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BCI
segunda-feira, 28 fevereiro 2022 13:05

A guerra na Ucrânia aumenta a fila do pão

Bandeira simples e linda, a da Ucrânia, representa o céu do país sobre um campo de trigo, um dos seus principais produtos de exportação. Esses grãos, somados aos dos russos, representam mais de um quarto – um quarto! – do total consumido no mundo. Mas estão em cerca de 100 navios, parados, na fila de entrada para o Mar Negro, ou ainda nos portos, com tráfego marítimo interrompido, sem escoamento da costa sudeste da Ucrânia para o Mar de Azov. E se os ucranianos tiveram as actividades interrompidas pelo conflito, os russos certamente serão bloqueados, da mesma forma que suas transações comerciais, com as sanções impostas pelo Ocidente.

 

Sem poder colher suas safras (ucranianos e russos), ou transportar os produtos por vias férreas até portos inoperantes por causa das ações militares, os produtores não alcançam consumidores da África e Oriente Médio. As toneladas dos alimentos não deverão nem seguir para a China, agora a mais recente “forte aliada” da Rússia – que justamente é a maior exportadora de trigo do planeta.

 

Economistas alertaram que os preços dos alimentos já tinham aumentado em todo o mundo pela interrupção de transporte durante os piores meses da pandemia, gerando um aumento de custos para agricultores e toda a cadeia de produção (o FMI destacou que, entre abril de 2020 e dezembro de 2021, o trigo aumentou 80%).

 

Com o start da guerra, na quinta-feira, 24, o preço subiu como um foguete e acelerou a inflação mundial de alimentos. Somada à alta de fertilizantes (fundamentais para agricultores e principalmente no Brasil, que importa mais de 90%, boa parte da Ucrânia) e ao aumento dos combustíveis, só aumenta a fogueira em que caímos. Porque, afectados os mercados globais de alimentos, a estabilidade social estará ameaçada. (IstoÉ)

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