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Redacção

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segunda-feira, 14 janeiro 2019 05:39

Renamo escolhe sucessor de Dhlakama esta semana

As primeiras eleições gerais, sem a presença de Afonso Dhlakama, continuam uma incógnita nos círculos com tradicionais eleitores do ex-líder, que morreu em Maio de 2018, por diabetes, numa das bases do partido na Gorongosa. Nas vésperas do Congresso da Renamo, que se realiza esta semana e vai eleger o seu sucessor, vários habitantes de Macadera, um povoado fustigado pelo último conflito político-militar entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo, no distrito de Vanduzi, em Manica, consideram que a ausência da habitual cara de Afonso Dhlakama nos boletins de voto “poderá confundir” os eleitores mais idosos.

 

“A cara de (Afonso) Dhlakama guiava os fiéis e tradicionais eleitores", defendeu Ana Vulande, uma camponesa, se expressando num português “fino”, habitante de um povoado onde os traços da destruição, são ainda visíveis. A zona sofreu demasiado supostamente por ter “albergado atacantes” das escoltas militares no troço Vanduzi-Changara.

 

Outro morador, Mateus Raimundo, observa que as eleições gerais deste ano vão decorrer após profundas mudanças na Lei Eleitoral conseguidas por Afonso Dhlakama, sustentando que o seu sucessor deverá estar “à altura do carisma de Dhlakama”.

 

A Renamo deverá eleger esta semana, no seu VI Congresso, que decorre de 15 a 17 de Janeiro na Gorongosa, o sucessor de Afonso Dhlakama, que será igualmente o candidato do partido nas eleições presidenciais de Outubro. Recentemente, aquando da reunião do seu Conselho Nacional, a Renamo definiu que o sucessor de Afonso Dhlakama deve ter a nacionalidade moçambicana, ter ocupado a função de Secretário-Geral, ter 15 anos de militância e ser membro idóneo e de reconhecido mérito. Além disso, o próximo líder deve ser uma figura que combateu pela Renamo na Guerra Civil dos 16 anos, que opôs o braço armado do partido e as forças governamentais.

 

Na mesa estão quatro nomes, apesar de ainda não serem candidatos oficiais. Um deles é Elias Dhlakama, irmão mais novo de Afonso Dhlakama, que entrou para a reserva em Outubro, após vários anos servindo o exército governamental. Os outros três apontados à sucessão de Afonso Dhlakama são Ossufo Momade, Coordenador-Interino da Renamo, Manuel Bissopo, actual Secretário-Geral, e Hermínio Morais, que em Outubro concorreu para a chefia da edilidade de Maputo, tendo perdido para Eneas Comiche. Num tweet este domingo, Ivone Soares, Chefe da Bancada da Renamo na Assembleia da República (AR), escreveu: “Eu acredito que Deus nos irá iluminar para que vença a genuína vontade da maioria de homens e mulheres que confiam num Moçambique bem governado”.  E acrescentou: “É possível”. Soares é tida como uma grande apoiante de Elias Dhlakama, seu tio. Pelo menos 700 pessoas, entre delegados e convidados vão participar do VI Congresso da Renamo, que reúne numa das bases localizadas próximas donde morreu Dhlakama. (Osvaldo Matambira)

domingo, 13 janeiro 2019 15:45

Teatro / Mãe Coragem

Mãe Coragem é uma peça que interpreta história de uma família de cinco membros, mãe viúva, três filhas e o tio/irmão da mãe. Duas das filhas voltaram do lar para casa da mãe, uma pela terceira vez a sair do lar e a outra separa-se pela primeira vez e a mãe torna-se o pilar da casa e corajosa para cuidar das filhas e do irmão.

 

(13 de Janeiro, às 18:30min em Maputo)

O antigo Ministro do Plano e Finanças, Tomaz Salomão, defendeu hoje que Manuel Chang deve ser julgado pelos crimes de que é acusado. Numa entrevista à RM, Salomão disse: “Eu não estou preocupado com o lugar onde ele vai ser julgado. Ele vai ser julgado, quer seja em Moçambique, quer seja na África do Sul, nos EUA ou em Haia. Ele vai ser julgado em algum sítio. E é bom que seja julgado, para que isso sirva de exemplo e referência para que coisas dessas não se repitam”.

 

O antigo ministro, que também já foi Secretário Executivo da SADC, defendeu que a justiça, além de julgar os envolvidos nas “dívidas ocultas”, deve ajudar Moçambique a recuperar os bens que foram delapidados.

