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terça-feira, 21 julho 2020 08:55

Rosa Maria

Não podíamos encontrar um lugar melhor que este, onde podessemos nos despir por inteiro e deixar que a lua fizesse as suas vontades sobre os nossos corpos, dando-nos a luz em plenitude.  Foi antes desta invansão sem sentido, em que cada um construiu o seu casebre sem se importar com a natureza, passando a produzir o lixo que o mar está constantemente a devolver aos donos, e a nós que não temos nada a ver com isto. Agora o nosso local de encontro de outrora, de mim e da Rosa Maria, foi tornado um triste conglomerado, onde as pessoas convivem com a miséria. Aquilo parece um aterro santirário.

 

Mas alí era onde os nossos corações batiam ao mesmo ritmo, deitados na areia branca, absolutamente nus, cada um sentido a respiração do outro, até a catarse impetuosa. Tumultuosa. Faziamos isso com o testemunho das marés enquinociais ou da maré vaza, e dos pássaros marinhos que também entravam em cio ao verem nossos corpos assim mesmo, sem nada! E Rosa Maria sorria, completamente satisfeita, entrando em consonância com os meus sentimentos e com o meu corpo, arrasado pelo prazer.

 

Éramos livres, fugidos da casa de nossos pais para aqui, onde não passa ninguém a esta hora da noite. Não se ouve nenhum som, a não ser a música de magwilili (aves marinhas cujos nomes não cnhecemos em português)  que se transforma em catalisador para o galope que nos levará as estrelas reflectidas neste mar que se esbate na areia onde estamos estirados. É uma dádiva estar aqui, ainda por cima com o meu corpo dentro do corpo da Rosa Maria. Parecendo um único corpo.

 

Ainda nem tinhamos atingido o auge da juventude, porém o nosso envolvimento estava no zénite. Começamos tudo pelo cume, com rotações de alta voltagem, e nessas condições só tinhamos duas hopóteses, ou mantermo-nos alí por não haver outra montanha para subir, o caírmos.  E o fogo da Rosa Maria, no lugar de me tornar aceso também, consumia-me como as formigas fêmeas  que consomem o macho na cópula, até a morte cheia de prazer intenso.

 

Agora sou a guitarra sem cordas, que apenas se lembra de que alguma vez alimentou as festas sem fim da Rosa Maria, mulher que continua aqui ao meu lado, mas sem verve! Eu também estou ao lado dela....  sem verve!

Em Setembro de 2015, o economista Carlos Nuno Castel-Branco e o editor do mediaFax Fernando Mbanze, foram absolvidos num caso promovido pelo Ministério Público, que os acusava de calúnia e difamação contra a figura do ex-Presidente Armando Guebuza. Em 2013, Castel-Branco publicara um texto no Facebook e no mediaFax, dizendo, entre outras coisas, que Guebuza estava fora de controlo e que devia sair de cena, levando consigo seus patos. O juiz de direito do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, João Guilherme, desconstruiu eficazmente o libelo acusatório. O MP recorreu ao Tribunal de Recurso da cidade de Maputo, que acaba de confirmar a absolvição. Ou seja, a acusação perdeu redondamente. Os argumentos do colectivo de juízes defenderam veementemente a liberdade de expressão e de imprensa e frisaram que a figura de Presidente da República está nos holofotes do escrutínio público e isso era uma das essências da democracia.

segunda-feira, 20 julho 2020 08:15

Estamos a ser muito injustos!

Muito bom!!! Já falamos do corona que está a matar. Já falamos do Estado de Emergência que não acaba. Já falamos do Eme-Ci-Rodja que não vai mais apresentar na Tê-Vê-Eme. Já falamos de escolas que não têm condições. Já falamos da 'Estrela Polar' que fez anos. Já falamos da Edmilsa Governo que fugiu da casa da Alice Mabota. Já falamos do hit 'o kulupado é o namorado dela' do Irmão Mbaula que está a bater. Já falamos do Pê-Cê-A da É-Dê-Eme que caiu porque alguém subiu na torre. Já falamos do Real Madrid que é campeão. Já falamos do Porto que também é campeão. Já falamos de Jesus que vai ao Benfica. Enfim, já falamos de tudo e sobre tudo. 

 

Já falamos do mundo e das galáxias. Já falamos do Matias e do Veloso que descobriram o segredo que M'tumuke... digo, Estado, escondeu num banco comercial privado. Já falamos de Nenane que foi encontrado em flagrante a cometer o crime de simulação. Já falamos da água da Ponta Vermelha que se parece com gin-tonic. Já falamos de máscaras penduradas no microfone. Já falamos de tudo e mais alguma coisa.

