Vinte e quatro horas antes de o Presidente da República visitar a província de Cabo Delgado, os insurgentes voltaram a escalar o distrito de Quissanga, concretamente a aldeia 19 de Outubro, também conhecida como “cruzamento da ADPP”.
A incursão, que teve lugar por volta das 18:00 horas do último domingo, baseou-se num ataque àquela aldeia e a uma posição das Forças de Defesa e Segurança (FDS), que tinha sido instalada naquela zona, após o ataque ocorrido em Bilibiza (as duas aldeias são próximas). Até ao fecho desta edição não havia confirmação de óbitos, apenas de danos materiais.
À “Carta”, as fontes relataram que os insurgentes não fizeram o pior porque, depois do ataque a Bilibiza, os residentes da aldeia “19 de Outubro” abandonaram suas residências, tendo-se refugiado na aldeia Mitambo, no distrito de Meluco. Entretanto, tanto os hóspedes, assim como os anfitriões fugiram para o mato.
Na manhã desta segunda-feira, apenas três transportes semi-colectivos de passageiros partiram, no meio de incertezas, de Macomia até à ponte sobre o rio Montepuez, devido ao medo dos atacantes.
Referir que, nos ataques do dia 29 de Janeiro, os insurgentes queimaram a sede do Posto Administrativo de Bilibiza, aldeias 25 de Setembro e Bem-Vindo. Na sequência desses actos, morreram quatro pessoas, sendo uma idosa (carbonizada) e três adultos (decapitados) nas machambas.
Foram ainda queimadas cinco escolas (três primárias e dois centros de formação – Instituto Agrário e Formação de Professores-ADPP), o edifício da Secretaria do Posto Administrativo, um centro de saúde, 30 estabelecimentos comerciais (barracas e bancas), uma viatura da Polícia da República de Moçambique e mais de 800 casas.
Já no Posto Administrativo de Mahate, os insurgentes queimaram dois centros de saúde (o de Cagembe e de Mahate), quatro escolas primárias e alguns estabelecimentos comerciais e várias casas. (Carta)