 

Para Salomão, o debate sobre a detenção e julgamento de Manuel Chang não pode ser resumido ao local de julgamento. O essencial é que do julgamento se vai perceber se o país tem ou não uma dívida por pagar.“Se calhar chegaremos a conclusão de que nós não temos nenhuma dívida a pagar; nós como país; nós como cidadãos deste país. É o que penso, é minha opinião pessoal”.

 

Para o economista, instituições como o Ministério das Finanças, devem transmitir credibilidade, transparência e respeito perante os cidadãos. “Não se pode em circunstância nenhuma permitir que esta instituição seja assaltada por indivíduos de pensamentos maquiavélicos e que estão ali para montar, urdir planos que desgastem a imagem do país, a imagem das instituições, e as contribuições dos cidadãos, algumas delas feitas com muito sacrifício no meio da pobreza que temos”. Salomão acrescentou que “não se pode permitir que aquele edifício nobre [Ministério da Finanças] seja assaltado por pessoas de pensamentos ou motivações criminosas. Devemos proteger a nobreza de uma instituição como o Ministro das Finanças”. (Carta)

A produção hidro-energética anual da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) fixou-se em 13,659 GWh, em 2018, o que representa 1,39% acima do planeado, conseguida num ano em que, “mercê das medidas de gestão hidrológicas tomadas pela empresa, em conjugação com a melhoria das afluências, se verificou uma melhoria gradual de armazenamento de água na albufeira de Cahora Bassa”, lê-se numa nota de imprensa recebida hoje na nossa redacção. Para o corrente ano de 2019, a empresa estabeleceu 14.809 GWh como meta de produção.

 

A melhoria do desempenho e o aumento da produção energética, maximizando a capacidade instalada, resulta também do plano de modernização das infraestruturas da cadeia de produção, que a Hidroeléctrica de Cahora Bassa está a implementar, diz a empresa. “Trata-se do ‘CAPEX Vital 10 ano’, que prevê investimentos essencialmente na Barragem, na Central de geração, nas subestações do Songo e de Matambo e sobre as linhas de transporte de energia, visando aumentar a sua fiabilidade técnica e operacional, bem como prolongar o seu tempo de vida útil, volvidos mais de 40 anos de exploração". 

 

Face aos riscos hidrológicos e de concentração, o plano estratégico 2018-2022 prevê a expansão da capacidade produtiva, diversificação de negócios e a exploração de novas oportunidades de investimentos no sector energético. Recentemente em Assembleia Geral, a HCB aprovou alterações nos seus estatutos, que permitem a viabilização desta opção. Ao mesmo tempo, para a estabilidade da Empresa, viabilização dos programas críticos de investimento e implementação do processo de venda de 7,5% das acções da Hidroeléctrica de Cahora Bassa na Bolsa de Valores de Moçambique, foi aprovada pelo Governo a extensão da concessão da exploração do empreendimento de Cahora Bassa por mais 15 anos a partir de 2033. Sobre a mencionada alteração estatutária, a nota da empresa não especifica o que foi realmente alterado.(Carta)

Na quinta, sexta e sábado passados, os distritos de Palma e Mocímboa da Praia voltaram a sofrer acções da insurgência. Cinco mortos é o número de vítimas de dois ataques ocorridos nos dois distritos. O primeiro aconteceu num arrozal de Nailwa, a 5 km da residência do novo Administrador do Distrito de Palma, Valige Tuaubo.  Tudo começou quando um casal de camponeses foi surpreendido pelos insurgentes. O homem foi esquartejado em cinco partes e a mulher poupada. Devido a este acto macabro, a população dos povoados de Bagala, Kiwia, Maconco e Mbwizi, no distrito de Palma, passou parte da noite de quinta-feira caminhando para a vila de Palma em busca de protecção. 

 

Alguns deslocados pernoitaram nas ruas e debaixo de árvores. O corpo do homem esquartejado em Nailwa foi encontrado por militares que se deslocaram ao local após denúncia de populares. Segundo contaram fontes à “Carta”, os insurgentes exigem que a população saia das zonas onde actuam, alegando que são “libertadas”. Outro ataque aconteceu na madrugada de sexta-feira em Mocímboa da Praia, na aldeia de Manilha, a 15 km da vila-sede, onde, segundo relatos de populares, quatro pessoas foram mortas e outras quatro feridas, encontrando-se a receber cuidados médicos no Hospital. A situação que se vive em Manilha é de terror, contaram-nos.

