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Depois da África do Sul em Setembro último, a Zâmbia e Zimbabwe, ambos vizinhos de Moçambique, se tornaram nos últimos países africanos a confirmar casos de mpox (varíola de macacos) na semana passada.

 

Até agora, as análises dos sete casos suspeitos em Moçambique deram resultado negativo, segundo anunciou o Ministério da Saúde (MISAU), garantindo que o país ainda continua sem casos positivos detectados.

 

O governo moçambicano elevou os níveis de alerta para fazer face a eventuais casos de varíola de macacos no país no âmbito da declaração de emergência de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Agosto último.

 

O número de mortes relacionadas à mpox ultrapassou 1.000, em surtos que actualmente afectam 18 dos 55 países da África. O Director-Geral dos Centros Africanos para Controlo e Prevenção de Doenças (Africa-CDC), Jean Kaseya, revelou os últimos números esta quinta-feira (17).

 

Kaseya pediu aos parceiros internacionais que honrem as suas promessas de apoiar a resposta da África. O orçamento estimado para um plano de seis meses apresentado pelos centros africanos de controlo e prevenção de doenças é de cerca de 600 milhões de dólares.

 

Cinquenta e cinco por cento deste valor é destinado à resposta ao mpox em 14 países afectados e ao reforço da prontidão em outros 15. A doença pertence à mesma família de vírus que a varíola, mas causa sintomas mais leves, incluindo febre e dores no corpo. Pessoas com casos mais graves podem desenvolver lesões no rosto, mãos e genitais.

 

O vírus mpox foi descoberto na Dinamarca em 1958. Durante anos espalhou-se esporadicamente na África Central e Ocidental até o surto global de 2022. Na época, os países ricos responderam rapidamente com vacinas dos seus stocks. (Carta/Africanews)

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A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula impediu esta quarta-feira (16) a marcha e outras actividades do candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, alegadamente devido à desobediência às orientações dadas após a sua chegada ao aeroporto internacional daquela província.

 

Segundo o director da Ordem no Comando Provincial da PRM em Nampula, Gilberto Inguane, o aspirante à Ponta Vermelha, além de desobedecer às orientações da PRM, incitou os seus simpatizantes a atacar os agentes da corporação destacados para a sua própria protecção.

 

Em conferência de imprensa, Inguane explicou que Mondlane incitou os seus seguidores para atacar a PRM perto da praça Samora Machel, quando os agentes o orientaram para seguir a rota inicialmente indicada. O segundo incidente aconteceu no bairro Matadouro, onde os seus simpatizantes arremessaram pedras e queimaram pneus.

 

"Na estátua Samora Machel, percebendo que a saudação estava a mobilizar massas e a perturbar a normal circulação de pessoas e bens, decidimos abordar a comitiva que o acompanhava em duas viaturas, no intuito de seguir o itinerário definido pela polícia. A princípio, concordaram, mas, à medida que avançavam com a marcha, acredito que ele se emocionou ao ver a avalanche de pessoas que o seguia e decidiu mudar de rota”, disse o Director da Ordem no Comando Provincial da PRM.

 

Perante este cenário, a polícia orientou a comitiva de Mondlane que não seguisse aquele caminho que levava à academia militar e, daí, ele incitou a população a confrontar a polícia, que começou a reagir de diversas maneiras e arremessando pedras.

 

Para repor a ordem, a polícia foi obrigada a usar métodos de dispersão e, a partir desse momento, Mondlane seguiu a rota indicada pela Polícia, mas arrastou as massas para o bairro Matadouro, onde novamente incitou à violência contra a corporação.

 

Durante os tumultos foram arremessadas pedras e há relatos de queima de pneus, o que obrigou a polícia a intervir para controlar a situação.

 

A fonte informou que, em consequência, quatro membros do Podemos foram detidos. "Neste momento, temos sob nossa custódia quatro detidos por conta dessas acções. Sabemos que o direito à manifestação é constitucional, mas existem regras a serem obedecidas. Não podemos permitir uma manifestação que desorganize uma determinada área", disse.

 

Gilberto Inguane apelou aos políticos para não incitar à violência: "Apelo desde já aos políticos que qualquer um que queira visitar Nampula será bem-vindo, mas que não venha desorganizar a província de Nampula. Este apelo se estende ao resto do país. Não podemos desorganizar o nosso país. O país não se constrói com destruição."

