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terça-feira, 22 fevereiro 2022 08:45

Patrões cada vez mais preocupados com agravamento da onda de raptos

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) tem vindo a acompanhar com bastante preocupação o agravamento da situação de raptos de empresários a nível nacional, com destaque aos últimos dois casos ocorridos neste mês de Fevereiro.

 

Em conferência de imprensa havida esta segunda-feira, o vice-Presidente da CTA, Zuneid Calumia, afirmou que, para além do agravamento do fenómeno, é também preocupante o não esclarecimento dos raptos anteriores, o que alimenta a possibilidade dos mesmos autores desenvolverem estas acções maléficas, continuamente.

 

“É necessário repensar no modelo de abordagem e via-se na Unidade Anti-Raptos uma solução para tal. É preciso introduzir, adicionalmente, mudanças profundas ao quadro legal, tornando severa a respectiva moldura penal e sem possibilidade de pagamento de caução. De outra forma, os criminosos continuarão sentindo algum conforto no binómio custo/benefício. É preciso passar a informação de que o Estado e a sociedade não toleram o crime”, apelou Calumia.

 

Para os empresários, o mais assustador, ainda, é o facto de os raptos ocorrerem nos arredores das esquadras da Polícia, tidos como garantes de protecção pública, onde os criminosos vêm demonstrando a sua livre actuação. Face aos impactos nefastos provocados pelo crime, os empresários entendem que esta situação não pode continuar como está, porque afecta de forma negativa o tecido económico do país.

 

“Afecta as decisões dos que pretendem investir no país; induz à saída de capitais dos investidores que não se sentem seguros no país, com reflexo na perda de postos de trabalho e capacidades de geração de rendas. Adicionalmente, a ocorrência de raptos torna o nosso país inseguro para atracção de turistas”, explicou o vice-Presidente da CTA.

 

Dada a relevância do assunto, a CTA, juntamente com as Comunidades Hindú e Muçulmana, coloca-se ao dispor para apoiar o Estado nos esforços para estancar este mal. Igualmente, a CTA diz estar a efectuar um estudo para analisar o impacto económico da onda de raptos no país, pelo que apela à colaboração de todos os associados. O estudo deverá recolher, de forma sistematizada, as opiniões dos empresários sobre como lidar com o fenómeno dos raptos.

 

Ministério do Interior furta-se ao debate sobre raptos e terrorismo

 

Segundo o vice-Presidente da CTA, devido ao aumento exponencial dos raptos e da insurgência no norte do país, a congregação criou um Pelouro de Segurança e Protecção Privada e que, no âmbito da sua missão, tem vindo a interagir com os Ministérios do Interior e da Defesa Nacional.

 

Entretanto, Calumia afirmou que, se ao nível do Diálogo Público e Privado o Ministério da Defesa Nacional tem dialogado, tal não se verifica em relação ao Ministério do Interior. A fonte argumentou que a CTA tem endereçado a este Ministério um conjunto de matérias para discussão com vista ao combate dos raptos e mitigação dos seus efeitos, mas que até hoje ainda não foram respondidas. (Evaristo Chilingue)

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