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Moçambique vai enviar 284 toneladas de pesticidas tóxicos para incineração em Inglaterra, anunciou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). "Esta quantidade de pesticidas obsoletos, concentrada em três armazéns na Beira, Chimoio e Boane, foi recolhida em empresas privadas gestoras e utilizadoras de pesticidas, setor público e organizações não-governamentais (ONG)", refere a organização em comunicado.

 

A recolha foi feita por uma equipa totalmente composta por técnicos moçambicanos treinados e formados pela FAO. A empresa Veolia UK, vocacionada para a destruição de lixo perigoso, foi selecionada por via de um concurso internacional.

 

A firma vai "iniciar o processo de envio destes produtos tóxicos para Inglaterra, onde serão destruídos por incineração, pelo facto de, até o momento, nenhum país africano possuir capacidade para destruir este tipo de produto sem causar danos ambientais".

 

Parte está em fase de saída de Moçambique, enquanto o remanescente (cerca de 156,7 toneladas) será exportado entre setembro e outubro. A FAO está a apoiar Moçambique a eliminar os riscos associados a pesticidas obsoletos e que hoje são reconhecidos como um perigo para a saúde e ambiente.

 

Além das quantidade armazenados que devem ser destruídas, o país tem 15 locais onde os produtos foram usados e nos quais são recomendadas ações de limpeza dos solos, refere Khalid Cassam, coordenador do projeto junto da FAO. A organização apoiou a limpeza de dois locais, mas "o país precisa de mais parceiros que possam criar capacidade nacional" para cuidar dos restantes, conclui. (Lusa)

Um empresário de nacionalidade portuguesa, de nome José Apolinário, residente na vila da Macia, distrito de Bilene, província de Gaza, foi sequestrado na tarde do passado sábado (29 de Junho), naquela autarquia, por quatro indivíduos armados e liberto dois dias depois sem pagar nenhum valor de resgate.

 

Segundo Benjamim Chatuca, Comandante Distrital da Polícia, de Bilene, o facto aconteceu quando José Apolinário saía do escritório, onde realizava suas actividades laborais, tendo sido interpelado pelos malfeitores, ao se dirigir à sua viatura, numa distância de aproximadamente cinco metros.

 

Chacuta conta que, no momento do sequestro, “os indivíduos faziam-se transportar num carro ligeiro de marca Toyota Corolla, de cor branca, e portavam armas de fogo, uma do tipo pistola e outra AKM”. Narra ainda que, na altura, “os malfeitores dispararam uma vez ao ar, encapuzaram o cidadão e, em seguida, introduziram-no na viatura, tendo seguido para parte incerta”.

 

A vítima, ouvida pela PRM, conta que chegados ao cativeiro, os sequestradores retiraram-lhe valores monetários estimados em quatro mil meticais, aliança, fio de ouro, telemóvel, cinto e relógio, e começaram a proferir ameaças, exigindo um milhão de dólares, como valor de resgate.

 

Devido à incapacidade do sequestrado em disponibilizar o valor, depois de dois dias, os sequestradores soltaram-no, na região de Incoluane, zona limítrofe com a província de Maputo. Detalha, de acordo com a Polícia, que lhe deram 100 Mts para transporte, tendo-se dirigido ao Posto de Controlo local.

 

Segundo a Corporação, a vítima foi restituída à liberdade, devido às medidas de segurança, tomadas tanto na província de Gaza, assim como na província de Maputo. Porém, a PRM adiantou que os malfeitores ainda não foram neutralizados. Salientar que este é o segundo sequestro que José Apolinário sofre. O primeiro foi registado em Março de 2017. (Omardine Omar)

sexta-feira, 05 julho 2019 06:36

Explorador ilegal de madeira detido em Sofala

Um cidadão, que responde pelo nome de Zeca Nota, de 43 anos de idade, residente no 14º bairro Nhaconjo, na cidade de Beira, foi detido no distrito de Muanza, província de Sofala, no passado dia 30 de Junho, pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na posse de 81 peças de espécies de madeira diversa.

