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segunda-feira, 26 fevereiro 2024 08:51

Bispos Católicos culpam os eleitores por escolherem líderes que não sabem governar

A Conferência Episcopal do Malawi (ECM na sigla em inglês) afirma que os eleitores são os culpados pela escolha de líderes que não conseguem governar adequadamente, embora também seja verdade que os líderes do país são responsáveis pelos muitos problemas que os malawianos enfrentam.

 

Os bispos católicos emitiram uma carta pastoral intitulada “A Triste História do Malawi”, na qual atacaram o executivo, o legislativo e o partidarismo no judiciário por não prestarem serviços públicos aos pobres. A mensagem vem inserida na última carta pastoral divulgada pela ECM, que compreende todos os Bispos Católicos das oito dioceses mais dois bispos auxiliares, divulgou.

 

Os bispos dizem que em vez de chegar à “Terra Prometida”, a actual administração levou os malawianos para “Bagamoyo”, uma cidade na costa leste da Tanzânia onde um escravo perderia toda a esperança de ser novamente livre.

 

“Estamos testemunhando uma grave falta de liderança credível e visionária no país. Esta é a causa “raiz” de todos os problemas que enfrentamos agora”, diz parte da carta.

 

Os bispos acusaram abertamente o governo de Lazarus Chakwera de corrupção desenfreada e de fracasso total no cumprimento das suas promessas de campanha.

 

Contudo, os bispos aplaudiram os esforços da Ordem dos Advogados do Malawi para fazer cumprir a justiça, mesmo quando o ministério da justiça e o poder judicial se mostram apáticos. Os bispos condenaram o envolvimento contínuo do governo com suspeitos de corrupção em contratos comerciais públicos multimilionários. 

 

A carta também faz referência a problemas de liderança no Malawi. Aponta que os bispos católicos se reuniram fisicamente e discutiram questões com o Presidente Lazarus Chakwera, mas sem sucesso, na medida em que o líder malawiano não deu seguimento aos seus compromissos. Os bispos também levantaram preocupações sobre a luta contra a corrupção, o nepotismo e a corrupção.

 

Outras questões incluem disputas intrapartidárias, a vitimização dos idosos, alegadamente, por serem feiticeiros e a necessidade de respeitar e cuidar da criação. Entre outros pontos, a carta apela aos malawianos para que cooperem com Deus para sair da confusão trazida pelo actual governo de Coligação, a Aliança Tonse. No entanto, a Conferência Episcopal diz que Deus não abandonou os malawianos, mas exige a sua cooperação para participar activa e sabiamente nas eleições do próximo ano.

 

A carta pastoral chegou no segundo domingo da Quaresma e foi lida ontem em todas as igrejas católicas. Em reacção à carta pastoral, o Ministro da Informação, que também é o porta-voz do governo, Moses Kunkuyu, disse que o executivo recebeu com apreço e determinação para fazer uso da sabedoria que foi oferecida.

 

O ministro acrescentou que o governo continuará a gerir compromissos com o clero em assuntos que afectam o país. “Não vamos envolvê-los numa resposta item por item, mas em vez disso não nos cansaremos de utilizar o envolvimento que temos com o clero de vez em quando”, disse. (Carta)

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