 

Um dia esse corona que tanto nos gabamos de ter vai passar. Um dia esse Estado de Emergência de teimamos em prorrogar vai acabar. Um dia as escolas vão abrir e as crianças vão voltar a estudar normalmente. Um dia o verão vai chegar e Eme-Ci-Rodja vai voltar a cantar. Um dia o Irmão Mbaula vai descobrir que, afinal, a 'kulupada' é a própria moça. Um dia o campeão espanhol será o Barça. Um dia o Sporting é que será o campeão português. Um dia o Matias e o Veloso serão absolvidos. 

 

Um dia tudo isso vai acabar. Tudo isso vai acabar e a única coisa que nos vai orgulhar será, como sempre, o nosso tabuleiro de gatunos. Quando tudo isso passar, a única coisa de jeito que vai sobrar para levantar a nossa auto-estima será, inevitavelmente, a nossa coleção olímpica de gatunos. Essa é a única coisa que nunca nos abandona. É o único trunfo que temos e sempre está ali disponível. A nossa equipa de gatunos foi (é, e sempre será) o nosso assunto mais internacional. Os nossos gatunos de estimação. O nosso passaporte. Mas, hoje, estamos a desprezar. Não estamos a falar deles. É muita injustiça!

 

Ter uma bandeja de gatunos daquela envergadura não é fácil. É muito trabalho. Hoje fico triste quando não reservamos sequer um post para falarmos do Chopstick, quando não debatemos a tabela de Téo, quando não mencionamos os Lamborghinis do Júnior, quando não falamos do turbante da tia Helena, quando não temos informações dos piripaques da tia Leoa, etecetera. É triste, simplesmente! Vai que os gatunos decidam abandonar a seleção! (já que estão lá por amor à camisola). Vai que eles decidam deixar de ser gatunos e entrem todos para a Comissão de Ética Pública! Como vamos fazer? 

 

Estamos a ser muito injustos! Respeitemos o que de melhor temos como povo! Reservemos uma linha no 'feici' para falarmos desses espécimes! Falemos, pelo menos, do Chang, irmãos! Ele está lá fora no epicentro do corona hasteando a nossa bandeira. Tantos prisioneiros regressaram ao país, mas ele continua lá firme e decidido. Honremos a sua boa vontade e bravura! Falemos deles um pouco! Não nos esqueçamos desses heróis! Ser gatuno patriótico não é para qualquer um.

 

- Co'licença!

segunda-feira, 20 julho 2020 07:47

Legado

Legado são valores que se transmitem à sociedade e que passam entre gerações. Entretanto, é comum ouvirmos responsáveis pela área da comunicação dos dirigentes preocupados em impregnar o legado de um determinado dirigente. É também comum ouvirmos os mídias a construírem narrativas ou propaganda das obras de um determinado dirigente, sendo que a História Universal diz que os verdadeiros legados não foram arquitectados, foram, sim, espontaneamente assumidos pelos cidadãos. 

 

Nos legados cabem monarcas, ditos ditadores e ditos democratas e até alguns classificados como terroristas. O que aprendemos das diferentes lições ao fim de seis séculos desde que o conceito foi introduzido através do Latim é que os verdadeiros legados não têm filosofias políticas, nem poder económico, tão pouco, obras e infra-estruturas públicas, muito menos biografias, se não vejamos:

Tsu Zu faleceu a 496 a.c. na China e com os seus ensinamentos filosóficos bem expressos no livro “Arte de Guerra“ é até hoje usado em todas as academias militares desde USA a Rússia e, mais recentemente, adaptada às escolas de gestão - “Para liderar as pessoas, caminhe um passo atrás delas”.


Júlio César faleceu a 44 a.c. e foi o maior general romano e filósofo, responsável pela cultura ocidental - “Não há glória maior que perdoar a quem me atacou e premiar quem me serviu”.


Mahatma Gandi (1869-1948) - um revolucionário e filósofo que dobrou até quebrar a resistência do maior império colonial mundial, na altura, “Britânico” e sem disparar um tiro, através da resistência passiva entre muitos outros ensinamentos hoje transmitidos universalmente - “Felicidade é quando o que alguém pensa, o que diz e o que faz estão em harmonia”.


Mao Tsé Tung (1893-1976) unificou o maior País do mundo em vias de desenvolvimento, lançou as fundações que, passados 50 anos, tornaram a China na maior economia do mundo - “A política é uma guerra sem derramamento de sangue e a guerra é uma política com derramamento de sangue”.


Karl Marx (1918-1883) foi outra figura marcante nos últimos 100 anos, tendo definido uma filosofia político-económica-social, que da esquerda, ao centro até à direita política, todos reclamam o seu legado - “A história de toda a sociedade existente até hoje tem sido história das lutas de classes”.


Albert Einstein (1879-1955) é outra figura marcante e incontornável cujo legado nas ciências e filosofia é universalmente usado e reconhecido até hoje, mesmo com todos os meios tecnológicos disponíveis - "A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”.