 

A informação foi tornada pública, esta quarta-feira, pelo Comando Distrital de Muanza, avançando ainda que o indivíduo se dedicava à exploração ilegal de madeira. “Comprava madeira de furtivos e depois vendia a valores estimados a mil Mts”, diz a nota da PRM.

 

De acordo com a PRM, o cidadão em questão foi flagrado transportando 81 peças de madeira processada, de diversas espécies. Saía de Muanza com destino à cidade da Beira.

 

A detenção ocorreu numa estação ferroviária, durante uma operação realizada por uma equipa multissectorial composta por agentes da Polícia de Protecção de Recursos Naturais e Meio Ambiente, Técnicos dos Serviços Distritais de Actividades Económicas e Polícia de Protecção. (Omardine Omar)

O Presidente da República de Moçambique disse hoje, em Cascais, que "muitos dos apoios anunciados" para apoiar as vítimas dos ciclones ainda não chegaram ao país, mas sem precisar o montante.

 

Numa conversa com o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, durante o Eurafrican Fórum, que decorre hoje e na sexta-feira em Carcavelos, Cascais, Filipe Nyusi afirmou que as ajudas "têm de chegar para se começar a reconstruir o país, para não ficar por anúncios bombásticos e bonitos que não chegam".

 

"Precisamos de acomodação para as pessoas que perderam as suas casas, estamos a reassentar em zonas diferentes para puxar mais para cima", referiu, como exemplos de trabalhos que têm de ser feitos na fase de reconstrução, referindo que isso exige a chegada de mais apoios ao país.

 

Para o Presidente de Moçambique, a população afetada "não precisa muito de comida, precisa de enxada, precisa de semente. O pescador precisa de anzol, não precisa do peixe".

 

Filipe Nyusi reafirmou também o seu empenho em que todo o processo de utilização dos apoios chegados ao país seja transparente.

 

"Queremos mostrar grande transparência e, isso, podem ir ver ao INGC para onde foram distribuídos", afirmou Nyusi.

 

O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março e provocou 604 mortos, afetando cerca de 1,8 milhões de pessoas.

 

Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.

 

No primeiro dia do Euroafrican Fórum, que se realiza no 'campus' de Carcavelos da School of Business and Economics (SBE), os presidentes da República de Portugal e de Moçambique participaram numa conversa sobre o futuro das relações entre a Europa e África.

 

Estão previstas ainda intervenções do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, do diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), António Vitorino, que abordará a questão dos fluxos migratórios, e de Durão Barroso, presidente do Fórum e ex-presidente da Comissão Europeia.

 

No primeiro dia do Fórum Europa-África estão também previstas quatro sessões especiais paralelas sobre os temas: "Reconstruir Moçambique", "Segurança, Migração e Talento", "Ferramentas e Estratégias para a capacitação de Mulheres e Jovens" e "A Integração Económica Europa-África e as infraestruturas digitais para África". (Lusa)

quinta-feira, 04 julho 2019 08:04

Reduz o número de empregos no país

Dados do Boletim Informativo do Mercado do Trabalho, publicados, esta quarta-feira, revelam que, no primeiro trimestre deste ano, o emprego reduziu em 25,7 por cento, comparativamente ao IV trimestre de 2018. A redução, fundamenta o documento, deveu-se às variações negativas verificadas nas admissões directas, na ordem de 39,7 por cento, ao saírem de 71.885 verificadas de Outubro a Dezembro de 2018 para 43.351, registadas nos primeiros três meses de 2019.

 

Segundo dados do Boletim Informativo do Mercado do Trabalho do primeiro trimestre de 2019, partilhados durante a abertura do XXX Conselho Coordenador do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), o último neste quinquénio, as províncias de Gaza, Manica e Nampula são as que mais se destacaram na redução de emprego, com 61,2 por cento, 60,8 por cento e 55,2 por cento, respectivamente.

