A plataforma flutuante de produção de gás natural liquefeito (FLNG) Coral South, na Bacia do Rovuma, emprega mais de 100 moçambicanos, anunciou segunda-feira o director-geral do projecto, Giorgio Vicini. O projecto situa-se a cerca de 30 quilómetros da costa do distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Discursando no Fórum sobre Transição Energética e Industrialização, em Maputo, Vicini disse: "A presença de moçambicanos é um grande sinal para a extensão do projeto FLNG, bem como para o desenvolvimento das comunidades”.
Sobre a transição energética, Vicini acredita que é de vital importância para o desenvolvimento do projeto flutuante, podendo ser traçados planos com o apoio das comunidades locais, incluindo empresas moçambicanas e italianas que contribuem para o processo.
“Esse é o espírito do nosso Enrico Mattei [lutador revolucionário italiano] que um dia nos ensinou essa modalidade de actuar lado a lado com as comunidades”, destacou.
Graças à atribuição de bolsas, segundo Vicini, especialistas moçambicanos já foram formados para operar na plataforma e podem transmitir os seus conhecimentos a outros moçambicanos, bem como a outros africanos com projectos semelhantes.
A meta da FLNG é formar directamente cerca de 800 moçambicanos até 2037, após 15 anos de actividade.
A formação assenta em dois pilares, sendo o primeiro em Petróleo e Gás, que será realizado com competências internas, em colaboração com universidades moçambicanas e internacionais, para responder às necessidades específicas do Projecto.
O segundo pilar centra-se na formação profissional, a desenvolver em cooperação com instituições moçambicanas de formação profissional.
Para concretizar os planos de formação, a empresa italiana de energia ENI, operadora da plataforma flutuante, desenhou três programas, para formar pelo menos 200 moçambicanos em Economia, Ciências da Saúde, Biologia, Engenharia Química, Tecnologias de Informação e Comunicação e Direito em assuntos relacionados à indústria de recursos minerais.
A primeira fase do programa decorreu de 2012 a 2018 e formou 149 moçambicanos, estando a segunda fase em curso, mas interrompida devido ao surto da pandemia de Covid-19.
Organizado pela Câmara de Comércio Moçambique-Itália, participaram do Fórum de Maputo empresários moçambicanos e italianos, principalmente da indústria de petróleo e gás.(Carta)