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sexta-feira, 06 março 2020 07:59

Os ajoelhados

O brasileiro e professor de Filosofia, Clóvis de Barros Filho, define os valores como identidade. Ele diz que ao se apresentar a alguém pela primeira vez você fala dos seus valores para a pessoa saber quem você é na essência. Ou seja, quando alguém pergunta "quem é você?", você começa a falar das escolhas que você fez na vida. O seu percurso de vida. 

 

E eu cá digo, se você quer conhecer um Estado, olha para os seus governantes. Se você quer saber a identidade de um Governo, olha o que fazem os seus dirigentes. Isto é, o que responde a pergunta "que Governo é este?" é aquilo que os dirigentes que suportam esse governo fazem. Se você quer conhecer um país, veja as atitudes do seu povo. O que constrói uma nação são as escolhas, as crenças e a identidade do seu povo. Cada um é indissociavelmente o reflexo do outro.

 

Ora, sendo o camarada Edson Macuacua a figura indicada pelo Presidente da República Filipe Nyusi como Secretário de Estado da província de Manica espera-se que este seja o seu fiel representante. Ou seja, Edson Macuacua é Filipe Nyusi em miniatura. Edson Macuacua é a identidade de Filipe Nyusi. Aquilo que Edson Macuacua faz, enquanto Secretário de Estado da província de Manica, define os valores do Estado moçambicano.

 

Não sei em que circunstâncias foram tiradas as fotos do camarada Edson Macuacua que circulam nas redes sociais. Nas imagens, o camarada Edson Macuacua aparece sendo "coroado" com um trono em madeira, sendo dadivado com frutas da época e adornado em camisas de capulana. Mais do que simples gesto de "presenteamento", a cerimónia chama atenção pelo seu ritual de idolatria faraónica. O mais preocupante é o rasgo de sorriso que ele faz ao ser adorado e o a vontade dos adoradores.

 

Na verdade, se aquilo foi um evento de Estado, eu, particularmente, não vejo motivo de tanta celeuma. Não vejo motivos de grande indignação, uma vez que aquilo define a nossa identidade. Se Edson Macuacua é a melhor escolha de Filipe Nyusi para Manica e Filipe Nyusi é a melhor escolha do povo para Moçambique, então, aquela cerimónia define o povo que somos. Aquele acto representa os nossos valores, a nossa identidade enquanto povo. 

 

Paremos, então, com essa indignação hipócrita. Se trocarmos a imagem de Macuacua pela de Nyusi, vamo-nos aperceber que essa revolta não faz sentido. O Macuacua não fez nada de estreia. É assim que tratamos os nossos governantes, desde o Chefe de Estado até o chefe de quarteirão. Aquilo é o que nós somos. Somos um povo de cócoras sem motivo. Um povo que nunca se ergue. Um povo que dá até aquilo que não tem. Um povo uniformizado. 

 

O problema não é de Edson, nem de Nyusi. O problema é do nosso conceito de governante. Os nossos governantes são o reflexo do que somos como povo. São as nossas escolhas. Os nossos valores. A nossa identidade. Antes de pensarmos em mudar os nossos governantes, mudemos as nossas escolhas e os nossos valores. 

 

Quando perguntarem "quem são vocês?", responda: "nós somos os ajoelhados". As pessoas vão entender. O mundo sabe que nós existimos. Não é uma condição, é uma escolha.

 

- Co'licença!

quarta-feira, 04 março 2020 09:01

Os últimos delírios de Samora Machel *

A entrevista está marcada para Chilembene, terra natal do presidente mais borbulhante da África, em todos os tempos, que pecava entretanto por pensar que as coisas deviam obedecer ao ritmo da sua loucura. É manhã solarenta de um domingo que pode estar a começar da pior forma, ou seja, Samora evoca a Deus desmentindo todos os Seus preceitos. Ele disse-me de frente, que Jehová nunca existiu. Chegou a afirmar, na sombra frondosa onde estamos sentados, de homem para homem, apesar de ele representar o símbolo maior do poder, que a bíblia era obra de paranóicos. Mas esse pensamento, claramente era um delírio.

