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sexta-feira, 09 agosto 2019 06:31

Ataques em Cabo Delgado: Entre a escalada do “terror”, decapitações e o suposto “medo” das FDS

Um casal de camponeses foi surpreendido, nas primeiras horas do dia 05 de Agosto (segunda-feira), pelos insurgentes, quando se deslocava ao seu campo de cultivo, tendo sido decapitado o marido e a mulher raptada, na aldeia Limala, no Posto Administrativo de Mbau, distrito de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado.

 

Segundo apurou a “Carta”, o casal tem um filho menor de seis anos, que terá sido deixado aos cuidados da vizinhança. Fontes do jornal dizem que a situação naquela aldeia é alarmante, tendo criado pânico ao longo da semana.

 

Salientar que, nesta semana, fontes oficiais ouvidas pela nossa reportagem e que devido a ordens superiores estão proibidas de falar, publicamente, sobre a situação de Cabo Delgado, garantiram que, nos últimos dias, uma posição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) foi atacada, na aldeia de Chai, no distrito de Macomia, tendo sido morto um militar e mais de 26 militares puseram-se em fuga, porque, alegadamente, o número dos insurgentes era superior a 100 homens armados.

 

As mesmas fontes, do exército moçambicano, disseram que houve ainda um ataque no Posto Administrativo de Maganja, Península de Afungi, no distrito de Palma, no passado dia 6 de Agosto, tendo os insurgentes morto e ferido vários civis e militares, assim como saquearam e incendiaram várias casas na mesma região. Lembre-se que é no Posto Administrativo de Maganja, onde está a ser construída a fábrica de Liquefacção de Gás Natural, pela Anadarko e parceiros da Área 1.

 

Conforme garantiram à “Carta”, entre os dias 01 e 07 de Agosto, os distritos de Macomia, Mocímboa da Praia e Palma registaram acções de barbaridade, protagonizadas pelos insurgentes. Para combatê-los, garantem as fontes, o governo destacou várias sub-unidades das FDS, transportadas em mais de 15 autocarros da companhia Nagi Investment.

 

Uma outra situação que fontes da “Carta” confidenciaram é relativa aos fiscais do Parque Nacional das Quirimbas e dos oficiais das FDS que abandonaram o posto de controlo de Muanona (na zona de Mucojo, por sinal, uma das mais atacadas pelos insurgentes), no distrito de Macomia, onde estavam afectos, alegadamente, por “temerem” ataques dos insurgentes. Estes foram fixar-se no bairro de Nanga A, na vila-sede do distrito de Macomia.

 

Entretanto, nos últimos três meses, a organização terrorista Estado Islâmico (EI) tem reivindicado ter uma célula em Cabo Delgado, uma situação que certos especialistas em terrorismo, como Amira Abdel Halim, dizem ser um boato. (Paula Mawar e Omardine Omar)

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