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segunda-feira, 14 outubro 2024 07:05

Eleições 2024: Mais de 500 MMV da cidade da Matola agastados com a morosidade no pagamento dos seus subsídios

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Mais de 500 vice-presidentes das Mesas de Votação estão agastados com a forma como o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) processa o pagamento dos subsídios. Segundo relatos, muitos MMV estão desde sábado a tentar receber os seus pagamentos, mas sem sucesso devido à morosidade do processo.

 

“Sinto-me muito triste com toda esta situação. Trabalhamos muito, mas não está a ser fácil receber o nosso dinheiro. Há muita lentidão no processo, e são apenas duas pessoas realizando pagamentos para mais de 500 Vice-Presidentes de Mesa de Votação. Eles dizem que o processo termina hoje, domingo, para este grupo, mas do jeito que as coisas estão, vamos dormir aqui”, relatou uma das fontes, que preferiu não ser identificada.

 

Outro MMV contou à “Carta” que muitos colegas que chegaram ao Instituto Industrial da Matola, local escolhido para o pagamento dos subsídios, nas primeiras horas (entre 04 e 09 horas), mas ainda não receberam os seus valores porque a fila não avança.

 

“Cheguei às 07h00, mas até agora, 17h00, ainda não tive o meu subsídio. Aqui entra quem tem 100 Mts para subornar os polícias e passar para frente. Mas daqui não saio sem o meu valor, vivo muito longe e não foi fácil chegar aqui”, relatou outra fonte.

 

Mais adiante, conversamos com outra fonte, que já estava com a voz rouca de tanto gritar para exigir aquilo que é seu por direito. “Cheguei a este local às 07h00, não levei comida porque não sabia que estaria aqui até às 15h00. A fila não anda, muitos MMV que chegam vão entrando mediante pagamento de suborno, e nós, que não temos nada, somos obrigados a aguentar a fila. Há relatos de colegas que saíram deste local ontem por volta das 20h00 e acabaram sendo assaltados e tiveram os seus subsídios roubados. Então, eu penso que isso é propositado, para chegarmos às nossas casas sem nada”.

 

Cármen Maoche, residente na Machava, lançou um grito de socorro. “Pedimos socorro às autoridades competentes. Trabalhamos duro, mesmo nas formações não tínhamos subsídio de alimentação e de transporte. Mas não podíamos faltar, pois, seríamos substituídos. Aguentamos tudo isso na expectativa de que receberíamos o nosso dinheiro sem todos esses constrangimentos. Trabalhamos para eles e agora temos que chorar para que nos paguem”.

 

Entretanto, “Carta” tentou ouvir o Secretariado de Administração Eleitoral (STAE) da Matola, que prometeu reagir esta segunda-feira. (M. Afonso)

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