 

Fazendo uma análise dos empregos registados por região, verifica-se um equilíbrio, com a zona norte a contribuir com 33,4 por cento, centro com 33,3 por cento e sul com 33,3 por cento, contra os 4,6 por cento, 34,2 por cento e 31,2 por cento, registados no período anterior, respectivamente. Em cada região, destacaram-se as províncias de Nampula com 15.854, Zambézia com 11.520 e Maputo Cidade com 14.786 do total de empregos registados.

 

As estatísticas mostram ainda que o auto-emprego subiu de 3.743 para 7.606 em relação ao trimestre anterior, representando um aumento de 103,2 por cento, com destaque para as províncias da Zambézia com 37,7 por cento, Maputo Cidade 18,8 por cento e Cabo Delgado 17,1 por cento.

 

De acordo com os dados colhidos no período em análise, o comércio a grosso e a retalho contribuiu com 18,7 por cento, o que representa uma redução de 8,8 por cento em relação ao quarto trimestre de 2018, por influência das províncias de Maputo e Gaza com 2 por cento e 0,2 por cento, respectivamente.

 

O sector agrícola contribuiu com 13,5 por cento, o que representa uma redução de 51 por cento, comparando com os meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2018, por conta das reduções significativas registadas, em Nampula (73,6 por cento) e província de Maputo (69,1 por cento).

 

Por outro lado, o sector de construção contribuiu com 10,2 por cento dos empregos registados, o que representa um crescimento em 3,2 por cento em relação ao trimestre anterior, influenciado por Nampula com 34,4 por cento. (Marta Afonso)

A Associação de Apoio e Assistência Jurídica às Comunidades (AAAJC), uma organização da sociedade civil, baseada na cidade de Tete, província com o mesmo nome, denuncia a exploração ilegal, pelos cidadãos chineses, de 7.673 hectares de diversas espécies florestais, entre elas, a “nkula”, em Chitima, distrito de Cahora Bassa, naquela província do centro do país, sob olhar impávido das autoridades.

 

Na denúncia, feita esta terça-feira (02 de Julho), através do seu Boletim Oficial, a AAAJC afirma que nunca antes havia sido referenciada a existência de madeira preciosa de espécie “nkula”, naquele ponto do país, porém, há dias, um colossal investimento chinês instalou um grande acampamento, no qual concentra a espécie “nkula”, em toros.

 

No documento, a AAAJC diz estar indignada pelo facto de os chineses estarem a explorar aquela espécie, livremente, naquela região, numa altura em que o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) interditou a sua exploração. A fonte sublinha que a madeira é transportada em camiões contentorizados para o Porto da Beira, província de Sofala.

 

De acordo com a organização, “o modus operandi” usado pelos furtivos é o mesmo. Ou seja, os camponeses cortam a espécie, através de equipamentos fornecidos pelos chineses e estes apenas se responsabilizam pelo transporte dos toros até ao acampamento, antes de serem encaminhados para o Porto da Beira.

 

Conforme consta do Boletim da AAAJC, a situação agrava-se pelo facto de ser uma área ainda não mapeada pelas autoridades que tutelam o sector, pois, não era vista com potencialidades para ser uma floresta e muito menos com aquela espécie que, à luz da legislação nacional, é protegida.

 

Aliás, a AAAJC destaca que as espécies mais predominantes naquele distrito são o Mopane e Chanfuta, que servem de fontes de energia e de construção a nível do distrito e não só. Refere ainda que existem, em Chitima, operadores florestais de licenças simples a explorarem as espécies Cavulancie, Chissua e Calonda, porém, estes fazem os seus trabalhos a 4 Km da vila-sede de Chitima.

 

De acordo com a referida Associação, a barragem de Cahora Bassa está rodeada de extensas áreas de floresta de Mopane, mas não havia ainda registos da valiosa espécie “nkula”, que está a ser explorada ilegalmente por chineses.

 

Salientar que, há sensivelmente um mês, uma equipa da “Carta” e representantes do Fórum Nacional de Florestas (FNF) estiveram, em Tete, onde, em audiência com o Governador daquela província, Paulo Auade, este disse que, desde 2015, não via a espécie “nkula” a ser transportada porque esta já não existia na província, um ponto corroborado pelo Director Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Manuel Victor Gole. (Omardine Omar)