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segunda-feira, 28 agosto 2023 06:51

Presidente do Uganda proíbe importação de roupa usada, alegando que pertence aos mortos

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O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, proibiu a importação de roupa usada, dizendo que isso sufoca o desenvolvimento da indústria têxtil local e que a mesma pertence à ocidentais falecidos. Uganda importa grandes quantidades de roupa usada, preferida por algumas pessoas por ser de baixo custo.

 

Mas os fabricantes locais queixam-se de que o ″dumping″ de vestuário em segunda mão inunda o mercado, minando a capacidade do Uganda de subir na cadeia de valor da indústria do algodão e dos têxteis. “Eles mandam ou vendem para nós roupa de pessoas mortas.  Quando um branco morre, eles juntam a sua roupa e enviam para África”, disse Museveni na sexta-feira.

 

Roupa doada

 

Pelo menos 70% das peças de vestuário doadas a instituições de caridade na Europa e nos Estados Unidos acabam em África, segundo a Oxfam, uma instituição de caridade britânica.

 

A agência de notícias Reuters não conseguiu determinar imediatamente que percentagem de roupa doada vem de pessoas que morreram.

 

“Temos aqui pessoas que produzem roupa nova, mas não conseguem colocá-la no mercado”, disse Museveni numa cerimónia de inauguração de nove fábricas no Parque Industrial Sino-Uganda Mbale, na cidade de Mbale.

 

Uganda é um produtor significativo de algodão, mas grande parte dele é exportado na forma semi-processada, com o valor das suas exportações de algodão variando entre 26 e 76 milhões de dólares por ano até 2022, de acordo com o banco central do Uganda.

 

 Banimento completo

 

A Comunidade da África Oriental, um grupo económico regional do qual o Uganda é membro, concordou em 2016 com uma proibição total das importações de roupa usada até 2019, mas o Ruanda foi o único país a promulgá-la.

 

Como resultado, os Estados Unidos suspenderam em 2018 o direito do Ruanda de exportar vestuário isento de impostos para os Estados Unidos, um dos benefícios da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA) isenta de tarifas e de quotas dos Estados Unidos. A embaixada dos EUA em Kampala não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail. Museveni disse que a proibição também se estenderia aos contadores de energia e aos cabos eléctricos, dizendo que deveriam ser comprados a fábricas no Uganda. (Reuters)

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