O Governo moçambicano disse que a descida de ‘rating’ do país deveu-se à pressão causada pela reforma salarial do Estado, entretanto corrigida, mantendo condições para cumprir o seu serviço de dívida.
“A avaliação recente do ´rating` do país baseou-se num quadro retroativo, sobretudo nos primeiros meses do ano, um período em que o impacto da reforma salarial era muito elevado”, referiu o ministro da Economia e Finanças moçambicano, Max Tonela, numa conferência de imprensa, em Maputo.
O governante espera que “a partir do mês de julho as contas voltem aos carris, de acordo com as projeções estabelecidas”, referindo que a capacidade de cumprimento do Governo é sólida, por força das correções nas falhas detetadas na Tabela Salarial Única (TSU).
Na última semana, a agência de notação financeira S&P desceu o ´rating` das emissões de dívida em moeda local para 'default', durante 24 horas, para refletir os atrasos nos pagamentos que existiram entre fevereiro e maio.
A agência colocou depois o rating num nível abaixo do que estava antes do 'default' temporário.
“Para este ano, nós temos, do ponto de vista de reembolso de capital e de juros”, com a dívida interna e externa, recursos avaliados em 1,5 mil milhões de dólares e, “neste momento, foram já pagos pelo Estado 764 milhões de dólares”, acrescentou.
O envelope financeiro já desembolsado para o serviço da dívida corresponde a 48% de encargos projetados para este ano nesta rubrica, enfatizou Max Tonela.
“O Governo tem já as condições para continuar a cumprir” as obrigações com os credores internos e externos, reafirmou.
Além de medidas corretivas na reforma salarial, prosseguiu, o executivo aposta igualmente na diversificação das fontes de financiamento da despesa.
Na ocasião, o ministro da Economia e Finanças sublinhou que a economia do país segue uma trajetória de crescimento que vem registando desde o último ano, prevendo-se que o Produto Interno Bruto (PIB) alcance este ano 5%, depois de 4,1% em 2022.(Lusa)