O Porto de Mocímboa da Praia, primeiro ponto a ser controlado pelos insurgentes nos ataques terroristas ocorridos entre os dias 27 de Julho e 12 de Agosto de 2020, já está em reabilitação e ampliação, numa parceria público-privada entre os Caminhos de Ferro de Moçambique e a firma Civitas Partners Group.
Segundo António Cândido, Capitão do Porto de Mocímboa da Praia, neste momento, estão em curso as obras de construção de uma rampa com capacidade para receber dois navios, incluindo de contentores, sendo que, após a conclusão das obras, o Porto estará em condições de atracar, ao mesmo tempo, três navios.
Sem estimar o valor envolvido, Cândido garante que as obras serão concluídas no próximo mês de Julho, devendo melhorar a gestão da carga portuária. A fonte conta que o Porto de Mocímboa da Praia retomou as suas operações em Janeiro deste ano, tendo já recebido pelo menos seis navios, trazendo um total de duas mil toneladas de carga.
“A situação está estável, as operações portuárias estão a decorrer sem sobressaltos, contamos com segurança moçambicana e ruandesa, portanto, sentimo-nos à vontade para fazermos nossas actividades”, afirmou Cândido, sublinhando que os terroristas destruíram quase tudo que estava naquele local, com destaque para o armazém, contentores de carga e diverso equipamento.
Para o Ministro da Defesa Nacional, Major-General Cristóvão Chume, a reabilitação e ampliação do Porto de Mocímboa da Praia permitirá a população importar produtos básicos a preços mais favoráveis, relativamente aos praticados actualmente pelo transporte terrestre.
“O Porto de Mocímboa da Praia é um hub muito importante da logística de quase toda a região norte da província de Cabo Delgado. Há quem pensa que é um hub que vai apoiar Afungi e Palma, mas se puderem olhar para a geografia, poderão notar que aquele Porto vai apoiar Mueda, Nangade e outros distritos próximos de Mocímboa da Praia”, sublinhou o governante.
Refira-se que o Porto de Mocímboa da Praia já havia sido vítima de destruição dos terroristas, em Março de 2020, quando os insurgentes atacaram, pela primeira vez, aquela vila em grande escala (depois do ataque de 05 de Outubro de 2017). Foi reabilitado e aberto ao tráfego de navios dois meses depois (Maio), antes de os insurgentes tomarem-no como sua propriedade três meses depois (em Agosto do mesmo ano). (Abílio Maolela, em Mocímboa da Praia)