A inflação, em Moçambique, em Novembro, foi de apenas 0,27%, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), compilados a partir dos índices de preços ao consumidor das três maiores cidades (Maputo, Nampula e Beira). A inflação de Janeiro até o final de Novembro foi de 3,14%. De 1 de Dezembro de 2017 a 30 de Novembro de 2018 foi de 4,27%. Houve alguns aumentos de preços em Novembro, nomeadamente tomate (8,5%), coco (7,3%), arroz (1,4%), peixe fresco (1,9%) e camisas e blusas femininas (6,2%).
Compensando estes aumentos, contudo, houve quedas nos preços do óleo de cozinha (queda de 1,9%), ovos (3,9%), farinha de mandioca (8,6%), camarões frescos (9,9%) e peixe seco ( 0,5 %). Olhando para as tendências desde Janeiro, o INE conclui que as áreas com os maiores aumentos de preços foram os transportes urbanos de passageiros, combustíveis (gasolina e gasóleo), carvão, refeições em restaurantes e carros em segunda mão. A decomposição da inflação por cidade mostra que, em Novembro, Nampula teve a maior inflação (0,62 por cento), seguida pela Beira (0,52 por cento). A inflação em Maputo foi insignificante, em 0,01 por cento. (AIM)
O Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) e a Gapi assinaram, ontem, um acordo que cria a Linha de Crédito especial de apoio à Comercialização Agrícola. Este evento contou com a presença do Ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, membros do Conselho Consultivo do MIC e dos Conselhos de Direcção do ICM e da Gapi. Trata-se de uma linha de crédito que irá priorizar o financiamento das campanhas de comercialização agrícola, bem como algumas actividades de agroprocessamento, com prioridade para as regiões já identificadas como estratégicas pelo ICM. Após a consolidação desta fase inicial, prevê-se a possibilidade de se promoverem investimentos com vista à ampliação e modernização da capacidade de armazenamento dos bens comercializados e contribuir para uma maior e melhor utilização de infra-estruturas de armazenagem e processamento.
O empreendimento de areias pesadas da empresa moçambicana Ding Sheng Minerais, SA no Chibuto, província de Gaza, está a produzir resultados considerados positivos, que correspondem ao projecto inicialmente elaborado pelos seus accionistas, o Grupo AFFEC (China), com 85 por cento do capital, e a EMEM – Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, SA, com os restantes 15 por cento. O Conselho de Administração da EMEM – Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, SA visitou na quinta-feira, dia 6 de Dezembro de 2018, este empreendimento de areias pesadas de Chibuto. As sessões de trabalho realizadas tiveram como principal objectivo aproximar as partes interessadas para um melhor conhecimento mútuo no desenvolvimento deste empreendimento e para a criação de uma estratégia de actuação coordenada e integrada nas estruturas sociais e públicas do distrito do Chibuto. Liderada pelo Presidente do Conselho de Administração da EMEM, SA, Dr. Celestino Pedro Sitoe, a delegação desta empresa moçambicana era composta pelo Administrador Executivo para o Pelouro de Administração e Finanças, Daniel Frazão Chale, e pelo Administrador Executivo para o Pelouro Técnico-Operacional, Eduardo Alexandre, fazendo dela parte uma equipa de técnicos jurídicos e de comunicação.
Cerca de 120 milhões de raparigas em todo o mundo - mais de uma em cada dez - sofreram violência sexual ao longo da sua vida, segundo dados da UNICEF. Em Moçambique, quatro de cada dez mulheres já foi vítima de violência sexual desde os 15 anos; seis em cada 20 revelou já ter sido violada. A nível mundial, uma de cada 14 já sofreu algum tipo de agressão sexual - abusos com e sem penetração, por exemplo - por parte de alguém que não é seu parceiro, como aponta um estudo da OMS, o maior informe global feito até agora. Uma maré abrumadora de cifras que, apesar de tudo, segundo os experts, não oferece a radiografia real do que se considera uma epidemia silenciosa.
No contexto moçambicano, a violação sexual é a sexta maior causa de admissão nos serviços de urgência de ginecologia. A mulher, como sempre, é uma vítima: primeiro da nossa discriminação; segundo da sua condição e; terceiro da desconfiança generalizada que recai sobre o designado sexo fraco. Portanto, sempre que se dá um caso de violação sexual ou de acusação a mulher é que tem de provar e nunca o agressor.
