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sexta-feira, 12 abril 2019 07:45

EDM exporta energia para o Malawi

Responsáveis das companhias eléctricas do Malawi e de Moçambique assinaram, esta quinta-feira, em Lilongwe, acordos técnicos e comerciais com vista à interligação do Malawi com os demais países da SADC, tornando-se, deste modo, membro operativo da Southern African Power Pool (SAPP), entidade regional do sector eléctrico. O projecto irá criar o estabelecimento de uma linha de transmissão com Moçambique que irá satisfazer as crescentes necessidades energéticas do Malawi e abrirá oportunidades de negócio energético a nível dos países membros da SAPP.

 

A Electricidade de Moçambique poderá render com estes acordos 50 milhões de dólares americanos, por ano, segundo apurámos. O ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, que testemunhou o acto, disse, na ocasião, que os acordos vão cimentar as relações entre os estados membros da SADC e são uma oportunidade para a consolidação dos laços de cooperação. “É um projecto que à partida irá promover a exportação e cimentar a exportação de energia de Moçambique para o Malawi e, a longo prazo, irá garantir a ligação do Malawi a Nacala, Nampula, criando um anel que vai permitir segurança nos fornecimentos de energia à região norte de Moçambique”, disse Max Tonela.

 

Segundo ainda Tonela, a perspectiva que se tem é de criação de uma infra-estrutura de interligação com todos os países vizinhos de modo a promover a exploração do potencial do mercado regional, tendo em vista a viabilização dos grandes empreendimentos energéticos, aproveitando as economias de escala propiciadas pela coordenação regional.  “Há ganhos para os dois lados e, particularmente para Moçambique, não só através da venda de energia como também através de taxas de trânsito de energia entre o Malawi e outros Países da SADC”, apontou Max Tonela quando questionado por jornalistas.

 

O representante do Banco Mundial na cerimónia, Dhruva Sahai, referiu-se igualmente à importância da assinatura dos acordos entre Moçambique e o Malawi, recordando que “efeitos climáticos no rio Shire têm tido repercussões negativas sobre a geração de energia particularmente na época seca”. “O projecto irá responder aos desafios e preocupações energéticas do Malawi e assegurar segurança no fornecimento”, disse o representante do Banco Mundial.

 

Por seu turno, o embaixador da Noruega no Malawi, Steinar Hagen, elogiou os progressos alcançados entre os dois estados até à assinatura dos acordos. “Para Moçambique será uma oportunidade de venda de energia da HCB, que poderá chegar directamente ao Malawi”, disse o diplomata noruegês que apontou que o seu país irá apoiar outros projectos que visem o acesso à energia. “O projecto de Transmissão de Temane tem estado a progredir de forma satisfatória”, sublinhou. 

 

O projecto de interligação eléctrica consiste na construção de 218 quilómetros de linha de transporte de energia de alta tensão (400 KV), ligando a subestação de Matambo (na província de Tete, Moçambique) e a subestação de Pombeya (no Malawi). Ainda no âmbito da implementação do projecto deverão ser ampliadas as subestações de Matambo, de 220 para 400 kV e de Pombeya de 132 para 400 kV.

 

O projecto está orçado em 127 milhões de Euros, sendo a participação de Moçambique de 92 milhões de Euros, financiados pelo Reino da Noruega com 30 milhões de Euros, pelo Governo Alemão, através da KfW, com 20 milhões de Euros, e pelo Banco Mundial com 42 milhões de Euros. A participação do Malawi é de 35 milhões de Euros, financiados pelo Governo Alemão (20 milhões de Euros) e pelo Banco Mundial com 15 milhões de Euros. (R.B.)

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