Kwame Nkrumah (1909-1972) é uma destacada figura no independentismo africano que definiu “O capitalismo selvagem como uma forma moderna da escravatura”.

Julius Nyerere (1922-1999) foi um independentista que apoiou e albergou a maioria dos movimentos de libertação a sul do equador africano - “… Os privilegiados têm a obrigação de devolver para sociedade que se sacrificou na sua formação. Os que não fizerem essa devolução serão como aquele indivíduo de uma aldeia que está faminta e, ainda assim, os aldeões juntam as suas últimas migalhas para emponderar esse indivíduo para que vá à busca de alimento para o socorro de todos. Se esse privilegiado não trouxer essa comida será um traidor".

Samora Machel (1933-1986) foi líder revolucionário, patriota e independentista da Região Austral de África. Foi dele a célebre frase - “… O ganancioso é um criminoso, pode matar por causa da sua ganância, pode aliar-se ao inimigo para ver o seu interesse individual satisfeito, é capaz de vender a pátria, destruir e impedir o progresso do país por causa da sua ganância“.

Nelson Mandela (1918-2013) - líder revolucionário, inspirador universal que derrotou o apartheid e reconciliou a sociedade sul-africana - “Ninguém nasce com ódio do outro pela cor da pele, origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e se elas aprendem a odiar, também podem ser ensinadas a amar”.

O legado destes líderes ficou incrustado nas sucessivas gerações sem que alguém tenha de fazer algum esforço para transmiti-lo. Estes são os verdadeiros legados.
Se alguém que serve os outros  fá-lo com o  espírito e sentimento de serviço público, de forma desinteressada, missionária e patriótica, é tudo que precisa para que o seu legado seja reconhecido. 

 

A inteligência popular é verdadeiramente a sabedoria. Os oponentes ou adversários ou ainda os “boys“ podem tentar destratar ou retratar uma determinada imagem ou carácter, todavia, esse esforço não passará de uma maquilhagem, cujo efeito ou valor será insustentável.

Senhores dirigentes, esqueçam o legado, o júri desse tribunal é justo e sábio, impossível de moldar. 

 

Moçambique caminha na direcção certa, pelo facto de termos conseguido governar quatro anos (2016-2020) sem ajuda dos “doadores”. Esse marco virou as últimas páginas do livro da dependência dos “doadores”. Associo-me a todos que se têm manifestado a favor do distanciamento da “mão estendida”. Reitero a ideia de que devemos consolidar a visão estratégica de perseguir a riqueza, através do trabalho, trabalho e mais trabalho. Adam Smith diz: “A mão-de-obra é o maior capital reprodutivo - cresce 60 vezes mais, quando aplicado correctamente”.

 

Para o efeito, devemos reconhecer os novos “libertadores“ e futuros heróis que, através da competência e abnegação, defendem os interesses de forma patriótica, criando desenvolvimento.

A luta continua
Amade Camal
  

Nota: Saudar a FIDUS, de Malenga Machel, pela iniciativa de mensagens positivas que tem divulgado neste momento difícil, porém, cheio de oportunidades únicas. Esta pandemia veio mudar o mundo. Partimos quase todos (depende de cada um) da mesma linha de partida, independentemente dos recursos que foram ou pareciam relevantes no “antigo normal”.  

 

A Natureza é Justa!

sexta-feira, 17 julho 2020 07:07

Meia-decisão

“Manteremos em vigor todas as medidas anunciadas anteriormente, o que significa que as escolas e os locais de culto continuarão fechados”. Muito bom! 

 

Manter as escolas fechadas e condicionar a sua abertura à criação de condições de higiene e segurança para as crianças é de longe a decisão mais sábia e lúcida do Presidente da República Filipe Nyusi, mas é uma meia-decisão. Faltou, quanto a mim, o essencial do discurso. O Presidente da República perdeu a oportunidade de pôr os pontos nos 'is' em relação ao futuro do ano lectivo 2020. É que todos sabemos que não iremos a tempo de criar condições de retorno às aulas em tão curto espaço de tempo. Ou seja, não teremos essas condições neste 2020. 

 

Por isso, o discurso do Presidente Nyusi peca por não deixar claro como fica o ano lectivo 2020. Ainda vamos a tempo de melhorar as condições das escolas e reabrirmos o ano lectivo 2020? Ainda há essa esperança ou queremos arrastar até Dezembro o assunto esquivo das propinas? É que, enquanto o ano lectivo 2020 continuar uma incógnita, continuaremos a pagar metade das propinas de crianças que estão sentadas em casa. Este ano é feriado. No fim de tudo vamos ver que este ano vai-se anular naturalmente... sem esforço. Mesmo que retornemos em Agosto ou Outubro, não iremos alcançar as metas (se é que existem) em três meses. Educação não é brincadeira!

