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BCI
quarta-feira, 20 abril 2022 06:23

BCI embolsa 5 biliões de Meticais de lucros em 2021

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O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) embolsou, no exercício económico de 2021, um lucro de 5.2 biliões (ou mil milhões) de Meticais, o que corresponde a um crescimento de 94,76% relativamente ao reportado em Dezembro de 2020.

 

Este resultado acontece num ano que continuou a ser marcado pelos impactos negativos da Covid-19, com destaque para o choque da cadeia de fornecimento mundial e o consequente aumento do preço das mercadorias, cujas repercussões foram sentidas a nível nacional com a inflação a atingir 6,74%, e pela interrupção dos projectos de Oil & Gas em Cabo Delgado, fruto dos conflitos militares. Estes factores afectaram o crescimento económico do país, não obstante se ter sentido já o início de recuperação económica, com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 de 2,16%.

 

Entretanto, num cenário ainda desafiador, a resiliência do Banco permitiu obter um desempenho positivo no ano de 2021, com uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 23,88%, alicerçado numa consolidação das fontes de receita, e um controlo efectivo dos custos, conjugado com uma postura conservadora em termos de qualidade dos activos e solidez do Balanço.

 

A desaceleração económica resultante da pandemia continuou a restringir o desempenho do Crédito à Economia, sendo que a carteira de Crédito a Clientes do Banco (excluindo Crédito concedido com Recursos Consignados) cresceu 1,66%, reflectindo o efeito líquido do crescimento da carteira expressa em Moeda Nacional em 3,97%, e a redução da carteira em Moeda Estrangeira devido ao efeito cambial.

 

A carteira de Depósitos de Clientes em Moeda Nacional manteve-se estável, com a carteira de Depósitos de Clientes em Moeda Estrangeira a cair devido ao efeito cambial, resultando numa queda da carteira de Depósitos de Clientes em 3,49%. O desempenho favorável do Crédito e Depósitos assegurou a manutenção da posição de liderança do Banco no sistema bancário nacional, nas três principais dimensões de quotas de mercado: Crédito (26,26%), Depósitos (25,36%) e Activos (22,95%).

 

A protecção dos colaboradores e clientes permaneceu como uma preocupação constante ao longo do ano por força das sucessivas vagas da pandemia, tendo o BCI conciliado algumas medidas de apoio social (ex: programa de vacinação a todos os colaboradores e respectivos agregados familiares) com o escrupuloso cumprimento das normas emanadas pelo Banco de Moçambique, bem como com as demais medidas preventivas decretadas pelo Presidente da República de Moçambique e outras autoridades nacionais.

 

Apesar do ambiente macro-económico pouco favorável e a desaceleração da actividade creditícia, a estratégia de consolidação da sua actividade permitiu ao Banco encerrar o exercício económico de 2021 alcançando um Resultado Líquido de 5.2 biliões de Meticais, o que corresponde a um crescimento de 94,76% relativamente ao reportado em Dezembro de 2020.

 

Esta evolução resultou, em grande medida, do desempenho favorável do Produto Bancário (+23,74%), propiciado pelo crescimento significativo da Margem Financeira (+23,48%) em virtude da acentuada subida das taxas de referência e do aumento do volume da Carteira de Crédito e de Activos Financeiros em Moeda Nacional, bem como pelo crescimento saudável da Margem Complementar (+24,37%), assente na evolução das Comissões Líquidas (+32,56%), impulsionada pelo aumento da transnacionalidade em canais electrónicos face a 2020, fruto dos primeiros sinais de recuperação da actividade económica e da reabertura das economias a nível mundial.

 

A contínua optimização de gestão de custos permitiu um crescimento moderado desta componente (+4,67%), influenciado igualmente pelo efeito da valorização do metical e que, conjugado com o bom desempenho do Produto Bancário, permitiu incrementar o nível de eficiência do Banco, com o rácio Cost-to-income a atingir 43,52%.

 

Em linha com a postura de prudência que sempre caracterizou o Banco na avaliação dos riscos do negócio, o Banco manteve um posicionamento conservador no que se refere aos possíveis efeitos da pandemia da Covid-19 ainda não reflectidos sobre a qualidade dos activos, e em 2021 foram constituídos 3.9 biliões de Meticais em Imparidades e Provisões, atingindo assim um nível robusto de cobertura da Carteira de Crédito por Imparidades de 91,48%.

 

A contínua gestão prudente dos Activos, aliada ao robusto nível de Fundos Próprios do Banco, resultou num Rácio de Solvabilidade em Dezembro de 2021 de 23,12%, acima do mínimo regulamentar de 15% definido pelo Banco de Moçambique para Instituições Financeiras classificadas como sistémicas, o que evidencia a solidez do Balanço e a resiliência do Banco a momentos de crise.

 

Assim, apesar dos desafios enfrentados pelo Sistema Bancário no quadro macro-económico marcado pela incerteza e pelos efeitos negativos da Covid-19, durante o ano de 2021, a resiliência do Balanço do Banco, baseada numa prudente cobertura dos riscos, conjugada com a consolidação das fontes de receita e a optimização dos custos, permitiu atingir uma rentabilidade de 23,88%  que coloca o Banco numa posição ainda mais sólida para desempenhar o seu papel no apoio à retoma do crescimento económico do país. (Carta)

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