Após o anúncio da reabertura da investigação do caso Kathryn Mayorga meio mundo desdobrou-se a julgar a senhora com um contentor de nomes espúrios, colocando em causa o seu bom nome e fazendo, por tabela, troça dum episódio que devia ser tratado sem a mínima leviandade. Ignoram, esses defensores de agressões daquele jaez, que os abusos sexuais são uma epidemia silenciosa e com um alto custo social. As vítimas, essas, calam por culpa, pelo estigma e pelo medo. Um depoimento aterrador, que ouvi enquanto jornalista foi com uma mulher aos prantos, contando uma violação sexual. Deixei, no artigo que nunca terminei, assim o registo:
A primeira vez que ele irrompeu pelo seu quarto estava a dormir. Fazia frio e estava completamente coberta. Passam 21 anos, mas Ana (nome fictício) volta a essa noite e outras muitas. Pode ver a cor dos sapatos, recordar-se que ele estava vestido. Com o passar dos anos essa recordação, difusa ao princípio, é cada vez mais clara. Ela tinha sete anos e se sentia muito feliz. Hoje tem 28 é uma jovem dedicada ao próximo. Custou-lhe muito falar dos abusos sexuais que sofreu por parte de um familiar muito próximo ainda criança. Abusos esses que duraram até aos 17 anos quando ela decidiu falar pela primeira vez. “Nunca contei por causa da minha mãe”, revela com uma tranquilidade que assusta.
Outro depoimento é de Luísa que conta que aos 15 anos foi violada por oito homens. “As pessoas próximas e a minha comunidade julgaram-me como culpada e não como a vítima de um crime. Isolaram-me. Consideravam-me uma prostituta”. Como no caso de Ana e Luísa, mas de 80% dos abusadores são conhecidos: familiares, amigos e inclusive o próprio parceiro. Esse é um dos factores que contribui para perpetuar o silêncio. O papel atribuído ao homem é igualmente responsável pelo número de casos. O que se diz, em defesa de Ronaldo, é que se ela não queria não devia ter aceite o convite para visitar o apartamento do jovem. Um enorme equívoco esse que julga que aceitar um copo por cortesia significa abertura total ao desejo do homem provedor. É a mesma lógica que se usávamos, no contexto da nossa juventude, quando uma mulher irrompia pelo nosso quarto.
O caso de Ronaldo não é diferente. No primeiro momento o português afirmou que se tratavam de notícias falsas que visavam gerar promoção graças à dimensão do seu nome. “Querem fama através do meu nome (…) nego firmemente as acusações contra mim. A violação é um crime abominável que contra tudo que creio. Por muito claro que possa ser para limpar o meu nome, recuso-me a alimentar o espectáculo mediático criado por pessoas que procuram promover-se a si mesmas às minhas expensas.
É bom que Cristiano diga estar tranquilo, mas tal só é bom até descobrirmos o acordo firmado por ele em 2009, no qual reconhece o acto e paga pelo silêncio. Não se trata, como se pode pensar, duma campanha contra Cristiano, mas do exemplo que se deve dar ao contentor de homens que ultrapassa a barreira da decência e respeito pelo corpo feminino, ao exército de animais que julga que o poderia económico dá direito ao exercício de abusos sem penalização. Curiosamente, quem mais defende Cristiano depois da publicação do acordo que revela a culpa do português é mulher. É gente que foi gerado no ventre duma mulher; são homens que têm filhas e que não querem que um acto daquela dimensão lhes bata a porta.
O facto de o caso ter se dado em 2009 não é atenuante suficiente para desculpabilizar o astro português e nem o facto de ter pago pelo silêncio reúne suficiente força. Cristiano deve servir de exemplo. A única coisa que me parece negativa em tudo isso é que ainda assim subsiste um exército de acéfalos que continuar a violar coberto pelo anonimato. Por um mundo livre de violações sexuais Ronaldo deve ser julgado com toda justiça possível. Responsabilização aos violadores sexuais e se Ronaldo for, como os dados indicam, um deles está na hora de manifestarmos o nosso total repúdio e toda falta de respeito que lhe podemos lhe podemos votar.
A Fundação do PCA do Grupo UBA, Tony Elumelu, anunciou na última segunda-feira, dia 3 de Dezembro, que as inscrições para a 5.ª edição do Programa de Empreendedorismo TEF (Tony Elumelu Foundation) iniciam no dia 1 de Janeiro de 2019. As inscrições serão online no site TEFConnect, por sinal a maior plataforma digital de networking para empreendedores africanos. No total serão selecionados 1.000 candidatos oriundos de todos os cantos de África. Os selecionados irão se juntar aos cerca de 5.000 empreendedores que já estão a beneficiarem se do programa. Além do financiamento mínimo de 5.000 USD para cada empreendedor, os beneficiários do programa serão expostos a um ecossistema de negócios com acesso a formações intensivas, mentores com larga experiencia em doing Business e networking com empreendedores ao nível global.
