A economia de Moçambique deverá sofrer uma contracção de 0,5% este ano para retomar o crescimento em 2020, à taxa homóloga de 3,0%, segundo as mais recentes previsões da Economist Intelligence Unit (EIU). As previsões dos analistas da EIU antecipam para 2021 e 2022 um crescimento económico à taxa de 5,6%, sendo que no ano seguinte, o último em análise, aumentará para 7,5%, beneficiando já da exploração de depósitos de gás natural na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado.
Ao referir-se à exploração daqueles depósitos, em que estão envolvidos os grupos americanos Anadarko Petroleum e ExxonMobil e italiano ENI, a EIU salienta que no caso do bloco Área 1 os parceiros têm de angariar o financiamento correspondente à sua participação, o que no caso da estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) significa 15% ou cerca de 2,3 mil milhões de dólares.
Em Julho passado a empresa anunciou ir esperar por melhores dias ou condições para se financiar nos mercados internacionais, uma vez que irá necessitar de um aval do Estado, que no passado foram concedidos em situação ilegal a duas empresas públicas controladas pelos serviços secretos.
“Cremos que o governo vai esperar até que uma eventual reestruturação da emissão de euro-obrigações [da Empresa Moçambicana de Atum] possa ser anunciado, o que iria melhorar as condições actualmente exigidas à ENH”, pode ler-se.
Ainda em Julho o grupo ExxonMobil anunciou o adiamento na decisão final de investimento do bloco Área 4, devido a incertezas políticas, ataques de radicais islâmicos na província de Cabo Delgado e preocupações relativamente aos custos associados à obtenção de financiamento.
O relatório menciona, no entanto, que o interesse no país vai aumentar, atendendo às inúmeras oportunidades que vão surgir, mas adianta que, tendo em atenção a existência de excesso de oferta no mercado mundial de gás natural, a exploração dos depósitos da bacia do Rovuma não deverá iniciar-se antes de 2025. (Macauhub)