 

Entretanto, a polícia negou que tenha cercado as instalações do Podemos em Nampula, mas admitiu que tinha destacado os seus agentes. "Carta" apurou que pelo menos três membros do Podemos com ferimentos graves e ligeiros deram entrada no Hospital Central de Nampula. (Carta)

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Um autocarro de transporte de passageiros da rota Boane/Baixa perdeu os travões na manhã desta quarta-feira, provocando um acidente em série envolvendo oito viaturas, próximo à zona da Casa Branca, na Estrada Nacional Número 4.

 

No local, várias viaturas ligeiras sofreram danos avultados, em alguns casos irreparáveis, mas todas as vítimas saíram ilesas. O autocarro seguia da cidade de Maputo para Boane e levava mais de 80 passageiros, que também saíram ilesos.

 

Segundo conta Alita Matsinhe, uma das passageiras do autocarro, ela estava a dormir quando despertou com os gritos dos outros passageiros e percebeu que o motorista do veículo havia perdido os travões e não conseguia parar.

 

“Quando ouvi os gritos, despertei e vi muita gente a tentar descer pelas janelas aos gritos, porque as portas não abriam. No local, o autocarro colidiu com vários carros ligeiros; um estava por cima do outro e outro estava por baixo de um camião. Mas, graças a Deus, todas as pessoas saíram ilesas deste acidente”, relatou.

 

Outro passageiro, Lourenço Nhamposse, também seguia no autocarro e relatou que o motorista estava a fazer esforços para imobilizar o veículo.

 

“O acidente podia ter tirado a vida de muitas pessoas, dada a forma como ocorreu, mas todos saíram bem. Agora, já estamos aqui há mais de duas horas à espera que o cobrador nos devolva o nosso dinheiro para pegarmos outro carro e continuarmos a nossa viagem, mas ele não aceita, e muitos de nós continuamos aqui porque já não temos mais dinheiro”, afirmou.

 

Segundo o agente da polícia de trânsito, José Novela, o acidente foi causado pelo excesso de velocidade aliado à deficiência mecânica do autocarro. Assim sendo, ele exortou as companhias de transporte a efectuarem revisões periódicas nos veículos para evitar este tipo de sinistro. (Marta Afonso)

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O Fundo para o Desenvolvimento Comunitário (FDC) e a Associação de Saúde e Direitos Humanos (TAKAEZANA) abriram vagas para a contratação de pessoas da comunidade LGBTQ+ para a prestação de serviços como agentes comunitários. A iniciativa ocorre num momento em que esta comunidade ainda não é reconhecida em Moçambique.

 

De acordo com um anúncio a que "Carta" teve acesso, sem especificar a província onde os contratados irão trabalhar ou o número de vagas disponíveis, o documento explica que os candidatos devem ser pessoas da comunidade LGBTQIA+. O documento menciona ainda que os contratados devem possuir habilidades e conhecimentos sobre mecanismos alternativos de resolução de conflitos, incluindo mediação e negociação.

 

Os candidatos devem prestar aconselhamento de alta qualidade aos beneficiários elegíveis, com base em padrões mínimos para a prestação de serviços. Além disso, devem assegurar a ligação da unidade de saúde dos beneficiários ao Tratamento Anti-retroviral (TARV).

 

Os candidatos também devem realizar sessões de aconselhamento pré, durante e pós-teste, de acordo com os protocolos nacionais. Entretanto, "Carta" contactou o FDC para explicar as razões da contratação específica da comunidade LGBTQ+.

 

“O projecto não é do FDC, mas sim de uma organização que financiamos, portanto, só eles podem responder a essas questões. O que podemos fazer como financiadores é colocar vocês em contacto com eles”, afirmou o FDC.

 

No entanto, o contacto nunca mais chegou. Até ao fecho deste artigo, aguardávamos que o FDC nos colocasse em contacto com a pessoa directamente ligada ao programa, apesar das nossas insistências. (Carta)

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Em clara violação eleitoral, alguns órgãos de gestão eleitoral ao nível dos distritos, em todas as províncias, proibiram jornalistas e observadores de estar presentes no apuramento dos resultados ao nível dos distritos.

 

A proibição viola a lei que fixa que “os observadores e a comunicação social assistem aos trabalhos de apuramento dos resultados, devendo ser notificados por escrito ou por éditos, nos termos da lei”.

