Relatos colhidos pela nossa reportagem indicam que duas viaturas foram atacadas no troço rio Rovuma-Palma, no sábado. Trata-se de um camião da marca Mitsubishi Fuso , carregando vários produtos alimentares e bens, e uma Toyota Coaster, que se encontrava lotada de passageiros que faziam o trajecto Tanzânia-Moçambique. Entretanto, as fontes asseguram que as duas viaturas só foram incendiadas depois da fuga dos seus ocupantes.
A estrada que liga Moçambique à vizinha Tanzânia é muito frequentada por comerciantes. O recrudescimento dos ataques, além de impedir a circulação, compromete as trocas comerciais entre os dois países. Também afecta muitos moçambicanos que recorrem àquele país vizinho para receberem cuidados médicos.
Segundo relatam fontes de “Carta”, um outro ataque deu-se na sexta-feira (10 de Maio), no troço Mocímboa da Praia-Palma, que resultou em dois óbitos. As vítimas mortais são cidadãos que saiam de uma das aldeias para à Vila de Mocímboa da Praia, a fim de venderem materiais de construção (barrotes), tendo sido surpreendidos pelos insurgentes durante o percurso. Na emboscada, afirmam as fontes, um cidadão escapou.
Num outro desenvolvimento, as fontes contam que, em Mocímboa da Praia, a caminho de Palma, um cidadão foi alvejado a tiros por indivíduos desconhecidos, por volta das 21 horas da passada quinta-feira (09 de Maio). O indivíduo encontra-se em tratamento médico, numa unidade sanitária local. A vítima, de acordo com fontes locais, tem colaborado com as autoridades policiais em algumas operações contra os malfeitores.
Salientar que, na última sexta-feira (10 de Maio), durante um comício no distrito de Funhalouro, província de Inhambane, o Presidente da República, Filipe Nyusi, exigiu que o grupo revelasse as suas reais pretensões. A insurgência em Cabo Delgado ja levou à morte de mais de 200 pessoas, desde o início dos ataques, em Outubro de 2017. (Carta)