 

Samora Machel passou a noite anterior ao nosso encontro numa cubata desguarnecida, dormindo na esteira de palha previamente preparada, completamente nu, sem travesseiro, respirando o perfume tóxico dos incensos trazidos por curandeiros ndawus de Nova Mambone. Era necessário que assim fosse, segundo soube do próprio durante a entrevista. O poder não se oferece, arranca-se, e ele sabia que estava cercado por bajuladores e gananciosos que nunca o quiseram na cadeira mais importante da governação, por o considerarem  inculto e incapaz de dirigir um Estado moderno.

 

Fui alojado no mesmo lugar, noutra cubata, ao lado da que acolhia Samora, e pude aperceber-me que o homem passou toda a noite a balbuciar. Mas  tive que fazer um  esforço para me abastrair daquele pesadelo porque não era nada comigo. Eu fui ali apenas para entrevistar o Presidente da República, que me parece, desde o primeiro dia que o vi, um grande actor que mesmo assim, carece de descernimento. Ele é capaz de agir como um touro num supermercado.

 

Acordei muito cedo, na madrugada que ainda recebia as últimas gotas do luar. Espretei lá fora pelas frestas da casota, e vi Samora saíndo do seu casulo vestindo uma saiota vermelha, cingida no lombo por um cinturão de pano preto. Estava descalço.  Atrás dele vinha uma mulher com seios enormes à mostra, segurando na mão esquerda um rabo de boi que ia introduzindo num recipiente que trazia noutra mão e chapiscava nas costas do Presidente, e eu fartava-me de rir perante aquele espectáculo ridículo. Nem parecia Samora Machel que rugia nos palanques, Independência ou morte!

 

Depois da “ducha” e do pequeno almoço, fui escolatado por dois brutamontes para o lugar onde vai decorrer a sessão de perguntas e respostas. Indicaram-me a cadeira onde devia sentar e reparei que não se diferia da outra que acomodaria o também apelidado “leão de Gaza”, embora esse epíteto pertencesse a Ngungunhana. E eu estou ali, sentindo com prazer o cantar do vento leve, enquanto espero pela sumidade do nosso tempo. Samora come na cubata, à mão, sentado na esteira com as pernas entreabertas. A panelinha de barro bruto, abastecida de xima e carne, está aconchegada muito perto dos testículos, que estão à mostra diante da mulher com os seios fartos e livres.

 

Serviram-me uma garrafa de água mineral importada da Rússia, para ir bebendo enquanto espero pacientemente pelo “boss”, e eu divirto-me com todo este cenário comandado pelo silêncio. Venero o silêncio. O silêncio é o melhor palco para amar. E o amor está acima de todas as coisas. “Vais amar o próximo, assim como de amas a ti próprio”.

 

Samora Machel sai da cubata vestindo, agora, o uniforme militar que o torna personagem destacável. É um leão saciado, pronto para novas batalhas. Mas contrariamente ao felino rei da selva que ruge depois de encher o bandulho, Samora ruge porque está com medo. Tem medo dos que lhe rodeiam.

 

Olho para ele e percebo que não está seguro. Titubeia na minha direcção. Parece um sonâmbulo que caminha para o fim,  e eu levanto-me para saudar  o ídolo das massas. Samora já não se envaidece. Muito menos embevece. Ele degenera. Está sitiado por um batalhão armado que o protege. Parece Ngungunhana quando estivesse ébrio, metia medo. Só que, Samora Machel, para além de meter medo, ele também está com medo. Não consegue responder às minhas perguntas. Delira em todo o tempo dizendo, A luta continua!

