Foi de sete mortos e dezenas de casas queimadas o balanço de mais uma investida protagonizada na terça-feira (05) pelos insurgentes em Cabo Delgado. Desta vez os alvos foram as aldeias de Manilha, Mumu, e Ntotwe, no corredor entre Mocímboa da Praia e Awassi.
De acordo com fontes da “Carta”, os funerais dos mortos decorreram numa tímida cerimónia em que apenas estiveram presentes os poucos residentes que nos locais afectados optaram por abdicar da fuga e expor-se à sanha assassina dos criminosos. Em Mitope, por exemplo, houve vandalização de infraestruturas.
Ainda segundo as nossas fontes, na quarta-feira (06) nenhum transporte público foi a Mocímboa da Praia. Os passageiros eram descarregados em Awassi e Mueda. Na sequência destes últimos ataques, à semelhança do que tem acontecido em quse todas as situações idênticas, muitos habitantes das aldeias atingidas abandonarem as suas casas que mais tarde foram reduzidas a cinzas pelos atacantes.
Entre os mais sacrificados por esta última invasão dos agressores ao distrito de Mocímboa da Praia destacam-se professores e alunos, que tiveram de abandonar as respectivas escolas à procura de refúgio noutras paragens aparentemente mais seguras.
Dizem as nossas fontes que ainda é notório um certo traumatismo nos poucos habitantes que restaram nas aldeias atingidas pelos ataques de terça-feira. Muitas empresas que operam ao longo da estrada que liga Moçambique e Tanzânia dispensaram os seus trabalhadores.
Na terça-feira, dia da ocorrência dos ataques, os distritos e as aldeias atingidos estavam sem electricidade devido à queda de uma torre na linha de transmissão de alta tensão. O problema só foi resolvido no dia seguinte, à noite, com a retirada da torre improvisada de madeira que fora derrubada pela força das águas do rio Lúrio, e que ameaçava arrastar outras torres da mesma linha. (Carta)