O Ministro da Economia e Finanças moçambicano disse ontem que as perspetivas de crescimento económico de Moçambique continuam positivas, apesar da frequência e intensidade das catástrofes naturais, covid-19, ataques terroristas e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Max Tonela falava durante um encontro com o vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) para a Governação Económica e Gestão do Conhecimento, Kevin Urama, que se encontra em Maputo para contactos com dirigentes moçambicanos.
Tonela salientou o compromisso do executivo com reformas visando assegurar um crescimento económico inclusivo e sustentado, fortalecimento da gestão macroeconómica e construção de resiliência face a desafios estruturais.
A esse propósito, prosseguiu, o Governo alcançou recentemente um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma cooperação no domínio das reformas que Maputo pretende encetar.
“Nosso envolvimento com o Fundo, embora importante para atender às necessidades imediatas de financiamento do orçamento do país, desempenhará um papel catalisador ao libertar o apoio de outros parceiros de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial e a União Europeia”, frisou.
Aquele governante assinalou o desejo de ver o BAD a retomar as operações de apoio orçamental ao país. O BAD, prosseguiu, é um parceiro estratégico de desenvolvimento, que tem contribuído através de uma vasta gama de instrumentos de financiamento para satisfazer as necessidades de desenvolvimento de Moçambique.
“O Governo agradece a resposta firme do BAD aos esforços de reconstrução do país na sequência do impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth”, disse Max Tonela.
Saudou igualmente o apoio à capacidade de Moçambique lidar com os choques económicos e sanitários provocados pela pandemia de covid-19.
Por seu turno, Kevin Urama considerou que “a economia de Moçambique tem feito alguns bons progressos nos últimos tempos, apesar de alguns ventos contrários, devido a fatores internos e externos”.
“Após uma contração de 1,2% no crescimento real do Produto Interno Bruto em 2020, devido à covid-19, a economia cresceu 2% em 2021, com uma perspetiva estável para 2022 e 2023”, afirmou Urama.
Os bons sinais emitidos pela economia moçambicana estão ancorados na recuperação em curso nos principais setores económicos, nomeadamente agricultura e mineração, acrescentou.
O BAD prevê que Moçambique cresça 3,3% este ano e 4,0%, em 2023. “Essas projeções estão sujeitas à vacinação acelerada para conter o vírus de covid-19, restauração da segurança nas províncias do norte, conclusão acelerada dos projetos de gás natural liquefeito e continuação da implementação de políticas potenciadoras do crescimento em todos os setores chave”, sustentou. (Lusa)