O Programa de Empreendedorismo Tony Elumelu foi lançado em 2015, anualmente são selecionados jovens com iniciativas empreendedoras pelo continente na base da viabilidade, sustentabilidade e no impacto dos seus projectos de negócio no crescimento socioeconómico de África. Em Moçambique 8 jovens já foram beneficiados da iniciativa. O projecto foi concebido para 10 anos, com um fundo de 100 milhões de USD, para treinar, acompanhar e financiar 10.000 empreendedores africanos, criar mais de um milhão de postos de emprego e contribuir em cerca de 10 bilhões de dólares em receita económica para a África. (Carta)
O Standard Bank reinaugurou, na sexta-feira, 7 de Dezembro, a agência de Pemba, na província de Cabo Delgado, que beneficiou de obras de ampliação e remodelação, inseridas no projecto de modernização e construção de novas agências com vista a proporcionar mais espaço e conforto aos clientes, para além de conferir maior celeridade no atendimento.
Populares de Nangade, que nos últimos dois dias estiveram numa empreitada de perseguição aos insurgentes em Cabo Delgado, alegam ter capturado um jovem de cerca de 30 anos, acusando-o de ser o líder do grupo que dirigiu os últimos ataques na zona, nomeadamente desde 20 de Novembro a esta parte. Trata-se de Mustafa Suale Machinga, que foi ferido por balas disparadas por militares no passado dia 5 de Dezembro.
Depois de prestarem um autêntico “desserviço” aos contribuintes, tomando decisões que restringiram a participação política nas recentes eleições autárquicas, os juízes do Conselho Constitucional (CC) pedem mais direitos e regalias. Nem o facto de o país estar em crise financeira e todos apertando o cinto os demove. Numa proposta de revisão da Lei nº 06/2006, de 2 de Agosto – Lei Orgânica do CC, submetida à Assembleia da República no passado dia 16 de Outubro, eles exigem mais mordomias.
Anadarko Mozambique Área 1, Lda. pretende contratar seguros para as operações de extracção de gás natural no norte de Moçambique, segundo um anúncio publicado na imprensa. A subsidiária do grupo americano Anadarko Petroleum informa que os seguros a serem contratados dizem respeito tanto às obras em terra como ao largo da costa da península de Afungi, na província de Cabo Delgado. A empresa pretende igualmente contratar seguros para carga marítima, cobrindo danos físicos dos materiais durante o transporte. No final de Novembro, o grupo americano anunciou ter a sua subsidiária em Moçambique, em nome dos parceiros associados na Mozambique Offshore Area 1, seleccionado o consórcio constituído pelas empresas TechnipFMC e VanOord para os trabalhos de engenharia, aquisição, construção e instalação do sistema submarino marítimo no projecto de gás natural em Moçambique.
O bloco Área 1 é operado pela Anadarko Moçambique Área 1, Ltd, uma subsidiária controlada a 100% pelo grupo Anadarko Petroleum, com uma participação de 26,5%, a ENH Rovuma Área Um, subsidiária da estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, com 15%, Mitsui E&P Mozambique Area1 Ltd. (20%), ONGC Videsh Ltd. (10%), Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%), and PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8,5%).
(Carta)
A Cervejas de Moçambique (CDM) lançou sexta-feira a primeira pedra para a construção de uma nova fábrica no distrito de Marracuene, a cerca de 30 quilómetros a norte de Maputo. A CDM, que é uma subsidiária local da AB InBev, líder mundial na produção de cervejas, já tem três cervejeiras no país, nomeadamente em Maputo, Beira e Nampula.
O investimento na cervejeira de Marracuene é estimado em 180 milhões de USD e permitirá um aumento significativo na produção da empresa. A CDM alega que a produção em Marracuene será altamente eficiente e alinhada ecologicamente com as práticas internacionais mais modernas.
A nova fabrica em perspectiva é uma resposta da NA INBev à empresa holandesa Heineken, que também está construir uma cervejeira em Marrauene. Ragendra de Sousa (Ministrio da Indústria e Comércio) disse, na cerimónia que a cervejeira, para além de aumentar o PIB moçambicano, vai ser importante na criação de emprego, nomeadamente 1.000 postos de trabalho durante a fase de construção. Uma vez que cada agregado familiar moçambicano tem em média cinco membros, isso significa uma renda para 5.000 pessoas. Acima de tudo, disse o ministro, o investimento mostrou a confiança que o sector privado nacional e estrangeiro têm em Moçambique e no governo moçambicano.
"Eles acreditam em nossa governação", afirmou. "Essa essa crença não é romântica, é por causa do trabalho que fazemos". Por sua vez, o gerente geral da CDM, Pedro Cruz, disse que o investimento mostra a responsabilidade da empresa em relação aos moçambicanos, fornecendo equipamentos mais modernos para a produção de cerveja. “Este é sem dúvida o maior investimento da CDM no sector da cerveja em Moçambique desde a nossa fundação em 1995”. Ele disse que a decisão de investir em Marracuene foi tomada por causa da disponibilidade de água (do rio Incomati) e sua posição na principal rodovia norte-sul do país, que permitiria a distribuição fácil da cerveja. A obra vai durar 12 meses. (Carta)