 

Entretanto, no sábado quatro insurgentes foram capturados pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR) quando se dirigiam à aldeia de Manguna. A denúncia veio de uma cidadã, que terá sido interpelada pelo grupo na zona de produção Quipuide-Mipama. Ela conseguiu fugir e denunciou às autoridades, que se deslocaram àquele local e capturaram o grupo. Refira-se que o local da detenção situa-se a 10 km da Vila-Sede de Palma e, segundo apuramos, os homens capturados estão a colaborar com as autoridades no intuito de indicaram os locais onde os outros se encontram. (Omardine Omar)

O Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, chegou na quinta-feira ao “White Pearl Resort”, na Ponta Mamoli, para uma semana de férias. Masisi está acompanhado da mulher, Neo, e parentes chegados. White Pearl Resort é um “beach resort” de 5 estrelas, que já ganhou prémios internacionais das revistas Conde Nasté e Traveler como um dos 10 melhores “boutique beach” hotéis de África.

 

Há poucos dias, o lugar tinha recebido as honras da visita da famosa modelo Naomi Campbel (de 3 a 8 de Janeiro). Naomi fez depois a questão de postar na rede social Instagram, mencionando que as praias daqui tinham um ar divino ou são uma dádiva de Deus.

 

Esta avalanche de ricos e famosos que escala as praias moçambicanas prova uma vez mais que o país tem boas coisas para mostrar ao mundo, para além da corrupção endémica e da pobreza galopante, uma elite grudada no enriquecimento ilícito e uma sociedade geralmente passiva. 

 

O “White Pearl Resort” é propriedade de um investidor moçambicano, Florival Luís Mucave, que fez questão de pousar com Naomi, como uma destas imagens testemunha. Florival é, se calhar, dos poucos moçambicanos que decidiu investir em turismo de sol e praia e culinária virado para o seguimento dos ricos e famosos. Para se chegar ao White Pearl pode-se ir de helicóptero a partir do Aeroporto de Mavalane, num voo um charter diário, que leva aproximadamente 20 minutos; ou de carro, através da ponte da Katembe em direcção a Ponta de Ouro, desviando-se no cruzamento do Zitundo em direcção à Ponta Mamoli. São aproximadamente 1h30 de carro a partir de Maputo. (Carta)

Desde que a época das chuvas começou em Outubro de 2018, 5 mil pessoas já foram afectadas, o que representa cerca de 1000 famílias. 896 casas foram parcialmente destruídas devido a ventos fortes, houve 16 feridos, na sua maioria, vítimas de descargas atmosféricas e desabamento de paredes e 4 mortos vítimas de descargas atmosféricas e desabamento de paredes. O balanço é do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, em Nampula.

 

Segundo Alberto Armando, Delegado Provincial do INGC em Nampula, para este período previram-se chuvas normais com tendência para cima do normal em toda a extensão da província. Nampula registou, também, casos de afogamentos, todavia ainda se aguarda pela confirmação das autoridades de saúde, dado que os corpos foram encontrados em valas e ainda não se sabe se foram vítimas das chuvas ou não. As infraestruturas públicas não escaparam à fúria dos ventos fortes.

 

“Alguns centros de saúde ficaram com os tectos destruídos devido a ventos fortes. 2 casos registaram-se no distrito de Malema e 1 no de Ribaué. O Centro de Saúde de Maratane teve o tecto destruído”, disse o delegado do INGC em Nampula. “No sector da educação houve problemas com as salas de aulas (de construção precária). Cerca de 74 salas tiveram os tectos destruídos e, nalguns casos, paredes destruídas. E 22 salas de construção convencional ficaram, também, sem tectos devido a ventos fortes. 4 blocos administrativos e residências de funcionários foram danificadas”. (S.S.)

A Polícia da República de Moçambique (PRM) tentou impedir ontem, em Maputo, uma marcha do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), visava entregar uma “monção de agradecimento” a embaixada americana em Maputo, na sequência da detenção, sob ordens da justiça daquele país, de Manuel Chang. Segundo a PRM, a marcha do MDM não foi autorizada e ao insistir no evento o Partido estava a violar a Lei.