 

Em vários distritos da província de Inhambane, os nossos observadores foram impedidos de observar o apuramento dos resultados. Foi assim na cidade de Inhambane, em Massinga e noutros distritos.

 

Em Inharrime, o processo foi interrompido durante mais de uma hora, alegando-se que se estava à espera de “ordem dos superiores” para prosseguir. Isso acontece quando se pretende decidir sobre os votos nulos e protestados.

 

O impedimento também ocorreu em toda a província de Gaza, em Mandlakaze, Chókwè e outros distritos. Em Mandlakaze, por exemplo, alegaram que a actividade que decorria era de centralização e não de apuramento.

 

Igualmente, em vários distritos do Niassa, os jornalistas e os observadores foram impedidos de observar o processo de apuramento dos resultados do distrito. No distrito de Mecuburi, em Nampula, o processo decorreu num secretismo total, tanto que nenhum dos observadores sabia onde estava a decorrer o apuramento. Quando conseguiram localizar o local, os observadores foram impedidos de entrar na sala. (CIP Eleições)

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A Renamo, principal partido de oposição, orientou ontem as delegações provinciais a evitarem “atos de anarquia” face aos resultados das eleições de 09 de outubro em Moçambique. Numa nota distribuída às direções provinciais, o secretariado-geral do principal partido de oposição em Moçambique pede para que se mantenha a “calma” e que se sigam as “orientações da direção”.

 

“Não à promoção de atos de anarquia que ponham em causa a imagem e o bom nome do presidente do partido [Ossufo Momade]”, lê-se no documento de 15 de outubro, assinado pela secretária-geral do partido, Clementina Bomba, ao qual a Lusa teve acesso.

 

Alguns resultados dos 11 círculos eleitorais moçambicanos já divulgados pelos órgãos eleitorais provinciais colocam Venâncio Mondlane e o partido que o apoia, o PODEMOS, como os segundos mais votados nas presidenciais e legislativas, respetivamente, com a Renamo na terceira posição, num corrida liderada por Daniel Chapo e o partido que o apoia, a Frelimo, no poder, na liderança.

 

Na segunda-feira, uma comissão provincial do partido em Sofala convocou uma conferência de imprensa para anunciar a “destituição” de Horácio Calavete do cargo de delegado político provincial, alegando má gestão e abuso de poder naquela província do centro de Moçambique, onde o partido aparece também em terceiro lugar.

 

No documento de ontem, o secretariado-geral da Renamo esclarece que cabe, exclusivamente, ao presidente do partido “nomear, exonerar ou organizar a eleição do delegado político”, acrescentando que o "contacto com a imprensa é de “inteira responsabilidade do delegado político”. “Os órgãos do partido oportunamente irão se pronunciar sobre o cenário atual das eleições”, concluiu-se no documento.

 

De acordo com os dados do apuramento provincial divulgados publicamente nos últimos dias pelos órgãos eleitorais provinciais, o candidato presidencial Daniel Chapo e a Frelimo venceram em círculos eleitorais como Nampula (o maior do país), Cabo Delgado, Manica, cidade de Maputo, entre outros.

 

Já o candidato presidencial Venâncio Mondlane foi anunciado como vencedor da eleição na Beira, província de Sofala, a terceira maior cidade do país, enquanto o partido Podemos, que o apoia, surge em alguns círculos eleitorais como o segundo mais votado para as legislativas.

 

Segundo a legislação eleitoral moçambicana, as comissões distritais de eleições tinham três dias, após o encerramento das urnas, na quarta-feira, para fechar o apuramento ao nível dos 154 distritos do país. As comissões provinciais de eleições tinham até cinco dias, prazo terminado na segunda-feira, para concluir o respetivo apuramento intermédio.

 

A CNE tem um prazo de 15 dias – após o fecho das urnas - para anunciar os resultados, que depois têm de ser validados pelo Conselho Constitucional, que não tem prazos para uma proclamação final, tendo ainda de analisar os recursos recebidos.

 

As eleições gerais de 09 de outubro incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos - em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.

 

À eleição à Presidência da República concorreram Daniel Chapo, com o apoio Frelimo, no poder desde 1975, Ossufo Momade, com o apoio da Renamo, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS). (Lusa)

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