 

O governo tem de decidir em anular o ano lectivo 2020 de uma vez por todas sem evasivas nem subterfúgios. Não há mais tempo. Não adianta vir com essa de rever o calendário escolar porque já não é mais possível. Sejamos honestos! Não há mais truques nem acrobacias. Anula-se o ano lectivo e o governo apoia as escolas privadas com linhas de crédito sem juros ou sei-lá-das-quantas. Percebe-se que esse titubear tem muito a ver com a pressão das escolas privadas e não com o interesse no ensino público. Percebe-se que o governo está enrolado. Essa enrolação atrapalha o seu foco, principalmente dos governos provinciais e locais. Os Secretários de Estado, os Governadores, os Presidentes dos Conselhos Autárquicos, os Administradores, os Chefes dos Postos Administrativos, os Chefes das Localidades, etecetera, vão gastando recursos e tempo preparando uma escola que não vai abrir neste ano, quando deviam estar focados em estratégias urgentes de prevenção e mitigação dos impactos da Covid-19 nas suas circunscrições. 

 

Haja coragem, senhor Presidente! Até quando vamos pagar propinas sem que as nossas crianças estejam a estudar?! Até quando essa enrolação?! Não seria melhor anular-se o ano lectivo para nos prepararmos melhor para o próximo?! Há que ainda acredita que iremos criar as condições necessárias em duas semanas e retornarmos às aulas em Agosto?! Ou precisa marcar um dia específico para se dirigir a nação apenas para dizer que 2020 é nulo?! 

 

- Co'licença!

quinta-feira, 16 julho 2020 10:01

Intenções em tempos de resultados. Até quando?

Um amigo, que de tanto  ouvir projectos e cifras de milhões de dólares americanos que circulavam nas habituais rondas de conversa  das sextas-feiras, entre um grupo de amigos,  decidiu levar uma máquina de calcular para uma dessas rondas. Chegado o dia e cada vez que um dos amigos vocifera os milhões de dólares ele apontava na máquina. Na hora do fecho da conta do bar,  ele fechou a das cifras milionárias: em três horas de conversava circularam na mesa perto de trezentos milhões de dólares americanos. Um valor tão alto, mas insuficiente para saldar a conta do  bar que  rondava os três mil meticais.  E mais uma vez, a  conta não fora saldada, adiando-a para um tempo incerto.  

 

O amigo contou-me a estória a propósito das visitas de auscultação feitas por governantes em início de funções e que mereceram atenção no meu  texto passado (Protocolo para o início de funções de governação. Existe?).  Estas visitas e as conversas das cifras milionárias não têm nenhuma diferença, pois  ambas pecam pelo excesso de  intenções  e na hora da verdade a lamentação de sempre: não há verba para tanto verbo. Agora imagine o meu amigo, o da máquina calculadora,  na comitiva  das visitas de auscultação e anúncio de intenções desse tipo de governantes. À estes lembrar de que os anos de governação não são para auscultações, são para realizações mesmo de que isso custe alguma cedência para a máxima de que “O político vive de promessas e fica com as remessas”. De toda maneira não há regra sem excepção, justificando assim a auscultação de determinado assunto e caso ela tenha sido planificada.  

 

Grosso modo, a fase de  auscultações e de promessas encerra na campanha eleitoral e a tomada de posse inaugura a de resultados ou, no mínimo,  de passos firmes nesse sentido. Exemplos disso, felizmente, existem e um deles vem da capital do país.  Quando foi do anúncio público municipal sobre a retirada voluntária   de vendedores informais de locais impróprios, em particular na baixa da cidade, o Município de Maputo, respondendo aos que reclamavam a intempestividade da medida,  defendeu que a decisão era o corolário de um processo de articulação e não o seu início. Possivelmente, suponho, que o início, pelo menos público,  tiver lugar com a campanha eleitoral,  o momento em que o actual edil da capital auscultara e prometera aos munícipes  “txunar” Maputo. Em menos  de um ano alguns resultados são visíveis. Alguns possam estar a dizer que a pandemia Covid-19  deu um empurrão no caso da venda informal. Óptimo. Até que faz algum sentido,  mas o empurrão só ajuda quem  de facto estiver preparado e no caso  para saldar a conta/promessa e não para adiá-la.   

 

Voltando aos governantes das boas intenções e nada acontecer, e mesmo a fechar, vai um pouco de frustração com a  fé: tinha tanta, mais tanta fé que por esta altura do ano, início  do segundo semestre, a conta das promessas eleitorais de 2019 começasse a ser saldada, mas, pelos vistos, está a aumentar, incluindo com a pressão da pandemia da Covid-19. O mesmo acontece  com a conta do bar da malta do meu amigo da calculadora: de tempos em tempos é pedida e o pagamento adiado. Isto até ao dia  em que  dono do bar disser: C'est fini!”.