 

Representantes do MDM disseram que o evento não podia ser confundido com uma manifestação tradicional mas era apenas um grupo de militantes que se tinha junto para caminhar na direcção à Embaixada para entregar uma monção de agradecimento pela prisão do ex-Ministro das Finanças. Houve muita altercação entre os militantes e agentes da polícia que tentavam impedir a marcha. Durou duas horas, e ao longo das Avenidas Acordos de Lusaka, Joaquim Chissano e Julius Nyerere, houve momentos de pânico, tudo porque os membros e simpatizantes daquele partido não estavam a respeitar os requisitos básicos para a realização de uma manifestação.

 

Sem nenhum entendimento entre as partes, o MDM insistiu e, no meio da confusão, um grupo de três membros conseguiu submeter o documento à Embaixada dos EUA. No final, Augusto Pelembe, do MDM, disse que a missão tinha sido cumprida e que a Polícia não os intimidara porque “o nosso gesto representa todos os moçambicanos, incluindo os membros da PRM, que é uma das classes mais abaladas pelas políticas do Governo do dia". Para Pelembe, os EUA deram o maior presente de Natal aos moçambicanos, porque finalmente prenderam uma das peças-chave das “dívidas ocultas”, Manuel Chang.  (O.O.)     

A consultora norte-americana Fitch Solutions colocou, esta semana, Moçambique na terceira posição num índice que mede o risco e a recompensa de investimento, entre os 14 países da África subsahariana avaliados e no 23º lugar numa lista global de 68 países, devido às boas perspectivas de exploração de gás natural. De acordo com a análise feita pela Fitch Solutions, a qual a agência Lusa teve acesso, “a posição reflecte a perspectiva de evolução positiva para a exploração do gás natural em Moçambique, assegurada principalmente pelos bons resultados nas reservas de gás e no crescimento da produção de hidrocarbonetos, nos quais o país se situa notavelmente acima da média regional”.

 

No estudo, a consultora constatou ainda que a boa posição de Moçambique no índice deve-se ao ambiente de negócios positivo e competitivo, bem como a limitada intervenção do Estado no sector do gás e petróleo.

 

Face a avanços no sector e a aproximação de decisões finais de investimento de algumas das grandes empresas de exploração de gás natural no mundo, a Fitch Solutions antecipa “um enorme aumento na capacidade de produção de gás natural liquefeito nos próximos anos, o que vai assegurar a posição do país como um dos grandes produtores mundiais nesta indústria e sustentar o crescimento das despesas de capital na África Subsaariana na próxima década”. A consultora Fitch Solutions é detida pela mesma entidade que tem a agência de “rating”. (Carta)

O Comité de Protecção para Jornalista (CPJ), uma organização sediada em Nova Iorque, condenou, na quinta-feira, o silêncio das autoridades moçambicanas no caso da detenção do jornalista Amade Abubacar. Segundo o CPJ, as autoridades moçambicanas devem libertar imediatamente o jornalista da Rádio e Televisão Comunitária “Nacedje”, de Macomia. O CPJ diz que a Polícia deteve Amade Abubacar numa rua de Macomia, no passado dia 5 de Janeiro, enquanto fotografava e entrevistava pessoas que fugiam dos ataques dos insurgentes. 

 

Ângela Quintal, coordenadora do CPJ para África, exige que “as autoridades moçambicanas libertem Amade Abubacar, que se encontra detido sem acusação formal, e pare de censurar a cobertura da insurgência, detendo jornalistas e acusando-os de conluio com os insurgentes. Para Quintal, o facto de Moçambique estar num ano eleitoral, Cabo Delgado não pode ser uma área proibida para os órgãos de comunicação social trabalharem.

 

Os cidadãos merecem saber e têm o direito de fontes independentes e diversificadas de informações sobre o que está acontecendo em seu país, disse Quintal. Entretanto, o CPJ entrou em contacto com o Governador de Cabo Delgado, Júlio Parruque, que prometeu ao CPJ, em mensagem por WhatsApp de 7 de Janeiro, partilhar informações no dia seguinte. Ele nunca mais deu sinal de vida. Em declarações ao CPJ, o irmão do jornalista, Ali Abubacar, disse que sua família ainda não sabe das razões por que Amade foi preso e por que não lhes é permitido falar com ele. Segundo o CPJ, Amade Abubacar foi despromovido da chefia da redacção da rádio em Setembro de 2018, por "supostamente reportar com muita frequência a insurgência". Amade Chale, que sucedeu Abubacar como chefe da rádio, não respondeu ao pedido de comentários do CPJ. (O.O.)