  • * Texto fictício
quarta-feira, 04 março 2020 07:00

O tio Vahanle e o presságio das flores

Quem não vive em Nampula ou quem vive há menos de dois anos pode não entender. Mas, é o seguinte: pelo menos até 2017, ano em que o edil Mahamudo Amurane foi barbaramente assassinado, a cidade estava repleta de flores. Haviam jardins e parques infantis na urbe. Haviam tulipas, orquídeas, rosas, bom-dia, calêndulas, camélias, línguas-da-sogra, rainha-da-noite, etecetera. 

 

As flores pressentiram a burla. Quando o cota Vahanle ganhou as eleições intercalares, na segunda volta, logo em seguida as flores murcharam começando pelas que se encontravam no próprio pátio do seu gabinete e residência. As flores sabiam do engodo. Com a nova vitória do tio Vahanle, de 15 de Outubro de 2018, as flores que ainda deram o benefício da dúvida ao presidente morreram de vez... de angústia. As plantas que exibiam sete-vidas, da avenida do Trabalho (da meia-via à padaria Sipal), despediram-se logo antes da tomada de posse do edil. Nós vimos isso, mas não entendemos. 

 

Já li algures artigos científicos que afirmam que crianças e cachorros conseguem ver pessoas más. Pressentem. Lêem almas. Vêem energias negativas. Mas eu acho que as plantas também têm o seu próprio horóscopo. Lêem a mão de quem cuida delas. Esperemos apenas a confirmação. 

 

Quem vivia aqui certamente que viu. As flores que mais mostraram musculatura e esperança exacerbada foram as do Jardim Parque. Até Janeiro do ano passado as pessoas tiravam fotos de casamento ali. Hoje, até "molwenes" têm medo de entrar ali. Até a vedação se foi. 

 

As flores do gabinete e da residência do Governador ainda estão ali, mas entediadas pedindo socorro aos transeuntes e sentinelas. Mas ninguém as escuta. Nós não temos a capacidade de entender a língua das flores - o floriguês. Aquelas plantas estão a definhar lentamente. Estão a dar o último adeus aos munícipes, o que Amurane não teve a oportunidade de fazer. 

 

Se o tio Vahanle estivesse num país onde o meio ambiente é assunto sério, talvez hoje estaria na prisão. A inoperância da edilidade é um feitio de formação de quadrilha para delinquir. Dói a alma!  Dá raiva!

 

As flores sabiam do seu genocídio. Hoje, quem encontrar uma flor saudável na cidade de Nampula (que não seja num quintal particular) que dê um beijo, tire uma foto e publique. Essa flor merece uma medalha e estátua. "Wariya wa Wamphula", era uma vez.

 

Será que o edil Vahanle tem falta de assessoria? Aqueles quadros - jovens e velhos - que vejo por ali não o podem assessorar? Não estamos a falar de máquinas para trabalharem com lixo e buracos. Estamos a falar de dar água as flores. Custa alguma coisa?!

 

- Co'licença!

segunda-feira, 02 março 2020 08:53

Eutanásia nas estradas moçambicanas

Em Moçambique, uma estrada em péssimas condições elimina a vida de um  veículo e  salvaguarda a dos seus ocupantes. Por sua vez,  uma em boas condições e por conta de acidentes, elimina a vida de ambos, a do veículo e a dos ocupantes.  Neste contexto, não sei se faz algum sentido (atenção o próximo Orçamento de Estado) pedir que o Governo melhore as condições de transitabilidade das estradas. Alinhar nessa diapasão não será o mesmo que o Governo defender a eutanásia (morte assistida) ou, no mínimo, que esteja em curso, um  projecto oculto e  selectivo de eliminação de certas franjas da sociedade.

 

O intróito vem a propósito da elevada  sinistralidade nas estradas moçambicanas, em particular na N4, aqui citada apenas por razões de proximidade. Igualmente, o intróito vem a reboque do recente debate parlamentar na antiga metrópole, Portugal, referente a despenalização ou não  da eutanásia.

