Estão longe do fim, os protestos populares em curso no país em repúdio aos resultados das eleições de 09 de Outubro último. Depois do candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reclama vitória nas eleições presidenciais, agora é a vez do Presidente do Município de Quelimane e candidato a Governador da Zambézia, Manuel De Araújo, reivindicar a vitória eleitoral, nas eleições provinciais de 09 de Outubro.
Em uma carta dirigida hoje a diversas entidades, entre elas, as Forças de Defesa e Segurança e as lideranças comunitárias e religiosas, Manuel De Araújo defende que a população da Zambézia elegeu a Renamo e o seu cabeça-de-lista para dirigirem a segunda província mais populosa do país.
Na missiva de duas páginas, o político, que dirige a autarquia de Quelimane desde 2011, defende que a escolha dos eleitores da Zambézia não é nova, pois, “em eleições sucessivas, este povo manifestou inequivocamente a sua confiança na Renamo como o verdadeiro representante das suas aspirações e sonhos”.
“Desta feita, mais uma vez, a Zambézia escolheu a Renamo para liderar os destinos desta província, e não permitiremos que a vontade soberana do nosso povo seja obliterada por quaisquer artimanhas ou manipulações engendradas por entidades como a CNE, o STAE ou quem quer que seja”, afirma.
Por isso, socorrendo-se dos artigos 51 e do número 1 do artigo 2, ambos da Constituição da República, De Araújo convoca “todos os zambezianos, em cada distrito, localidade e bairro desta vasta e rica província, a erguerem as suas vozes de forma pacífica e ordeira, para exigir a reposição da verdade eleitoral”. No entanto, não avança a data para o início dos protestos.
Para o Edil de Quelimane, esta é uma luta que “transcende partidos políticos”. Na sua óptica, “é uma luta pelo respeito à democracia, pelo futuro dos nossos filhos e pela integridade do nosso país”.
“Não nos levantamos contra a lei, mas sim em sua defesa. Reafirmamos que todos os nossos actos respeitarão escrupulosamente o que a Constituição determina, pois, é na legalidade que a nossa força reside”, sublinha.
“A Zambézia escolheu. A Zambézia sempre escolheu. E não nos curvaremos diante de artifícios destinados a roubar o que nos pertence por direito. Esta luta é de todos nós, pela Zambézia, por Moçambique, pela liberdade”, atira, exortando as lideranças comunitárias e religiosas, os movimentos cívicos, entre outras entidades a se unirem às manifestações.
Refira-se que estas são as primeiras marchas populares a serem convocadas pela Renamo desde a votação de 09 de Outubro, em todo território nacional. Desde 21 de Outubro, o país tem assistido a uma onda de manifestações populares, todas convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reclama vitória para si (nas eleições presidenciais) e para o PODEMOS (nas legislativas), partido que apoia a sua candidatura. (Carta)