Discursando, esta terça-feira (18), momentos após testemunhar a assinatura do acordo da Decisão Final de Investimento (DFI), entre o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, e o Presidente da Anadarko, Al Walker, o Presidente da República, Filipe Nyusi, revelou que, com a produção e venda de Gás Natural Liquefeito (GNL), da bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, o Estado moçambicano prevê arrecadar 2.1 mil milhões de USD em receitas anuais, a partir de 2025.
Por forma a aproveitar os ganhos previstos, Nyusi defendeu, na ocasião, que as receitas sejam reinvestidas nos sectores mais prioritários, o caso da agricultura, concretamente no agro-processamento, turismo, infra-estruturas e saúde.
“Este é o caminho que permitirá às famílias rurais, a saírem de uma agricultura de subsistência para a de excedentes comerciais, o que requer mais e melhores infra-estruturas para escoar os seus mercados”, acrescentou o PR.
Contudo, para que efectivamente os ganhos da exploração do gás natural na Bacia do Rovuma possam alavancar o país, económica e socialmente, Nyusi garantiu também que o seu Governo tudo fará para permitir que os investidores trabalhem num ambiente de segurança e paz, naquela província que, neste momento, é placo de ataques protagonizados por homens armados.
Recorde-se que o Governo de Moçambique e os parceiros da Área 1, consórcio liderado pela petroquímica norte-americana Anadarko, assinaram, esta terça-feira, em Maputo, a DFI do Projecto de GNL, da bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte do país, num valor de 23 mil milhões de USD.
O valor será aplicado na construção da plataforma de perfuração do fundo do mar, extracção e liquefacção do gás natural. Este trabalho que levará cerca de cinco anos, culminará com o início da produção do GNL, que vai ser exportado, outro destinado a produção de electricidade, combustíveis líquidos e adubos de consumo interno.
O anúncio oficial do FID do consórcio da Anadarko na Área 1 da bacia do Rovuma, contou para além do Director e Presidente do Conselho Executivo da Anadarko, com a presença de seis representantes de outros parceiros do projecto, nomeadamente da empresa japonesa Mistui, a petrolífera estatal moçambicana ENH, da indiana ONGC, a Boas, a Bharat Petro Resources e da tailandesa PTTEP.
Testemunharam ainda a cerimónia, a Secretária-adjunta de Comércio dos Estados Unidos da América e alguns Chefes de Estados africanos, com destaque para o do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa e o Rei de eSwatine, Mswati III. (Evaristo Chilingue)