 

Tenho dito, em privado, que graças a  manifesta incapacidade do Governo em melhorar a qualidade das estradas que o nível de sinistralidade não é maior e a população moçambicana não é inferior aos  actuais  28 milhões. A tal  incapacidade ainda concorre para desestimular a compra de automóvel, contribuindo assim para um ambiente são quanto a poluição atmosférica. De per si, isto já seria o suficiente - barata e ao alcance dos moçambicanos – para se apostar como uma fórmula/estratégia rumo ao desenvolvimento sustentável. As Nações Unidas agradeceriam imenso por este contributo imensurável do país ao mundo.

 

Mas, infelizmente,  fora melhor denominação, esse não é o entendimento. Do debate nacional sobre a sinistralidade, emergem várias soluções que recaem sobre a (i) fiscalização, a (ii) infra-estrutura e o (iii) comportamento humano. A primeira, porque à troco de alguma cifra o regulador deixa passar  o infractor (automobilista). A segunda, porque a melhoria não previra um separador físico entre os dois sentidos. A terceira, porque o automobilista se fez à estrada embriagado e o peão  sem respeitar as regras ou os pontos de travessia.

 

Dito isto, pergunto: haverá algum interesse para que assim continue? No mínimo e pelo resultado (elevada sinistralidade), a contínua insistência governamental na melhoria das estradas nacionais alimentam severas desconfianças em relação aos reais interesses do Governo. Em tese, e perante os factos, o  Governo aposta os parcos recursos dos contribuintes na  criação de  condições para o luto das famílias dos próprios contribuintes.  Um assunto para perguntar: ajudar o outro a  morrer, não será  um crime?

 

Pelos vistos não é crime. E aqui entra o debate sobre a eutanásia em Portugal. Dele, retive o essencial -  através da  seguinte frase:  “O suicídio não é um crime em nenhum país. Parece-me um pouco ridículo que seja crime ajudar alguém a fazer uma coisa que não é crime.” (Philip Haig Nitschke, activista pela morte assistida ao jornal português expresso do dia 20 de Fevereiro corrente). Neste sentido, e extrapolando para a realidade moçambicana,  quem se faz à estrada ao volante e embriagado ou que não cumpra as regras de travessia é um suicida. E o suicídio em Moçambique também não é crime, tanto para quem o cometa e por arrasto, para quem o ajude nessa empreitada trágica.

 

Todavia, e perante a insistência governamental em aprovar e executar anualmente um Orçamento de Estado que aposte e priorize a melhoria das estadas,  não me admira que um dia, os defensores dos direitos humanos processem o Estado por reiterada  tentativa de genocídio.

segunda-feira, 02 março 2020 06:30

Quid juris?

Estou aqui, desde a semana passada, a vasculhar os meus apontamentos da faculdade para ver onde se encaixa o valor-notícia do espectáculo artístico do arguido Paulo Zucula. Não entendi bem qual era o alcance da notícia. Mostrar que o antigo ministro sabe tocar guitarra? Mostrar que ele faz caridade ensinando outros detentos a dedilhar a guitarra? Mostrar que ele é homem-do-bem? Mostrar que ele é um cara benevolente?

 

Não apanhei a intenção até agora. Quem convidou a imprensa? Os serviços penitenciários? Os advogados? O próprio "gatuno"? Os familiares?

 

Está muito difícil para mim entender. Paulo Zucula é um arguido como tantos outros que andam nas prisões deste país. E ele não foi preso porque plagiou uma música de dono. Nem porque roubou uma guitarra. Ele e mais dois comparsas foram indiciados da prática de sobrefaturação num valor estimado em 400 mil dólares. Zucula é acusado de ter aceite subornos enquanto membro do Governo para facilitar a aquisição de duas aeronaves da companhia estatal de aviação. Sem contar também que Zucula é acusado de ter recebido valores que variam entre 135 mil dólares e 315 mil dólares para facilitar a adjudicação de obras do Aeroporto de Nacala, na província de Nampula, à construtora brasileira Odebrecht. Sendo menos poético: Zucula pode ter delapidado o país. Ou seja, é um potencial gatuno. Não é brincadeira, não!

