)

Apesar de o país estar a avançar para uma transmissão comunitária e com duas cidades já declaradas estando nesse padrão (Nampula e Pemba), o sector da educação prepara-se para a retomada de aulas em ensino presencial. Esta segunda-feira, a porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Gina Guibunda, afirmou que o sector está a preparar-se para retomar as aulas, apesar de não haver clareza de datas para tal.

 

“Não temos a data específica para o retorno às aulas, mas se a Covid-19 encontrou-nos de surpresa, a volta à escola não nos deverá pegar desprevenidos. É por esta razão que emitimos instruções para os órgãos locais, para os governos provinciais, entre outras entidades, no sentido de apoiarem o MINEDH na dinamização de medidas que concorrem para a criação de condições, como alocação de água, sabão, desinfectante, para quando se decretar o fim da pandemia e também disserem que já há condições de regressar às aulas não sejamos encontrados de surpresa”, afirmou a fonte.

 

Na sua interacção com a imprensa, Gina Guibunda não avançou as datas para a retoma das aulas, afirmando que a definição de datas dependerá do anúncio do fim ou levantamento das restrições pelo Presidente da República, porém, garantiu que o ano lectivo ainda não está perdido.

 

“O que o sector da educação tem estado a fazer é preparar as condições nas escolas e a todos os níveis para que não sejam encontrados em contrapé, tendo em conta que já passa muito tempo de interrupção de aulas e cada dia é mais uma perda, mas, mesmo assim, o ano lectivo 2020 ainda não se pode considerar perdido”, explicou a fonte.

 

De modo a garantir o cumprimento do calendário lectivo, Guibunda avançou que o sector poderá prolongar as aulas até ao mês de Dezembro ou mesmo o mês de Janeiro de 2021, por essa razão, pede a colaboração dos pais e encarregados de educação para que o ano lectivo 2020 tenha sucesso.

 

“É necessário que as pessoas percebam que, anualmente, o sector da educação tem estado a receber cerca de 1.500.000 crianças para o sistema e, se no próximo ano entrar este número de crianças para 1ª classe, significa que estas crianças vão ter de encontrar um espaço e, para que isso se efective, alguém tem de sair”, disse Guibunda.

 

“Nós sabemos as consequências do que significa dizer que o ano está perdido. Então, para nós, o ano ainda não está perdido. Ainda continuamos a trabalhar no sentido de organizarmos as nossas escolas. Neste momento, já fizemos o reajuste dos conteúdos, já fizemos o reajuste do calendário que vai sofrendo alterações à medida que o Presidente da República anuncia a prorrogação do Estado de Emergência”, disse.

 

Apesar de não haver datas para o regresso às aulas, o plano do MINEDH é retomá-las de forma gradual, podendo começar com as classes com exame e ministrando as disciplinas nucleares. (Marta Afonso)