Pesca ilegal, redução do número de embarcações, fiscalização dos barcos não licenciados, menos burocracia no mercado do pescado e papel de organizações que velam pelos pescadores foram algumas das preocupações pontuais apresentadas pelos armadores que ontem (18) tiveram um encontro com o Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), Agostinho Mondlane.
Para alguns armadores, a pesca ilegal é uma prática lesiva que provoca a perda das oportunidades de investimento. Conforme disseram os representantes de algumas empresas que operam em Nampula e Tete, a pesca ilegal em todas as escalas, incluindo industrial, semi-industrial e pequena, prejudica em grande medida muitos operadores licenciados. Os mesmos armadores falaram da necessidade de se reduzir o número de embarcações por empresas, para que todos os licenciados tenham um pescado equilibrado.
Face às preocupações apresentadas pelos armadores, Agostinho Mondlane referiu que aquela reunião aberta tinha em vista colher sensibilidades dos armadores de diversos cantos do país, e assim trabalhar em coordenação com eles.
A fiscalização de embarcações por satélite foi alvo de duras críticas por parte dos armadores, pois segundo eles aquele sistema apenas controla, no mar, as embarcações licenciadas do tipo industrial e semi-industrial. As embarcações não licenciadas não são sujeitas a qualquer controlo, podendo trabalhar a seu bel-prazer. A crítica ao VMS tornou-se mais intensa quando na sala houve uma demonstração online da monitoria por satélite. A intensificação da fiscalização no mar e em águas interiores foi um dos desafios colocados ao pelouro dirigido por Mondlane.
Até certo ponto os armadores sentiram-se limitados na conversa, pois segundo eles os comunicados e apresentações feitas deviam ter-lhes sido enviados atempadamente para poderem vir com ideias dos tópicos daquilo que iria ser discutido, evitando-se assim as intervenções à margem dos temas apresentados. Mas nem isso foi motivo suficiente para calar os armadores. “Há necessidade de melhorar a comunicação e transparência na forma de actuação da administração pesqueira”, disse um dos intervenientes, numa clara alusão à por vezes obstinada burocracia naquele sector. (S.R.)