 

Por isso, eu acho que fazer uma cobertura jornalística pomposa do espectáculo musical de um punhado de prisioneiros liderados pelo antigo ministro é brincar com coisas sérias. É tentar ludibriar o povo, uma vez que até àquele dia Zucula ainda aguardava julgamento. Ainda não tinha sido condenado, e não foi até agora. Aliás, o julgamento começou uns dias depois daquele "show" de bom-moço. Que implicações terá aquela campanha beneficente no julgamento?

 

E se a moda pega?! E se cada prisioneiro quiser o seu espaço de antena?!

 

E se a Helena solicitar uma cobertura para mostrar que sabe imitar Zena Bacar? E se as suas colegas de cela pedirem cobertura para mostrarem que sabem "tsovar" como Zaida Chongo? E se o Ndambi quiser mostrar que sabe jogar golf? E se o Rosário quiser mostrar que sabe jogar xadrez? E se o Mazoio quiser exibir que é um grande trompetista? E se o Chang quiser mostrar que é um autêntico Bethoven? E se o Nhangumele quiser mostrar que sabe tocar chocalhos? Quid juris?

 

Não sei o que os manuais dizem sobre isso. Só sei dizer que existem muitos detentos talentosos, desde artistas plásticos, músicos, atletas até acrobatas. Se antes de cada julgamento, quisermos exibir os dotes de cada arguido teremos de montar um "The Gatuno's Channel" com o orçamento do Estado. Matéria é que não vai faltar. Até Manuel Escurinho fez curso de árbitro na cadeia, era arbítrio do campeonato penitenciário... ninguém mostrou.

 

E agora, quid juris?

 

- Co'licença!

sexta-feira, 28 fevereiro 2020 13:39

O Presidente disse que "ninguém está acima da lei"

"Temos feito progressos significativos nos últimos três anos na nossa luta contra a corrupção, apesar do cepticismo de pessoas com registos questionáveis", disse o presidente na quinta-feira da semana passada. "Reforçamos a estrutura legal para combater a corrupção, com a ajuda do parlamento, aprovando a Lei de Proteção a Testemunhas, o Gabinete da Lei de Promotoria Especial, a Lei do Direito à Informação e uma Lei das Empresas que fornece um quadro para um registo de propriedade benéfico".

 

"O governo aumentou as alocações orçamentais para todas as instituições de prestação de contas do Estado", incluindo o Parlamento, o judiciário, o Auditor Geral e o Gabinete do Promotor Especial, disse o presidente ao parlamento.

 

"Cerca de quarenta ou mais personalidades de alto nível estão atualmente perante os tribunais sob várias acusações de corrupção e outras estão em processo. Gostaria de repetir que, se forem apresentadas evidências de corrupção, ninguém será poupado, independentemente da posição ou filiação política. Ninguém está acima da lei. Esse é o verdadeiro significado de igualdade perante a lei ", concluiu o Presidente no seu discurso ao Parlamento na quinta-feira, 20 de Fevereiro.

 

Infelizmente, não foi o Presidente moçambicano falando ao parlamento moçambicano. Em vez disso, foi o Presidente Akufo-Addo, dando o seu discurso sobre o Estado da Nação ao parlamento do Gana. O discurso foi transmitido ao vivo pela rádio e milhões o ouviram dizer "ninguém está acima da lei".

 

Seria maravilhoso se o Presidente de Moçambique pudesse fazer tal discurso ao parlamento. E seria emocionante se o parlamento moçambicano, em apenas dois anos, pudesse aprovar quatro leis anticorrupção importantes. Quando é          que ouviremos o presidente moçambicano a falar as palavras de outro presidente africano: "se forem apresentadas evidências de corrupção, ninguém será poupado".

 

Joseph Hanlon em Accra, Gana